Analisando como a temática e mecânicas de Kaldheim podem afetar o formato.
E aí pessoal, tudo bem? Aqui quem vos escreve é o Heli e hoje venho fazer uma análise de como Kaldheim poderá mexer com o formato, já que teremos algumas habilidades que podem ser úteis e a volta da temática nevada. Quando falo de alguma coleção nova, tenho dito que a porcentagem de cartas jogáveis tem aumentado significativamente, mesmo que isso não se traduza na criação de novos decks ou alterações drásticas do metagame. Para mim, é clara a mudança de postura em relação ao desenvolvimento das cartas comuns, mesmo não sendo na velocidade, quantidade e qualidade que a comunidade almeja.
Kaldheim traz seis mecânicas, sendo quatro retornos (cartas dupla face, morfolóide, sagas e neve) e duas novas (profetizar e vanglória). No período que estou escrevendo esse artigo, ainda faltam aparecer uns 30% das cartas, que representa uma grande parte das comuns. Sendo assim, imagino que apenas três das mecânicas devem adicionar algo interessante ao formato:
Vanglória: sendo uma mecânica concebida para agressividade, não vejo tanto espaço para brilhar, pois o exige algo mais impactante. No Pauper, os decks voltados para criaturas apresentam uma sinergia muito forte (como Fractius e Elfos), são explosivos (como
Stompy ou
Auras) ou possuem algum combo (como
Affinity ou
Tireless Out). Com isso, a possível vantagem da habilidade acaba sendo minimizada pela distribuição dos decks, entretanto vejo algumas possíveis vantagens já que teremos que usar essas criaturas em decks menos rápidos.
Tuskeri Firewalker pode ser interessante se considerarmos que o vermelho oferece poucas formas de compras de cartas no formato (menos ainda em forma de criatura), seu CMC não é restritivo e seu custo de ativação só necessita de mana genérica.
Profetizar: essa sim me parece uma habilidade nova com potencial para uso.
Profetizar traz uma forma de parcelamento ao pagar um custo, uma parte nesse turno e outra quando lhe for conveniente. Sabemos que os quatro primeiros turnos do Pauper são fundamentais para o desenvolvimento do jogo, porém temos um grande número de decks mais lentos, que sempre passam com suas manas abertas, visando responder às ameaças de seu oponente. Considerando que podemos fazer mágicas com CMC mais alto pagando menos manas, teremos um cenário onde é possível fazer mais com menos. Não imagino que nenhuma carta com essa habilidade impacte o formato, mas
Contemplar o Multiverso já mostra que é possível encontrar um espaço para a mecânica de Profetizar.
Neve: agora sim! Além de permanentes,
Kaldheim irá trazer mágicas nevadas! Primeiramente, não imagino que essas mágicas devam adicionar muito ao formato, pois não vejo interação das coleções posteriores com esse tipo de carta, sendo que
Mordida Gelida foi a mais relevante até o momento. Bom, chegou a hora de falar sobre as cartas que mais surpreenderam e prometem alterar de forma significativa o formato: Habemus duals! Enfim, temos terrenos de dois tipos no formato, o que reforça a mudança na postura de
R&D da WotC em relação ao formato. “Mas Heli, essas duals não saíram por causa do Pauper!” E você tem razão! Entretanto, ainda vejo o quanto a avaliação do formato foi levada em consideração ao conceber esses terrenos. Entrando virados, eles acabam por não mudar muito a velocidade do formato, mas traz uma certa quantidade de possibilidades, já que temos cartas que podem buscar ou simplesmente se beneficiar por termos mais de um tipo de terreno em campo. Nos próximos parágrafos, vou comentar sobre os terrenos em si e alguns decks que podem se beneficiar ou surgir, mas preciso agradecer a imensa ajuda de algumas pessoas que conversei para melhor apresentar as ideias deste texto:
Tábata Marques, Kaji Pato, Ricardo Mattana, Diego carvs, Eduardo Bassoli e o italiano Alessandro Moretti. Muito obrigado a todos vocês!
Inicialmente, esses terrenos são úteis pela inclusão dos subtipos duplos (Ilha e Montanha por exemplo), mas ter o supertipo “da neve” favorece algumas mecânicas existentes, além de possibilitar novas interações.
Cartas como
Busca Longinqua e
Ao Norte (que teve buyout essa semana, elevando seu preço em incríveis 2000%) se tornam jogáveis, aumentando a variedade e possibilidades disponíveis. O formato não conta com formas muito efetivas (ainda?) para buscar esses terrenos, já que
Terras em Desenvolvimento e
Desolacao Fumegante só busca terrenos básicos, limitando a formação de listas que aceleram a disponibilidade de manas. Bom, vamos falar sobre alguns decks?
