Fala, galera! Jogaram o pré lançamento de Amonkhet? Espero que sim, pois as mecânicas estão sensacionais! Mais do que isso, já foi uma ótima hora para começar a ir atrás das cartas que podem brilhar tanto no Standard como Modern. E falando em Modern...
Vocês já devem ter ouvido em muitos lugares por aí sobre a maioria dos cards que a galera já está pensando em testar nesse nosso querido formato. Entre eles e entre as estratégias citadas, o bom e velho Living End está bem presente entre os destaques. A estratégia é bem antiga, mas o retorno de reciclar nessa coleção trás um novo gás para ela. Vamos à analise!
Essa lista foi usada recentemente numa Liga Modern no Magic Online pelo usuário Butakov e representa perfeitamente a estratégia básica que vamos comentar aqui hoje. Para quem não a conhece ainda, Living End é uma carta sem custo de mana para ser conjurado, mas pode ser suspensa com a sua habilidade e conjurada do exílio 3 turnos depois. Porém, é obvio que temos uma maneira bem mais fácil de conjurar ela de imediato com cartas como Demonic Dread e Violent Outburst.
Essas duas cartas possuem a habilidade de cascata, onde revelamos cartas do nosso grimório até revelar uma com custo menor que a delas, podendo então conjurar essa carta revelada sem pagar nada. Por esse motivo, um deck Living End é construído sem que nenhuma carta, a não ser a própria Living End, tenha custo menor do que 3, garantindo que ela sempre seja encontrada e conjurada pelas cascatas do deck.
É claro que apenas essa artimanha não seria o suficiente, pois o formato exige que combos sejam de certa maneira um tanto rápidos, justamente para não sucumbirem aos outros que o formato já possui. Sendo assim, a maneira que encontramos de lotar nosso cemitério com criaturas relativamente grande, sem a ajuda de cartas como Faithless Looting, que acabaria com nossa cascata, foi através de criaturas com reciclar.
A maioria delas é do bloco de Shards of Alara, última (e de certa forma única) vez em que essa mecânica apareceu em peso dentro de uma coleção válida no Modern, então nossas opções eram bem restritas. Notem apenas que isso não impediu que o deck existisse e sobrevivesse dentro do formato sem suporte extra durante todos esses anos. Imaginem então, agora, com uma coleção novinha em folha e cheia de cartas novas com reciclar e cartas que interagem com essa habilidade.
Curator of Mysteries é uma das primeiras opções que vem à tona quando queremos atualizar esse deck com essa coleção, ainda mais quando pensamos em contar cartas como Monstrous Carabid, certo? Essa esfinge, quando no campo de batalha, provavelmente depois de um Living End, faz com que cada reciclar nosso tenha seu potencial praticamente dobrado, pois sua habilidade de vidência 1 toda vez que reciclamos ou descartamos outra carta, sempre desencadeia antes de comprarmos a carta do reciclar. Dessa maneira podemos procurar facilmente por uma remoção (Shriekmaw, ou Beast Within) ou simplesmente um segundo Living End, se a situação se fazer necessária.
Archfiend of Ifnir deve ser a mais procurada para esse deck atualmente, por conseguir resolver também uma série de problemas que a estratégia enfrente logo após um Living End. Nosso oponente, com o mínimo de eperiência, pode jogar em torno do Living End, jogando suas criaturas para o cemitério também, fazendo com que elas retornem inevitavelmente junto com as nossas. Um Viscera Seer ou um Arcbound Ravager podem fazer esse trabalho muito bem feito em um Melira ou Affinity, respectivamente. Sem falar em outros decks que já se aproveitam do cemitério por natureza, como um Dredge. Ou ainda, numa situação bem mais específica, onde precisamos conjurar um segundo Living End, trazendo algumas (muitas) criaturas do cemitério do nosso oponente para o campo de batalha.
Em todas essas situações, um Archfiend of Ifnir aparenta ser muito bom. A não ser no exemplo que citei de um segundo Living End, as criaturas que retornam para o campo de batalha desses decks, em sua maioria, são pequenas, então basta usarmos uma ou duas vezes a habilidade de reciclar de nossas criaturas, que dois marcadores -1/-1 serão colocados em cada uma delas, e isso será o suficiente para limpar a mesa novamente. Obviamente, isso não é possível se uma Melira, Sylvok Outcast estiver no campo de batalha, mas aí é outra história.
O fato é que essas criaturas por si só já apresentam um corpo melhor das que o deck tinha, então mesmo sem a habilidade de vidência 1 ou a de colocar marcadores -1/-1 nas criaturas do oponente, elas já seriam ótimas candidatas para substituir as que o deck já possui. Essas habilidades são só um bônus, no auge da ironia, onde nos dá apenas a certeza de que algumas trocas ocorrerão nas listas principais da estratégia.
A única desvantagem dessas novas opões, em relação às antigas, está em seus custos de reciclar. Curator of Mysteries possui um custo de uma mana, mas unicamente azul, enquanto que Archfiend of Ifnir possui o custo de 2 manas. No caso do Archfiend, isso nem chega a ser uma desvantagem, pois muitas listas ainda usam Valley Rannet ou Jungle Weaver, tanto para procurar por terrenos quanto para servir de criatura maior ainda a ser retornada, então a velocidade nem é tão comprometida assim e, novamente, sua habilidade pode compensar e muito. Mas, realmente, no caso do Curator, algumas listas nem usam a cor azul e, quando usam, no caso da lista que usei como exemplo aqui, é apenas para ajudar no reciclar de Architects of Will, mas que pode também ser reciclado com mana preta, então contamos com apenas uma cópia de Watery Grave para a esfinge numa inclusão direta. Como não somos loucos a esse ponto, é bem provável então que uma mudança na base de mana se faça necessária.
