Tudo pronto, deck escolhido, deck treinado, matchs bem abordadas, side guide gravado na memória. Vai tranquillo, não se afoba… E senhor amado, QUE DECK É ESSE?!
Uma característica da nossa Era é como somos fortes quando o assunto é informação. O acesso á cada bit de conhecimento cresce a cada dia. No entanto, se a falta de informação gera medo e confusão, por conta de estarmos de frente com algo desconhecido, essa sensação em um mundo onde estamos sempre “ligados” fica ainda mais intensa. Estar, em 2019, frente à alguma coisa que desconhecemos completamente é tão improvável que muita
gente tilta.
O Magic segue as característica de nossa época, no começo eram apenas listas de emails trocando ideias de deck, depois fóruns pequenos e hoje em dia é possível ter tudo o que você precisa sobre o jogo apenas com alguns clicks. Então como alguém consegue ainda sentar na frente do oponente e fazer algo novo? Mais do que isso, como esse jogador, que está acostumado a saber sobre tantos decks, vai jogar quando estiver frente a frente com essa nova situação?
A primeira coisa a se fazer é manter a calma, não é porque estamos contra algo desconhecido que nós devemos simplesmente entrar em pânico. Ainda é uma partida de Magic, e como tal, existem duas estratégias: Plano e Informação.
Plano
Aplicar o nosso plano é essencial em qualquer partida, entender o que nosso baralho faz nos ajuda a escolher a melhor sequência de jogadas e qual posição tomar. Quando jogamos contra algo desconhecido, aplicar nosso plano pode parecer algo simples, mas nos ajuda a já começar na posição certa. Lembrando que quando falo de posição é o famoso “who’s the beatdown”, saber se você será o agressor ou o controlador e assim direcionar suas jogadas para uma partida curta ou lenta. Por exemplo, estou no Modern de Affinity e nos dois primeiros turnos meu adversário faz diversas cartas que não batem com quaisquer listas que eu já tenha visto. Sabendo que o Affinity estará na posição agressiva boa parte das vezes, meu plano se torna finalizar o mais rápido possível a partida.
No geral, decks pro ativos tem uma certa facilidade nesses casos, já que eles podem tentar ignorar o jogo do oponente e forçar o fim da partida o mais rápido possível. Eles também terão uma vantagem no pós side. Ainda no exemplo do Affinity, eu não vi nada do meu oponente e venci o jogo 1, mas pelas cores do baralho eu posso pensar no que ele vai subir, decks brancos sobem Stony Silence, Decks Vermelho/Verdes usam Ancient Grudge, e pensando nessas cartas, eu posso só subir as respostas para o possível side dele. Tudo isso sem ter qualquer ideia do que o meu oponente está jogando.
O problema da abordagem que usei até agora é que ele não costuma funcionar para um controle ou qualquer coisa mais reativa, eu não tenho como forçar meu plano para cima do oponente, quando meu plano é jogar para não perder. Para esses decks nós precisamos trabalhar melhor a informação.
Informação
Lembra do jogo Forca? Onde você ia chutando letras e tinha que formar uma palavra? Jogar de controle contra algo desconhecido é parecido. Cada terreno, cada mágica, são letras para formar a palavra final. Um dilema comum aqui é se você ignora as cartas do oponente até onde for possível, para tentar pegar mais informações e assim jogar suas respostas baseadas nisso, ou se responde tudo porque o seguro morreu de velho. A abordagem que mais gosto é a de usar o seu baralho como fonte para isso, como você lida com essa ameaça? Se ela ficar na mesa você consegue remover? Isso, e as infos que você consegue durante a partida te ajudam a traçar um mapa mais detalhado da situação. Sendo que, para vários controles, que ao inverterem a partida raramente vão perder, arrastar um pouco mais, para ter mais dados, é válido.
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Essas dicas são pensadas para quando você está frente à algo novo, mas minha melhor ajuda é como a de um profissional de saúde sobre como se cuidar melhor, prevenção. Se manter atualizado, lendo artigos, vendo torneios e até mesmo dando uma zapeada mínima entre os rogues (olá, submundo do Modern!), previne de muitas vezes cair nessa situação. Esse artigo saiu da narrativa de um amigo que começou a descrever como havia jogado contra algo completamente bizarro e sem noção, e a partir de algumas cartas eu comentei que era um Jeskai Ascendancy combo e comecei a citar cartas, não porque eu conheça todos os decks do Modern ou algo do tipo, simplesmente gastei alguns minutos dando atenção à essas listas e assim tenho alguma ideia de como rebater.
Informação é poder.
Até o MF!
Ruda
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