- Base Ux
Acho que unanimidade que os primeiros decks que devem se beneficiar desses terrenos é o
UR Skred e o
UB Delver/Fadas. No caso do
Skred, temos uma vantagem clara que é o aumento das permanentes nevadas, com aumento na distribuição das cores de mana disponível. Porém, será necessário adaptar as quantidades distribuídas, pois vejo um playset de
Fjord Volatil sendo testado e as fetches não seriam úteis nesse caso. Penso que um terreno nevado de cada seja retirado mais uma de cada
fetch, considerando que não teremos mudanças nas quantidades de terrenos.
Temos que ser mais conservadores no caso do UB, pois as
fetches alimentam o cemitério para o
Pescador Grumag, o que deve impactar e trazer diferenças nas quantidades de lands duplas utilizadas entre as listas. Inicialmente devemos ver apenas duas cópias, saindo uma fetch e um pântano ou uma ilha, já que temos uma remoção que irá brilhar com esses terrenos, que é o
Liquidar. Ter acesso a essa remoção e ainda ter uma mana azul é algo tão magnífico, que irá ser uma aposta segura no começo dessa nova fase do formato.
Eventualmente, algumas listas de ambas as builds utilizavam lifegain / bounce lands, o que facilita a substituição. As cantrips continuaram sendo estrelas nesses decks, pois a seleção de cartas que elas geram, será ainda mais vital com a possível diminuição das fetches.
- Bases que usam a cor preta
Obviamente, o MBC não precisa de nenhum desses terrenos, mas claramente ele poderá fazer splash específicos (para sideboard inclusive), sem que suas cartas principais sejam comprometidas. Entretanto, o
BW Pestilência pode se aproveitar muito, já que ele terá acesso a
Liquidar sem perdas, já que é um deck que ganha muita vida. Não podemos nos esquecer de
Macular, que se tornou necessário no MBC e agora não menos eficiente em decks com splash. Sua base de mana acaba sendo complicada, já que depende da compra de cartas que a cor preta oferece mais as fetches, o que deixa seu jogo lento e com poucas opções por turno. As versões de
Rakdos Monarca poderão ser mais presentes, até porque
Liquidar e
Miniavalanche poderão jogar juntas nessas listas.
- Elfos
- Possibilidades
Vou citar algumas apostas, que podem ser relevantes e aparecer com frequência após o lançamento de Kaldheim:
●Auras: o deck pode tirar as lifegain lands e usar as duals, já que
Propagacao da Utopia terá mais alvos válidos, facilitando enormemente a base de mana;
●Naya Zoo:
Nacatl Selvagem sempre quis arrumar seu espaço e agora pode ser momento de brilhar, pois um 3/3 batendo no turno dois não pode ser menosprezado em nenhum formato. Além disso,
Simio Kird pode ser um belo companheiro, ainda mais contando com a versátil
Emissario da Arvore Flamejante.
●Dominar: essa habilidade tão pouco vista pode começar a ser testada, já que vai ficar muito mais fácil fazer um
Chamas Tribais para cinco agora ou ter um 5/5 no turno três com os
Desordeiros de Matca.
●Decks com três ou quatro cores: tendo a temática da neve, podemos voltar a ter listas full controle, similiar as que surgiram na época do
Astrolabio de Arcum.
- Banimento de Cair em Desgraça
Durante o desenvolvimento desse artigo,
Cair em Desgraca foi banida do formato. Acredito que já era esperada, mesmo que o timing tenha parecido deslocado em relação a todos os problemas e comentários acerca dessa carta de
Commander Legends. Acredito que a base Ux seja afetada, mas ainda será muito forte e continuará como uma aposta segura até que
Kaldheim seja lançada. A carta era problemática de tantas maneiras, que fica difícil encontrar argumentos para sua manutenção dentro do formato. Ainda acredito que o Tron precise ser observado, mas vejo com bons olhos essa atitude da WotC, mesmo que tardia.
Acredito que esses terrenos serão testados amplamente, mas ainda não são unanimidade, pois precisam de certas adaptações e/ou ferramentas que o formato não possui ou não são óbvias. Mas me agrada muito ter acesso a esse tipo de carta pelos benefícios e inovações que poderemos ter, mesmo considerando que o formato vá se alinhar mais ainda para o lado midrange. Enfim, o formato terá mais espaço para inovações e muita coisa poderá aparecer ou ressurgir nas semanas após o lançamento de Kaldheim.
E o que você achou da vinda dessas duals para o Pauper? Acham que veremos novos decks surgindo ou não? O que mais você acha que pode mudar? Deixem seus comentários sobre o que acham que pode aparecer no formato. Espero que tenham gostado da análise! Um abraço a todos e até mais!