Fala galera meu nome é André Sambiase e sou o novo trainee que vai trazer mais conteúdo para vocês, tudo certo?
Hoje falaremos um pouco sobre o Modern, em específico: aspectos do UW/x Control.
Apesar de ultimamente os pros estarem preocupados com o formato estar mais rápido que o normal por conta de alguns decks agressivos estarem em ascensão como Dredge, Infect (uma constante no formato), Suicide Zoo e Bloo (decks que tem variado) e terem até defendido que controle não é uma boa opção no momento, ainda assim hoje falaremos sobre controle.
Obs: Tivemos dois decks em destaque no GP Dallas: Um jeskai draw-go control e um grixis control (sem delver).
Diferente de outros decks já consagrados no ambiente (Jund, por exemplo), não existe uma lista consagrada de UW/x control. A base UW, que era para ser o "arroz e feijão", sempre varia, e os arquétipos decorrentes dessa base que são Esper e Jeskai (numa pegada mais control) e Grixis (aqui, geralmente mais tempo agressiva) acabam variando também.
Não entrarei no Grixis e falarei apenas superficialmente do Jeskai. Meus testes até agora tomaram evolução apenas nas listas mais reativas, como Esper Draw Go, Esper Teachings, Jeskai Draw Go, UW Control, e um pouco mais ostensivas como UW/b Midrange.
Mas hoje, em especial, utilizarei uma ferramenta pouco utilizada nos dias de hoje, mas que servirá como análise desses decks e para os que forem do agrado de vocês, pra qualquer formato.
ANÁLISE MATEMÁTICA DA BASE DE MANA (QUANTAS FONTES DE MANA PRECISO PARA CASTAR MINHAS MÁGICAS NO TURNO NECESSÁRIO)
De prontidão, gostaria de destacar aqui que não sou matemático, e espero, sinceramente, que algumas pessoas que leiam o artigo possam contribuir de alguma forma.
Entretanto, me deparei com um artigo do Frank Karsten, ele sim, matemático, em que utilizava o conceito hipergeometria para fazer os cálculos de mana necessários para castar suas mágicas mais constantemente.
Por nossa sorte, ele gerou algumas tabelas, e utilizaremos estas para nossa análise. As tabelas levam em conta que um deck de 60 cartas possui 24 terrenos e não possui geradores de mana (Birds of paradise ou Springleaf Drums, por exemplo). Outro fato importante, é que a consistência chega numa porcentagem de 90%, ou seja, não tem como garantir 100%, pois como todos sabemos, a possibilidade de comprar 0-1 terrenos na mão inicial sempre acontecerá.
Aqui vai:
![](http://227rsi2stdr53e3wto2skssd7xe.wpengine.netdna-cdn.com/wp-content/uploads/2013/12/Screen-Shot-2013-12-31-at-5.18.08-PM.png)
Essa primeira tabela demonstra a quantidade de fontes de mana necessárias por turno para castar spells de apenas 1 mana colorida de forma consistente.
Portanto, caso queira castar um Goblin Guide de forma consistente no turno 1 num baralho de 60 cartas com 24 terrenos, você precisará de 14 fontes de mana vermelha para realizar no turno 1.
Caso queira fazer splash para um Ajani Vengeant por exemplo e conjurá-lo no turno 6, precisará de apenas 9.
Vamos para a próxima tabela, aqui levamos em conta spells com 2 fontes coloridas:
![](http://227rsi2stdr53e3wto2skssd7xe.wpengine.netdna-cdn.com/wp-content/uploads/2013/12/Screen-Shot-2013-12-31-at-5.19.14-PM-e1388540713442.png)
Logo, se quiser castar uma Kalitas, Traitor of Ghet no turno 4 de forma consistente num deck de 60 cards, necessitará de 18 fontes de mana preta, o mesmo serve para uma Liliana of the Veil no turno 3, na qual será necessário 19 fontes de mana da cor escolhida. Ao fim explicarei o papel das fetchlands nesse processo.
Finalmente, a tabela 3 demonstrará as fontes necessárias para spells com 3 fontes coloridas:
![](http://227rsi2stdr53e3wto2skssd7xe.wpengine.netdna-cdn.com/wp-content/uploads/2013/12/Screen-Shot-2013-12-31-at-5.20.29-PM-e1388540967522.png)
Esse deck é estranho, mas chegou a fazer um ou dois resultados 5-0 nas ligas modern do MOL. Um dos problemas é a base de mana, outros são a lentidão que infelizmente torna o teachings não viável. Se fosse viável, viraria um toolbox impressionante.
