Magic pode ser um jogo bem curioso. Nos últimos meses tenho trabalho dentro de uma loja e tive muito mais contato com uma experiência que confesso, havia me fugido completamente. Eu tenho, em algumas situações explicado Magic para pessoas que acabaram de aprender o jogo. Não necessariamente ensinar, por mais que com esse guia seja maravilhoso e a partir dele eu me sinta capaz de ensinar o jogo de maneira satisfatória, eu hoje mais tenho contato com pessoas que já aprenderem a jogar e começam a desbravar o mundo das cinco cores. Ter contato novamente com essa maneira de ver o jogo, aquele que fica deslumbrado quando nota que determinadas cartas são melhores porque têm determinadas habilidades é curioso, isso faz até mesmo nós, que jogamos a muito tempo, olharmos mais uma vez para aquela habilidade e repensar ela, que talvez estejamos tão acostumados com o extraordinário que já o achamos comum.
Voar é uma habilidade fascinante, eu fico realmente impressionado como essa habilidade é simples e ao mesmo tempo completamente fora da curva em poder. Criaturas completamente medíocres são muito acima da média simplesmente por ter Voar, ou seja, a garantia de uma evasão que independe da cor da criatura ou do bloqueador. Durante Theros eu lembro de concluir que o Mono Blue Devotion devia muito de seu poder não a Thassa, mas a um número alto de criaturas com voar que garantiam que o baralho continuasse mantendo pressão mesmo quando o adversário fizesse mesa.
Os últimos anos de Standard foram bem diversos e não é fácil achar características em comum em cada ano do formato, mas eu garanto que ano após ano, Voar sempre é uma palavra suave para “imbloqueável”, e esse tem sido o segredo de diversos decks com aparente poder baixo de fogo, mas que conseguem fazer uma torrente de criaturas imbloqueáveis, recentemente Mono Blue e Simic Fash tem concordado comigo.
Durante o Early Acess, evento onde a Wizards convida produtores de conteúdo para jogar a nova coleção, diversos decks foram a sensação, sendo que Temur Elementais e Vampiros são ótimos exemplos, dois decks que se tornaram algo real. Mas um deck havia sido pouco explorado e é sobre ele que quero advogar a favor, o Azorius Flyers.
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Essa lista fez 11-4 no Magic Fest em Dever, nas mãos de Jason Tams, e resume o que o Azorius Flyers deveria fazer e porque ele é bom atualmente.
O deck funciona parecido com um WW, com a vantagem de que todas as suas criaturas tem uma bela evasão. Sephara é feita muito rápido e decks como RDW ou Dinos simplesmente não lidam com ela e esse tipo de ação é insana para um deck aggro Temos o nosso próprio Marechal (Aguia Empirea), uma Antífona (Ventos Favoraveis) e o melhor planeswalker do formato, que desliga os nossos concorrentes diretos, os decks flash, Teferinho seja louvado! Para fechar, nosso Orgulho dos Conquistadores pode ser feito com poucas permanentes, já que Reuniao de Asas adora nossos pardais.
Para quem estiver sentindo falta de Venerated Loxodon, a falta de evasão do garoto, vulgo sua inabilidade de ser um Dumbo, o paquiderme que voa, torna ele menos interessante e na verdade acaba sendo uma carta que apenas aproveitamos o bônus função que nosso lord, nossa antífona e Reunião já fazem muito bem. Lembrando que quanto mais criaturas com voar, melhor e mais sinérgico o deck se torna.
Um deck agressivo, com criaturas com evasão fácil e que pode usar counters é um pesadelo para decks como o Scapeshift, que venceu o MC em Denver e é o grande deck da semana. Conforme o metagame tenha menos decks agressivos de chão e mais midranges ou ramps, melhor para um deck rápido e que use counters.
Meu últimos dias de Arena tem sido bem agradáveis com o baralho, sendo que para matchs como vampiros, um deck tão rápido quanto nós, mas que tem lifelink, eu tenho testado trazer Settle the Wreckage (sim, isso ainda é válido no Standard) e gostado dos outs, além da ajuda contra outros decks agressivos.
Pra quem quiser pensar em rotação, e até está apostando no temur e no simic, eu coloco como dica tentar o Azorius, eu sei que Ventos irá embora, mas a base inteira fica, e cada dia eu escubro mais situações interessantes para Mu Yanling, o que só me anima a continuar jogando cada vez mais com o baralho e tentar aprofundá-lo para os próximos meses de Standard.
Até mais!
Ruda
Calma pessoal! Ainda nem sabemos o que vamos ter para o futuro lançamento.
Tomara que em Throne of Eldraine haja algum substituto para o encantamento. Eu queimei 2 coringas raros no meu MTG Arena pra fazer 2 Sepharas. rs
Eu uso 2 sephara, tem como ganhar sem ela, ajuda muito, não nego, mas não usaria o set, deixo de side também anjo da graça, já me ajudou demais em match contra monored.
Eu voltei a jogar tem aproximadamente 3 ou 4 meses. Joguei de 2001 a 2006, e nos últimos anos desde que parei não acompanhei mais. A edição que tive mais êxito foi investida. Joguei muitos champs, viajei para jogar fora, etc. mas por força da vida tive que parar.
Hoje, mais velho e com um poder aquisitivo melhor (e mais liberdade de horários, rs) resolvi voltar. Coloquei meu fogo no MOL e no arena, pela versatilidade de jogar a qualquer hora. E espero me preparar para jogar competitivamente em algum tempo.
Lendo seu artigo o que mais impressionou foi justamente essa fala que disse sobre "novos jogadores".
Eu não acompanhei PWs, não vi diversas cartas neste longo período fora do jogo. Na minha época uma cólera, uma birds ou um bate estacas eram o máximo que podia te acontecer, rs. Participei do lançamento de investida, e me recordo do ódio que tive em abrir duas fetch lands, rs. Eu não entendi tanto quanto aqueles cards eram bons.
Hoje no meu retorno, passei justamente pelo mesmo processo. Gastei as tampas no arena, montei tudo o que tive vontade até então e engoli diversos artigos daqui e de outros sites mundo a fora para reaprender a jogar.
Diversas habilidades me impressionaram, cards que até já caíram e jogam no modern me deixaram com esta sensação que descreveu aí.
O que eu quero dizer com isso é que essa sensação de descoberta, o Magic nos causa a cada lançamento. Cheguei em mítico no arena em questão de duas semanas desde que voltei. E todos os meses faço bons resultados nas modalidades online. A cada partida me sentia com 17 anos sentado numa loja com meus amigos.
Essa sensação, de aprendizado, deslumbramento em ver o jogo e suas potencialidades, é que me motivaram a voltar.
Minha filha tem 6 anos, e vez ou outra entra no meu escritório de casa para acompanhar eu jogando em horas vagas. E ela se impressiona justamente com as coisas mais simples do jogo. A habilidade de voar por exemplo, tem além do jogo, uma conotação emocional diferente no ser humano como um todo.
Fico muito feliz que você, um jogador profissional ainda perceba justamente esse encanto nos iniciantes ao seu redor: Parabéns !
Quando comecei a jogar lá atrás, a maioria dos players da Devir, onde frequentava, distratava esses jogadores. Certamente hoje, não deve ser muito diferente em sua maioria. Muitos destes casos geram desistência destes novos jogadores e os desmotiva a continuar. O que empobrece a cena em diversos lugares.
O que eu quero dizer com tudo isso é que justamente essa renovação que tanto alguns de nós queremos, é que pode enriquecer a cena.
E como um "novo iniciante", muito obrigado pelos seus artigos!