Minha Retrospectiva: CLM9, PPTQs, GP Modern e 2018
Review do segundo semestre e metas para 2018.
29/12/2017 10:00 - 7.164 visualizações - 3 comentários
Olá!
No artigo anterior, compartilhei com vocês a primeira parte da minha retrospectiva de 2017, com a minha jornada no primeiro semestre (Grande Final CLM 8, RPTQ Nashville, GP Porto Alegre, Classificatórias CLM 9 e PPTQs Standard). Hoje pretendo concluir a reflexão sobre o ano que passou, além de mirar o início de 2018 que está por vir e como pretendo fazer para me preparar ainda mais para o grind no Ano Novo.
A Grande Final do CLM 9 - Veículos Até Enjoar
Na semana posterior ao lançamento de Hora da Devastação já teríamos um final de semana de "dobradinha" de PPTQs, e logo em seguida a Grande Final do CLM 9. Nesses eventos, o PPTQ da Magic Domain foi bem grande com mais de 80 jogadores, e com o velho Ad Nauseam fiz um 5-2 perdendo para dois "flavours" de Death Shadow - Grixis e 4C/Jund, sendo aí onde comecei a sentir o que seria a dificuldade para enfrentar o novo deck to beat do pedaço fora do field do Magic Online.
Mesmo assim, fui com o deck na Grande Final Modern, esperando com sorte esquivar de Death Shadow e ter uma boa performance. Acabei enfrentando o Isael Feitosa de DS logo na terceira rodada, onde o que era pra acontecer na partida aconteceu e ele me despachou, e em seguida fiquei sem chances de Top 8 perdendo 3 games bem próximos para o Esper Goryo's Vengeance do Edson "Cabelo". Consegui ficar 5-2, e na última partida valendo dinheiro, perdi a mirror de Ad Nauseam para o Danilo Geraldes, terminando o Modern em 30° e fora da premiação pela segunda vez seguida.
Já no Standard tive melhor sorte. Desde que lançou Hora da Devastação, estava confiante de que poderia treinar bastante o formato e apostar numa preparação por "carga horária" de jogo, principalmente no que dizia respeito às novas estratégias.
Comecei focando no meu querido U/R Control por causa das cartas novas: Abrade, Hour of Devastation, Supreme Will e The Locust God, só que não consegui chegar numa lista que me agradasse em relação ao metagame que eu esperava enfrentar na Grande Final (um pouco mais Control e Midrange, com menos aggro e "go-wide", mas tendo que respeitar esses baralhos). Nessa semana de preparação, o Mardu Balista do Otávio Beraldi ganhou um PTQ no Magic Online e eu vi a Marcela Almeida perder a win-and-in do PTQ seguinte com sua versão de Mardu Veículos. A cada momento nos testes o deck parecia uma escolha melhor e melhor, e acabei lockando ele para a Grande Final Standard.
No torneio em si, abri 5-1 mas não pude dar ID na última, e acabei perdendo a Mirror na fatídica rodada, terminando dentro do Top 16 no dinheiro. Novamente, perto por uma partida do Top 8, só que aqui apesar de ter feito uma boa meta call (ao menos dois outros Mardus fizeram Top 8 nesse CLM), eu não tinha a mesma prática com o deck que outros que jogaram com ele fazia mais tempo, e acabei perdendo a oportunidade de capitalizar em detalhes sutis que poderiam ter feito a diferença.
Grand Prix São Paulo, LCQ T2 e o Fim da Temporada Modern
Para o GPSP eu estava plenamente confiante na minha capacidade de pilotar o Ad Nauseam, porém, algo que ainda não me agradava era a match contra Grixis Death Shadow. Nos PPTQs anteriores e na Final do CLM 9 eu sempre acabava esbarrando no deck, e a partir dele meu torneio acabava indo pro ralo, já que dificilmente conseguia sair com a vitória na match mesmo roubando alguns games - muitas das vezes inclusive, vendo meus oponentes fazendo jogadas questionáveis, mas que pela natureza do meu deck ser um Combo que só consegue jogar se fizer as mágicas-chave, minhas decisões pouco importavam e estavam muito mais a mercê do que o oponente comprava ou fazia. Mesmo assim, decidi lockar no deck, já que era muito tarde para mudar e o Modern é um formato extremamente implacável e punitivo com a falta de familiaridade. Com sorte, conseguiria esquivar do DS, ou enfrentá-lo somente uma ou duas vezes seja tentando roubar uma partida ou quando ainda fosse "permitido" perder.