O deck em linhas gerais é bom contra outros controles, alguns decks midranges e até alguns aggros. Mas o fato de não usar veredito supremo, aliado à frágil base de mana, deixa o deck inconsistente e mal posicionado.
Mágica | Número de fontes | Fontes necessárias |
Cryptic Command | 16U + 1,25 cantrip | turno 4 = 22 fontes |
White sun's zenith | 15 + 1,25 cantrip | turno 6 = 20 fontes |
Esper Charm | 18 fontes duais | turno 3 = 12 de cada em teoria |
Hero's Downfall | 15 fontes + 1,25 cantrip | turno 3 em diante = 19 ou menos |
Contei apenas Remand e Repeal como cantrips possíveis aqui nos primeiros turnos. Ainda assim, Repeal não seria muito interessante utilizar como simples cantrip, não é?
A base de mana é inconsistente como podem perceber. Apesar de levar em conta que o deck tem 24 lands sendo que na verdade tem 26, os números de consistência não fugirão muito disso.
No caso do Esper Charm, para fazê-lo no turno 3 envolve muito mais do que apenas 12 fontes de mana de cada, pois você ainda quer fazer Cryptic Command e outros spells em turnos anteriores.
Logo, existem 18 fontes que envolvem fontes de duas ou mais cores no deck, entretanto, 4 entram tapadas que são as shambling vent.
Obs: Segundo Karsten, para fazer uma Voice of Resurgence no turno 2 de forma consistente, seriam necessárias 20 manas que geram tanto branco como verde, fora as 13 fontes de cada cor como a tabela 1 sugere.
Algo necessáro nesse deck, seria mudar a base de mana de forma radical, começando pelas tectonic edge. O deck simplesmente não comporta de forma consistente.
- O deck é bom contra aggros e midranges
- Possui um ótimo match contra BG/x (Kitchen Finks, Lingering Souls e Jace, Architect of Thought)
- O package de counters no sideboard traz as respostas pra combater combos e controls, e até dredge
- A base de mana é consistente pra um três cores
- Os Engineered Explosives maindeck pegam alguns decks de surpresa
- A mão pode ficar "truncada" com tantos Kitchen Finks e Restoration Angel
- O game 1 é perdido contra combos
- Depende de esfera de detenção em vários matchs
- Não utiliza Sphinx's Revelation, apesar que Jace é melhor do que parece
- Apesar da base de mana ser consistente, ainda assim não chega no ponto ideal de segurança
Mágica | Número de fontes | Fontes necessárias |
Kitchen Finks | 17w + 1 cantrip + 4 ghost quarter | turno 3 = 20 |
Jace, arquitect of thought | 15u + 1 cantrip + 4 ghost quarter | turno 4 = 18 |
Supreme Verdict | 17w + 1 cantrip + 4 ghost quarter | turno 4 = 18 |
Esper Charm | 12b 15u 17w + 1 cantrip + 4 ghost quarter | turno 3 = 12 de cada em teoria |
Obs: Os Ghost Quarter podem servir em casos extremos para consertar a própria base de mana, mas isso não deveria contar de forma matemática.
Como podem ver, as fontes de mana ainda estão abaixo do número ideal. Entretanto, jamais se compara ao deck anterior.
Isso se compreende porque aqui temos um leve splash para a cor preta, temos as barreiras que são cantrips e podem ser alvo de Path to Exile. E a única sobrecarga do deck em teoria seria ao fazer Kitchen Finks no turno 3, que nem sempre será interessante pro papel midrange/control. Como não se utiliza Cryptic Command, a lista roda mais tranquilamente pela cor determinante ser o branco.
- A base de mana é mais confiável por ser duas cores
- É possível adicionar mais destroy lands assim
- Mantém um match bom contra bg/x e outros aggros
- O 4º Supreme Verdict compensa contra matches como merfolk, elves e etc.
- As counters fazem diferença em relação à outra lista
- Blood Moon é contornável
- A lista perde um pouco de advantage sem esper charm, mas ganha com sphinx's e comando
- Combos sem criaturas ainda são matches difíceis
- O deck depende muito de cartas como jace e gideon pra controlar o game em alguns casos.
Mágica | Números de fontes | Fontes necessárias |
Cryptic Command | 17 + 1 cantrip | 22 = turno 4 |
Supreme Verdict | 16 + 1 cantrip | 18 = turno 4 |
Kitchen Finks | 16 + 1 cantrip | 20 = turno 3 |
Como podem ver mesmo uma lista duas cores ainda não chegamos no ideal por si só.
