Olá, tudo bem?
A ultima semana foi intensa para quem joga Standard, segunda uma banlist que não alterava em nada o formato, então até junho seria tudo igual, Gatos vs Veículos, e Amonhet tentando colocar ordem nisso, mas na quarta, em uma medida inédita, a Wizards bane o Guardiao Felidar e o Standard se torna uma selva, onde é bem complicado procurar um norte.
E sabe o que você faz quando não tem nenhuma direção no meio da selva? Procura uma referência para se orientar.
E foi exatamente isso que aconteceu em Atlanta, diversos jogadores, que estavam se preparando para o evento e tiveram que mudar seu planejamento, devido ao ban emergencial, focaram em uma referência.
28 dos 116 jogadores no segundo dia do evento estavam de Mardu Veículos, foi o deck mais usado, seguido por BG Delirium (14), UR Control (7) e Jeskai Control (6).
A escolha pelo Mardu é simples, você tem poucos dias para se adaptar à um novo formato, antes tinha dois grandes decks tiers, um deles é banido, é fácil escolher o outro e ganhar mais uma semana para testar estratégias novas. A lista do campeão do Open, Andrew Jessup, é um belo resumo desse pensamento:
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Sideboard (15)
O deck tem duas cartas novas, Esguicho de Magma, que entrou no lugar de Choque, para vencer aggros (e é melhor exilar, já que temos zumbis) e Cortar // Pedacos, outra opção de remoção.
Ou seja, é o mesmo deck que Andrew podia usar até quarta-feira, se o Open ainda tivesse o combo, ele poeria tranquilamente usar essa mesma lista, que ainda seria forte. Não quer dizer que Amonkhet teve zero impacto, apenas que ele preferiu uma opção muito segura, para um ambiente ainda desconhecido. Porque gastar tempo testando e criando, se posso só treinar com 75 cartas prontas? Quando seu foco é competir e vencer, esse pensamento faz muito sentido.
Mesmo dentro dos Mardus, já tivemos algumas mudanças, exemplo é a lista do segundo colocado, Ryan Mcdonough:
Sideboard (14)
Sideboard (14)
Sideboard (14)
Ser mais agressivo é o objetivo aqui, logo, Ryan abre mão de Arcanjo Avacyn e Balista Ambulante, que são cartas mais reativas, e vai para Motorista Veterano e Portador da Gloria, que te permitem diminuir os pontos de vida do oponente rapidamente.
No confronto direto, a lista antiga do Andrew levou vantagem, Balista Ambulante faz um estrago contra Ferramenteiro Exemplar e Motorista Veterano, e Arcanjo Avacyn pega o Portador da Gloria na curva, mas no geral, espero as listas indo mais para o caminho agressivo do Ryan, do que tentando ser lentas, como a do Andrew. Isso porque o meta ganhou alguns caras novos, que não se importam com o dano da Balista, ou a resistência da Avacyn, caras que você precisa atropelas, antes que eles entrem no jogo.
Papel e Tesoura
Não é segredo que Guardiao Felidar e companhia evitavam que os midranges jogassem no Standard quando você não pode fazer uma Ishkanah, Viuva-do-cemiterio, ou um planeswalker mais pesado, porque isso na volta será combado, fica complicado jogar uma partida com esse tipo de deck.
O primeiro sintoma do banimento foi justamente a volta dos grandes midranges, pesados e cheios de card advantage, no caso GW e BG Delirium, listas de Karl Tashjian (20º) e Tom Ross (31º), respectivamente:
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Muito card advantage, gerado em toda jogada, cada carta tem grande valor individualmente. Esse é o resumo de ambos os decks, o GW talvez tenha menos valor, mas ambos prezam pelo jogo longo e pesado e ambos são predadores de Mardu, o GW tem muitas fihas, podendo te bloquear por muito tempo, e Arcanjo Avacyn, que, se flipar, vence sozinha, e o BG tem o nêmesis, Ishkanah, Viuva-do-cemiterio, e quando você junta ela no mesmo deck que Atravessar Ulvenwald, Liliana, a Ultima Esperanca e Liliana, Majestade da Morte, significa que terá muitas vezes a aranha na mesa, e de novo, e de novo, e de novo... Esse plano, contra Mardu é maravilhoso, você está jogando uma barreira enorme contra as criaturas, e fazendo isso repetidas vezes. O passado nos diz que Mardus sofrem para essa aranha, foi assim na época do Coptero do Contrabandista, apesar de que hoje em dia o lar dos veículos se transforma em midrange quando quer, o que pede mais atenção do jogador de BG.
Ainda sim, é um novo tipo de estratégia para esse formato e diversidade é bom.
Falando em diversidade, vamos ao tipo de deck que mais ganhou peças com Amonkhet, os controles. A lista que escolhi é do Leith Meador, 25º colocado.
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Das 29 mágicas, 23 são respostas, e 6 são para você chegar em mais mágicas. Criaturas? mais 4 respostas, na forma de Mecanotita Torrencial e uma pseudo ameaças/ criador de card advantage, Kefnet, o Consciente.
Fazia tempo que não víamos algo assim, desde o Pro Tour Honolulu, onde dois controles fizeram a final (um deles pilotado pelo brasileiro Carlos "Jabaiano" Romão). Desde então o mais perto era o Jeskai Saheeli Rai, um combo-controle e não esse baralho super reativo, que responde a tudo, refaz a mão com Puxar do Amanha e, quando se sente seguro, dale titã e pássaro.
Com o hard control no ambiente, temos uma tríade entre os tiers 1, um aggro, que coloca pressão em controles, que vencem midranges pelo card advantage, que tem silver bullets contra aggros. E para melhorar, o aggro tem como vencer o midrange, que tem como vencer o controle, que tem como vencer o aggro. Esse tipo de ambiente torna o formato mais imprevisível, e quanto mais tempo passa, mais os jogadores pode testar novas maneiras de usar suas 75 para atacar o meta.
Se está tão bom assim, porque 5 Mardus no top8?
Porque, como eu disse lá no começo, leva tempo para construir esse ambiente. Acho até que tivemos respostas rápidas, com boas listas de midranges e de controles, mas demora mais do que 2 dias para todo mundo testar algo novo e apostar nisso e um grande evento. Durante essa semana teremos um bom desenvolvimento do ambiente no Magic Online, e espero boas novas para o próximo fim de semana de torneios.
Para finalizar, quero lembrar as opções que saem desses tiers, como o tempero de uma comida, são as listas que dão mais gosto ao formato:
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Sideboard (13)
Sideboard (13)
Sideboard (13)
Os dois primeiros são aggros lineares, que não existiam antes porque você precisava ter respostas bem específicas no seu baralho agressivo para vencer o combo (era impossível só usar Declaracao em Pedra, como fez o Zach), além de que, Amonkeht deu uma boa força para esses dois decks.
A terceira lista é do Jason Bennett, 9º colocado no Open, e que pode ser uma direção nova para o Standard. Portador da Gloria caiu bem na estratégia tempo do baralho, sendo uma fonte de dano grande, uma carta mais chata de lidar, algo que faz bastante diferença quando boa parte das suas ameaças só te dão vantagens pequenas. E amigo, Visoes Febris contra controles ou midranges, é um deus nos acuda.
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Concluindo, apesar do top8, o Standard não está dominado por Mardus, em uma semana devemos ter boas mudanças e pelo menos 3 arquétipos no tier 1.
Até mais!
Ruda
Embutir na Liga
DECK ID
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Paisagem -
Retrato