Dessa vez eu tinha ao menos o BYE 1 pela temporada atual, graças ao grind dos GPs, RPTQs e PPTQs. Só que, novamente, o fato de não ter jogado na temporada anterior fez diferença - na segunda rodada pego um Affinity com uma mão super estourada, e morro antes de conseguir combar em ambos os games para começar meu GP com uma derrota na primeira partida "jogada". E meu plano de esquivar falhou miseravelmente, comigo enfrentando quatro Grixis Death Shadow no primeiro dia - consegui ganhar de dois deles, um com o oponente usando Temur Battle Rage no bicho errado e me permitindo combar na volta, mas as derrotas para os outros dois me deixaram na corda bamba da eliminação. Minha quarta derrota veio contra o Mono White Hatebears, onde lidei com duas Thalia, Catara Herege dele através de Bontu's Last Reckoning e Thoughtseize, mas ele voltou com uma terceira, junto de outros bichos, me finalizando antes que eu pudesse chegar nas manas para o combo.
Depois disso, continuei jogando pelos pontos, acumulando uma derrota para RG Ponza e uma vitória contra Boros Burn e fechando o GP com um pífio 4-5. Um verdadeiro desastre, tendo em vista à quantidade enorme de partidas que eu tinha jogado focando a preparação. Porém, o grind é implacável e não dá tempo para se lamenter muito sobre as perdas, bola pra frente que eu teria que "virar a chavinha" para jogar o Last Chance Qualifier T2, onde minha escolha foi novamente o Mardu Veículos:
Dessa vez estava melhor preparado com o deck, apostando no plano de Archangel Avacyn e Walking Ballista para as matches ruins (como Ramunap Red e Zombies). O plano deu certo, já que a vitória no win and in veio contra Zombies, mas sucumbi nas semifinais contra o inesperado RW Burn/Control do Leônio Pereira. Eu poderia ter jogado de forma diferente no G2, o que talvez conseguisse fazer com que eu voltasse para o jogo depois dele abrir muito forte, mas ainda assim não era garantia de que levaria a partida, e tampouco a match pois ainda teríamos um G3. No final das contas, o Leônio passou por mim 2x0, e levou a final contra Zombies tranquilamente com suas infinitas remoções e sweepers ainda no maindeck.
O final da temporada Modern foi uma verdadeira roleta russa de emoções. Antes do GP, eu tinha feito um Top 8, de Ad Nauseam, mas depois foram dois eventos seguidos em que fui muito mal. Ainda assim, estava decidido a tentar dar a volta por cima com o deck, já que eu tinha uma infinidade de partidas com ele nas costas, e estava preparado com um plano para enfrentar qualquer coisa que viesse na frente desde que também fosse válido no Modern (apesar de querer esquivar, é claro, do Grixis DS).
Acabei sendo convencido a jogar PPTQ em Jaú, no interior de SP, a uma distância enorme da minha querida Santos. O torneio em si foi correndo até que bem - ganhei de um dos dois Grixis Death Shadow logo na primeira rodada, e perdi de outro algumas rodadas depois. Na win and in pelo Top 8, três games super próximos contra Abzan Midrange acabaram pendendo em meu favor.
Logo no Top 8 enfrentei o amigo e colega de viagem Anderson Lima, pilotando UR Brecha, e em partidas disputadas acabei levando a match e indo para as semifinais. Iria enfrentar Jeskai Control, que considero ser uma excelente matchup. Levo o G1 sem muitas dificuldades, mas as coisas desandam quando no G2 não consigo encontrar o Ad Nauseam para combar mesmo com meu oponente me dando alguns turnos para achá-lo sem fazer nada de relevante.
O G3 é um episódio parecido. Acabo keepando mulligado, e em uma mão com poucas fontes de mana, jogo um Mystical Teachings para o fundo. Mal sabia eu que, mesmo com o jogo se arrastando por vários turnos e eu fazendo múltiplas cantrips (inclusive as 4 cópias de uma delas nesse game), meus 4 Ad Nauseam estavam nas 18 últimas cartas (o que se contar com todas as cartas que joguei pro fundo com Scry, significa que ao começarmos eles estavam entre as últimas 8-10).