Para finalizar a parte de melhorias em criaturas, caso você seja adepto de ter algumas gigantes na lista, então aconselho fortemente que de uma boa olhada no Desert Cerodon, sendo 6/4 e com um custo de reciclar bem baixo, bem melhor do que todas as criaturas que a lista original já tem.
Agora, para aqueles mais ousados ou que simplesmente procuram alternativas para quando encontramos um bom e velho hate de cemitério pela frente, a coleção também nos trouxe de bandeja dois encantamentos para contornar isso das mais variadas maneiras.
Drake Haven e Faith of the Devoted são ótimas alternativas para essa estratégia, que a torna bem menos dependente do cemitério enquanto ainda se aproveita muito bem de toda a base das listas. E para melhorar, os dois custam 3 manas, deixando-os fora do alvo de qualquer mágica de cascata que temos, não comprometendo em nada a linha de jogo original.
Bom, o primeiro entra no mesmo dilema da esfinge, onde teríamos de dar uma arrumada na base de mana, porém, uma criatura 2/2 com voar, de graça, todo turno, parece ser perfeitamente justificável para essa mudança. Todas, ou a grande maioria das cartas com reciclar em nosso deck, possuem custo de mana 1 para essa habilidade, então esse "de graça" acaba sendo na verdade por duas manas, mas visto que não estamos perdendo nenhum recurso para isso, então ainda cai na mesma premissa.
A questão é que acaba sendo muito difícil para nosso oponente cuidar de duas linha de jogo ao mesmo tempo, ainda mais dependendo do deck que ele está pilotando. Algo baseado em criaturas provavelmente terá criaturas melhores que nossos singelos 2/2 com voar, e como não temos nenhuma maneira de cuidar das criaturas dele, tirando Living End, que também cuida das nossas, então esses dragõezinhos acabam servindo de ganhadores de tempo para nosso plano mestre se concluir. O que não é nem de longe ruim, diga-se de passagem.
Por outro lado, contra estratégias lentas ou com pouca pressão no campo de batalha, a dor de cabeça que esses dragonetes representam é bem grande. Nesse caso, nós podemos simplesmente deixar o jogo na mão deles enquanto o oponente não acha uma solução. Quando achar, nós voltamos com um lindo Living End e botamos ele contra a parede novamente.
Faith of the Devoted oferece uma linha de agressão mais direta e difícil de ser defendida. Esse encantamento é interessante para ser usado como um tipo de último recurso, onde o oponente já se assegurou contra ataques, talvez com uma Ensnaring Bridge, então não nos resta outra alternativa a não ser remove-la ou ignora-la, sugando 2 dos seus pontos de vida todo turno até a morte.
O problema, ao contrário do que temos com Drake Haven, é que esse método é muito mais lento, então vale mais a pena contar com esse dreno de vida depois de já ter conseguido tirar uns bons pontos de vida do oponente com um ataque direto de alguma de nossas criaturas. Claro que usar dez cartas para sugar toda a vida do oponente não é uma ideia tão absurda assim, pois a lista que usei aqui como exemplo conta com 16, só que nosso deck não foi feito para jogar na defensiva e o máximo que conseguimos nessa linha de jogo é com um Living End, contra decks agressivos, onde Faith of the Devoted se torna inútil, então confiar apenas nesse encantamento para encerrar a partida realmente não é uma boa.
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Mudando um pouco de assunto, se vocês já leram um pouco por aí sobre a interação dessa coleção com essa estratégia, então já devem ter visto também muita gente comentando sobre a inclusão de As Foretold aqui. Minha opinião? Inviável. Uma das vantagens desse deck é que as cartas com cascata nos permitem procurar pela carta chave, Living End, aonde quer que ela esteja em nosso deck, enquanto As Foretold só nos permite que a conjuramos de nossa mão. Como todas as nossas cartas são escolhidas a dedo para que seus custos não sejam menor do que 3, então se um Living End não estiver em nossa mão, o encantamento só conseguirá conjurar algo depois de 3 turnos que cair no campo de batalha. Muito lento.
É isso aí, galera! Acho que consegui demonstrar claramente o quanto essa estratégia pode evoluir com a chegada de Amonkhet, mas não se esqueçam que ainda temos outra coleção saindo daqui uns meses para acrescentar mais coisas ainda à ela. Espero que tenham gostado e que aproveitem bem essa onda egípcia, pois ela promete balançar bem os formatos que conhecemos.
tira Outburst/Minotauro/Beast Within e põe As Foretold/Curator/Archfiend q fica show ;P
As criaturas do deck sempre foram muito ruins, mas estas de Amonkhet, apesar da menor versatilidade na hora do cycle, possuem boa interação com a mecânica de cycle e são maiores no combate.
O Drake Haven e Fé dos Devotos devem ser sides interessantes pra fugir de situações que normalmente complicam o living end (hate de cemitério, ponte traiçoeira).
Sei que já comprei o set das cartas que acho que vão rodar, o teste vale muito a pena.
Também não acho que Faith of the Devoted será uma staple nos sideboards, ir causando dano de 2 em 2 é muito lento pro Modern, ainda mais em um ambiente com tantos combos e decks que se assemelham a combos.
Ainda assim há uma luz no fim do túnel! A possibilidade de cortar os Minotauros do deck (com a besta 6/4 ou o Demônio 4/4) e assim poder usufruir melhor das Fadinhas tanto main quanto side pode ser muito útil. Basta lembrar que ela pode salvar em diversos matchs complicados.