Mas no contexto geral, a base de mana mesmo assim é mais consistente. Sem os destroy lands chegaríamos no mínimo facilmente. Entretanto, no conjunto da obra perderíamos poder de interferência do deck nos lands adversários.
Esse deck com mais counters não fará kitchen finks no turno 3, sendo muito mais provável um veredito supremo pontual no turno 4.
Quanto ao Cryptic Command, existe um risco de não podor fazê-lo no turno 4, mas o risco é compátivel com as respostas que o deck tem com o intuito de ser resiliente. Nessa shell você consegue obrigar o oponente a forçar um pouco mais a mão, para que o Supreme Verdict supremo seja mais eficaz.
Obs3: No contexto geral daria para melhorar a mana base diminuindo o número de Kitchen Finks.
Vamos para nossa última lista do dia.
JESKAI DRAW-GO CONTROL
Essa lista tem feito vários resultados no MOL, ela descende do Esper draw-go criado por Wafo-tapa Hall of famer e mestre do control. Entretanto, ele percebeu que o splash para o vermelho deixa a lista mais leve do que o splash para o preto (que era para Esper Charm):
Obs: após escrever o artigo uma lista de jeskai draw-go control chegou à semifinal do GP Dallas, perdendo para Skred Red (o campeão do GP).
Essa é a lista que estou testando no momento.
Destaques positivos da lista:
- O pack de counters e card advantage é substancial
- Tem match justo contra quase tudo
- Combo melhora substancialmente
- A lista é mais leve com o leve splash para o vermelho
- O match contra bg/x continua razoavelmente bom
- Não tem a mão "truncada" com Kitchen Finks, barreiras e Restoration Angel
Destaques negativos da lista (até o momento) :
- Sofre um pouco mais com a base de mana (quando necessitamos de lands básicos)
- São oito fetchlands para os Logic Knot (uso Polluted Delta no lugar das Scalding Tarn por $$)
- Sofre para Blood Moon (pois tem que counterar pontualmente)
- As kill conditions são mais lentas
Com isso, vamos para a base de mana desse baralho de três cores:
Mágicas | Fontes de mana | Fontes necessárias |
Cryptic Command | 21U + 3-4 cantrips | 22 = turno 4 |
Supreme Verdict | 13W + 3-4 cantrips | 18 = turno 4 |
Logic Knot | 21U | 20 = turno 2 |
Ajani Vengeant | 13w + 11r + 3-4 cantrips | 11 ou menos = turno 4 em diante |
Vejam como a quantidade de cantrips (menos no caso do logic knot turno 2, pois não há utilização de cantrip antes do turno 2) somada à base de mana, até supera nossos requisitos.
Aqui podemos falar que a base de mana é mais consistente. O único porém é que utilizo Delta Poluído no lugar de Scalding Tarn por questões financeiras. Mas como o deck não possui nem montanha básica, não ocorre danos à base de mana.
Diante de todas as listas utilizadas aqui, esta foi a única que adequou matematicamente aos nossos requisitos.
CONCLUSÃO
O artigo ficou um pouco longo, mas espero que tenham gostado.
A base de mana deve ser harmônica com a pretensão do deck, e vimos exemplos disso. Caso queira destruir alguns lands no modern num baralho de 3 cores, deverá abrir mão de certa consistência. Mas sempre existe crumble to dust no side para combater tron e manlands.
Outro detalhe, no Modern, o controle ainda não achou sua grande lista, mas estaremos à espreita. Logicamente jogar com listas mais agressivas é uma estratégia mais eficiente ultimamente no Modern, mas isso não quer dizer que deixaremos de tentar evoluir o arquétipo control!
Obs: Ainda existem cards que não foram testados por mim, como Vendilion Clique, Ancestral Vision e por aí vai.
Comente aqui suas ideias!
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Eu, pessoalmente, tenho desconfianças com estas listas, na minha percepção jogam muito "para trás", prefiro o UWR control/burn, pressiona mais mantendo as respostas e sempre "há como contornar", independente da variedade do field, tem respostas contra aggro, mid, control, combo o que mais vierem a inventar, kkkkk... Em tempo, curti o lance do Frank Karsten, ótima contribuição, eu não conhecia.
Venho utilizando esta lista há alguns meses, sempre com consistência, "farmando" alguns torneios até no #GPPoa, https://www.ligamagic.com.br/?view=decks/view&deck=541208
Até mais. ;)
Que bom que te ajudou, estou à disposição para trocar ideia