A eliminação nesse PPTQ, junto com a exaustiva viagem de volta para Santos, foram coisas que me fizeram pensar se eu não estava desperdiçando meu tempo e energia em um baralho Tier 2 como o Ad Nauseam que não oferece nenhum escape para situações de alta variância como essa. Afinal, eu não estava tentando jogar uma partida justa de Magic com interações, na maioria das vezes eu só estava buscando o goldfish rápido e indolor, e mesmo nas situações onde decisões importam (scry, mulligan, sequenciamento, Spoils of the Vault), eu ainda me sentia bem a mercê do que o oponente tinha e em como ele jogava contra meu deck. Além disso, o nêmesis em forma de Grixis Death Shadow continuava forte no formato, talvez não absoluto como o principal deck, mas não dava nenhum indício de que cairia drasticamente em popularidade.
Saindo da Zona de Conforto no Modern
Foi no PPTQ seguinte ao de Jaú, que dei chance de respirar "novos ares" no Modern. Por uma situação de acaso meio "sem querer querendo", acabei jogando esse PPTQ com o RG Valakut do Bruno Calazans. As exatas 75 cartas que ele tinha utilizado para chegar até a final do PPTQ paralelo à Final do CLM 9. Treinando e convivendo com ele, eu aprendi muito do que fazer com o deck, como sidear e reagir nas situações adversas quase que por osmose.
Apesar dele usar um monte de carta ruim, tudo ali tinha uma justificativa, e por incrível que pareça várias dessas cartas "ruins" funcionavam do jeito que ele falava (Khalni Heart Expedition, estou olhando para você). Batterskull e Huntmaster of the Fells, no sideboard, idem. Nesse PPTQ, acabei passando por vários adversários difíceis os quais minhas decisões com o deck foram relevantes - desde "lavar a alma" ao vencer de Grixis DS em uma partida que se tivesse jogado no "automático" eu facilmente perderia, até o Top 8 e Top 4 contra especialistas em seus respectivos arquétipos (Felipe Pelegrini de Dredge, e Rafael Navarro de Merfolks).
Acabei sucumbindo na final para o BG Tron do Lucas Caparroz, especialmente porque essa lista do Calazans é mais "lenta" que as listas de Prismatic Omen por não ser tão focada na kill de Scapeshift, tendo mais interação contra os decks de bichos e midranges. Apesar da derrota, estava com uma perspectiva muito mais otimista para a sequência de torneios no grind. Seguindo essa mesma linha de raciocínio, desmontei o Ad Nauseam no Magic Online, e comecei a jogar o finalzinho do Standard com BFZ/SOI de Ramunap Red obtendo um retorno bem positivo com o deck enquanto ele ainda era válido.
Ixalan, House of Cards e o Nacional
Pouco antes de lançar Ixalan, eu passei a sentir muita dificuldade de ganhar do Temur Energy jogando de Ramunap Red, especialmente naquela janela de tempo em que o Magic Online rotacionou BFZ/SOI, permitia reprints de Ixalan, mas ainda não tínhamos as cartas novas. Seguindo o velho ditado de "se não pode vencê-los, junte-se a eles", montei o Temur no MOL, além de jogar com a versão de The Scarab God em alguns torneios locais na vida real.
Além disso, esse período me traz outro marco importante para 2017. A House, daqui de Santos, tinha reaberto sua loja física desde Julho, e não apenas foi bem-sucedida na empreitada, como o Carlinhos precisava de mais gente trabalhando ali no dia-a-dia da loja. Frente à incerteza do grind no Magic Online (principalmente nos momentos em que o Ad Nauseam e o Ramunap Red ficaram mal-posicionados tendo que passar por um mar de hate), aceitei a oferta e passei a estar lá diariamente, e onde sigo orgulhosamente trabalhando até o presente momento.
Além disso, esse período me traz outro marco importante para 2017. A House, daqui de Santos, tinha reaberto sua loja física desde Julho, e não apenas foi bem-sucedida na empreitada, como o Carlinhos precisava de mais gente trabalhando ali no dia-a-dia da loja. Frente à incerteza do grind no Magic Online (principalmente nos momentos em que o Ad Nauseam e o Ramunap Red ficaram mal-posicionados tendo que passar por um mar de hate), aceitei a oferta e passei a estar lá diariamente, e onde sigo orgulhosamente trabalhando até o presente momento.
Estar no balcão presenciando não apenas o lado dos torneios, mas também dos jogadores mais casuais têm sido uma experiência enriquecedora, que por vezes nos ajuda a lembrar o real motivo pelo qual jogamos nosso querido Magic - as interações e momentos incríveis que o jogo nos proporciona em comunidade.
Mesmo trabalhando na loja, ainda seguiria como jogador representando a loja nos torneios maiores, e com isso o próximo evento em mente era o Nacional pouco tempo depois do lançamento de Ixalan.
Apesar de ter jogado uma quantia considerável de drafts no Magic Online e tunado ao máximo que pude a lista de 4C Energy, minha performance no Nacional foi fraca, totalmente afundada por um primeiro draft desastroso (BW Vampiros com poucos payoffs), um segundo draft onde não consegui fechar a mesa mesmo draftando o melhor deck dela (UG Merfolks), e ter perdido para dois Approach com um sideboard mais voltado para UB/Sultai (Carnage Tyrant, Struggle // Survive e com menos counters rápidos, como Spell Pierce, e PWs agressivos, como Nissa, Vital Force), imaginando um meta com muito mais UBs do que Approach (quando na realidade, ocorreu o contrário).
PPTQs Richmond e os Três Vice-Campeonatos
Meu primeiro evento maior pós-Nacional foi um PPTQ Richmond, que seria disputado no formato Limited de Ixalan. Bom para mim que era no mesmo formato do Nacional, e uma ótima oportunidade para buscar redenção da performance fraca na parcela draft. Passei para o Top 8 com um UB Piratas no deck selado, e no Top 8 draftei um BW Vampiros bem forte e sinérgico, mas sem nenhuma remoção:
Acabei perdendo a final para o excelente UG Merfolks do Carlos Tibério em três games bem próximos, onde eventualmente a falta de remoção de minha parte para um Storm Sculptor me custou o G3. Perder a segunda final de PPTQ seguida não foi muito agradável, mas mal sabia eu que na semana seguinte vivenciaria a mesma emoção jogando um PPTQ Standard.
Ali minha escolha foi o Temur Energy, jogando com uma lista bem "padrão" do deck, com um Carnage Tyrant de main, como escolha para pegar UB, Sultai e Mirror de surpresa (tecnologia contra as listas PGO com Essence Scatter, Golpe do Confisco e Torrential Gearhulk , que posteriormente abandonei quando todos os Energy passaram a adotar Vizier of Many Faces):
Perdi a final contra o Thiago Kagueiama, de UW Approach, que foi muito competente em ganhar um G1 em que abri forte, mas ele conseguiu ir respondendo tudo que eu fazia até eventualmente chegar no ponto em que o Approach não perde mais considerando a ausência de counters no maindeck do Temur. No G2, tive um keep duvidoso a 6 com apenas um terreno na Play, mas com Longtusk Cub, Spell Pierce, Chandra, Torch of Defiance e Rogue Refiner (praticamente todos os cards que precisava na match). Não quis mulligar a 5, e acabei punido não achando terreno por infinitos turnos seguidos, mesmo dando Scry para o fundo, e deixando ele me matar com Torrential Gearhulk, sem eu fazer muita coisa.
Confesso que foi bem difícil não desanimar depois de perder a terceira final em três PPTQs consecutivos. Por outro lado, depois de esfriar um pouco a cabeça e refletir, esses eventos serviram para ver que, apesar de perder, se eu estava chegando seguidamente na final, ainda mais em três formatos completamente distintos, alguma coisa eu estava fazendo de correto, e com esse mindset mais positivo segui firme para os próximos eventos no grind.
Nessa temporada, joguei mais dois PPTQs, sendo que em um deles perdi a partida valendo o Top 8 no Mirror de Temur Energy em três games próximos contra o Luiz Mussa, e no seguinte fui bem mal, mas em um momento onde não estava jogando tanto Standard, tendo em vista que os CLMs por aqui se aproximavam dos eventos dobrados e Top 8 no Modern.
Classificatórias para o CLM 10
Dessa vez, com as dias lojas da cidade organizando as classificatórias em datas não-conflitantes, decidi jogar apenas aqui em Santos, nos formatos Standard, Modern e Booster Draft de Ixalan (somente na House). Com isso, eu teria cinco oportunidades para tentar conseguir as duas vagas nas Finais T2 e Modern.
No Modern, me ative ao velho Ad Nauseam, com a "mudança de ares" de usar Leyline of Sanctity no maindeck,ao invés do Pact of Negation. Me classifiquei em 1° no ranking da House, jogando as cinco etapas, e em 7° no ranking da Caverna, sem ter jogado uma das etapas. Aqui foi onde tive uma ajuda importante do colega de redação Bruno Orelha:
Com essa lista, consegui pegar de surpresa o pessoal que veio esperando enfrentar Ad Nauseam, com hates como Glen Elendra Archmage no sideboard, e cravei minha vaga no Modern na primeira oportunidade, eliminando o Abzan do Luiz Neto, o UR Storm do Luiz Duarte (motivo do sideboard preto), o UW Control do colega de treino Bruno Calazans, e por fim ganhando o troféu contra o Affinity do Kauê Capela nas finais. Acabei jogando o Top 8 da House com uma lista mais "padrão", sem o preto, começando nas semifinais e novamente despachando o Calazans (aqui ele de Jeskai Tempo) e perdendo a final para o "Modern Master" Luiz Duarte, o mestre do Burn, que "vingou" sua eliminação para o Valakut na semana anterior, me enchendo de Lightning Bolt, Lava Spike e Boros Charm na cabeça.
Logo após o Modern, tivemos o Top 8 do Booster Draft de Ixalan na House, onde um desempenho forte na etapa dobrada me fez classificar em 1° mesmo "correndo atrás" por todas as outras quatro etapas. Apesar disso, não draftei um deck muito bom na mesa final, e meu UBw Piratas caiu para o B/G do Carlinhos nas semifinais, "desperdiçando" minha vantagem do chaveamento e me fazendo jogar os Top 8 do Standard.
Já no T2, eu joguei as duas primeiras etapas da Caverna de UW Approach (por falta de deck, enquanto o Temur ainda não estava montado) indo bem mal nelas, e as três últimas de Temur Energy "puro". Correndo atrás do prejuízo, consegui ainda me classificar em 1° no Ranking, novamente puxado por uma boa performance na etapa dobrada vencendo "confrontos diretos". Na House, alternei entre variações de Temur puro, 4C Energy, e 4C sem Filhote, e me classifiquei em 2° no Ranking.
Utilizei a versão acima no Top 8 da Caverna, optando por um deck mais leve e raso tanto para enfrentar aggros, como para tomar a postura de agressor sem ter tantas cartas mortas contra possíveis Controles e BW Tokens (como visto pela escolha de Lightning Strike ao invés de Abrade, e Commit // Memory ao invés de Confiscation Coup no G1). Passei por Ramunap Red nas semifinais, e Glyph Keeperr me roubou ambos G1 e G2 nas finais contra o 4C Energy bem pesado focando mirror do Bruno Calazans. Missão cumprida, CLM 10 aqui vamos nós! (PS.: Que fique claro, eliminando o Calazans pela terceira vez seguida, mas dessa vez ele com vaga lockada! Hahaha)
No Top 8 da House, já com vaga, optei por jogar com uma lista de 4C com The Scarab God, e em três partidas próximas perdi as semifinais para o Esper Control do amigo Pablo Perez Sanches, muito bem equipada para enfrentar decks de Energia com várias spot removals, globais, anulações e seu próprio The Scarab God, junto de Torrential Gearhulk.
Conclusões e Mirando 2018
Apesar de ter tido participações bem abaixo no "circuito oficial" (RPTQs, GPs, Nacional), não posso reclamar do meu 2017. De todos esses eventos, extraí lições importantes, desde a subpreparação para alguns deles, até a insistência em estratégias que não eram as mais indicadas para o momento. Em outros, um julgamento errado na hora H, priorizando sideboard para um deck ao invés de outro, foi a diferença.
Em contrapartida, meu desempenho a nível local foi bem melhor, conseguindo vagas com relativa tranquilidade para as Finais do CLM 9 e CLM 10. Mesmo na Grande Final, perdi dois win-and-in em formatos diferentes (uma no Modern, uma no T2), e perdi a partida valendo dinheiro no outro (Modern). Nos PPTQs, apesar de não ter conseguido ganhar a vaga, minhas derrotas em finais seguidas renderam uma premiação generosa que foi aliada às premiações menores, porém consistentes, dos eventos locais, além claro da reflexão e aprendizado sobre as derrotas.
Além do meu desempenho pessoal, ver pessoas próximas e que treinam, jogam e discutem junto comigo acaba sendo, também, uma grande satisfação. Além de ver a Marcela e o Calazans ganharem a vaga em dois PPTQs no mesmo final de semana, logo no início da temporada Modern o amigo Rafael Gaspar levou o primeiro PPTQ na Bazar de Bagdá, (jogando de Burn e ganhando de dois Ad Nauseam no suíço com algumas das minhas dicas, entregando a arma para o bandido!), para em seguida cravar a vaga no Pro Tour Bilbao através do RPTQ... ganhando justamente do Calazans no Top 8, que garantiu novamente vaga no RPTQ, o terceiro seguido. E mesmo eu ganhando dele 3x seguidas nos Top 8 CLM aqui em Santos, ele também lockou a vaga em ambos os formatos, e com isso vem a oportunidade de nos prepararmos juntos para jogar a Grande Final em fevereiro, no T2 inclusive jogando pela mesma loja na modalidade de Equipes.
Nesse ano que passou, antes de começar a trabalhar na loja (e não apenas jogar representando a loja), não tive nenhum tipo de emprego ou fonte de renda além do Magic, fosse ela proveniente de artigos, premiações ou de tix no Magic Online; e apesar das dificuldades do "grind" em alguns momentos, só tenho a agradecer às pessoas que me apoiaram nesse percurso, sabendo ou não sabendo, todos me ajudaram de alguma maneira.
A todos os amigos que torceram, ajudaram com cartas ou decks emprestados, lugar para ficar aos finais de semana ou mesmo somente a companhia para o exaustivo grind que são os sucessivos torneios; a todos os leitores do conteúdo que produzo aqui para a Ligamagic, das postagens no Facebook ou discussões na vida real.
E mais do que tudo, minha gratidão principalmente à duas pessoas sem as quais eu certamente não estaria aqui hoje vos escrevendo: Carlinhos "Gordo" por ter acreditado na minha pessoa para representar a empresa de onde tira seu sustento; e minha parceira Geni Souza pelo apoio, fosse ele emocional ou financeiro, em todos os momentos desse ano, por mais difíceis e incertos que fossem. Sem vocês dois em particular, nada do pouco que consegui construir dentro do Magic até hoje teria sido possível, tampouco os próximos passos que ainda estão por vir.
Não pretendo traçar um objetivo "tangível" para o ano de 2018, já que segundo o mestre Brad Nelson, essa é uma das melhores formas para se frustrar: expectativa em resultados objetivos. Pretendo focar tão e somente em jogar o melhor Magic, em me preparar o máximo possível para os eventos dentro dos meus limites, aproveitar o jogo e deixar o resultado vir (ou não vir) de acordo com o que tiver que ser.
De acordo com meu "calendário do grind", as primeiras oportunidades vão ser nos PPTQs da próxima season, na Grande Final do CLM 10, e no GP Trios em Santiago. Quem sabe não nos encontramos em algum desses torneios? Vamo que o grind não pode parar!
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Boas festas a todos! Abraços e até a próxima!
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Boas festas a todos! Abraços e até a próxima!
Matheus Akio Yanagiura ( sandoiche_13)
Matheus Akio Yanagiura, mais conhecido como Sandoiche, é jogador profissional, escritor e streamer de Magic: the Gathering, produzindo conteúdo com foco para o competitivo do jogo desde 2012. Membro da equipe de e-Sports LigaMagic Bolts desde sua formação inicial, dentre seus resultados destacam-se a classificação para o Neon Dynasty Championship, o título do ManaTraders Series Legacy, o vice-campeonato da Twitch Rivals e o Top 8 do Magic LATAM Challenge, além do bi-campeonato do Circuito LigaMagic Modern e Top 16 Grand Prix São Paulo 2018 no Magic Tabletop.
Comentários
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(Quote)
- 02/01/2018 16:21:54
Obrigado pelo feedback! Com certeza, 2018 é nóis!
Eu conquistei minha vaga na Grande Final do CLM Modern jogando de Valakut. Tem boas chances de eu ficar nesse deck por um tempo, mas sigo experimentando e lendo tudo que posso sobre os vários decks do Modern.
(Quote)
- 01/01/2018 17:57:51
Gostei da troca de deck modern. Pretende mudar de deck nesse ano ou vai continuar com o ad?
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