Olá! Quase sempre temos artigos de estratégia de Magic: the Gathering focando em baralhos específicos: o porquê de usar determinado baralho, tais escolhas de cartas, os motivos que levam àquela lista ser forte para um final de semana ou torneio em especial. Porém, não é tão comum vermos conteúdo sobre quais baralhos NÃO estão bons para um torneio, os motivos que levam a parar de jogar com os mesmos, enfim, tratando de quando é a hora certa de "largar o barco".
Esse conceito pode ser aplicado para qualquer formato do jogo, embora ele opere numa escala mais rápida no Standard. O formato padrão é muito mais sobre o deck certo, no dia certo, do que necessariamente masterizar um baralho. Conhecer minuciosamente uma estratégia é claramente vantajoso, mas nem sempre é o que faz mais diferença.
Acompanhar as ondas de tremulações do metagame como um todo, e achar o posicionamento correto de um baralho importa muito mais do que dominar um deck cuja oposição esteja altamente presente. Resumidamente, isso significa que operar um baralho com 80% de proficiência, mas que é "A BOA" do final de semana é provavelmente melhor do que usar em 99% de proficiência um deck que está hateado, ou sofrendo com o ambiente.
Trazendo para um exemplo bastante recente no meu próprio processo de escolher baralhos para os eventos: em uma certa janela de tempo no final de outubro/começo de novembro, o Dimir Rogues com Lurrus da Toca Onirica era disparado o melhor deck do Standard. Com a lista acima, consegui a premiação máxima de 2.000 dólares no Arena Open, e avancei absurdamente rápido após o reset da temporada ranqueada do Platina 4 ao Diamante 1 com um recorde de 19-1 em 20 partidas jogadas.
O deck simplesmente não perdia, mesmo nos jogos onde eu não jogava da forma mais otimizada. Nas poucas derrotas que houveram nessa jornada, sempre parecia que a dona Variância tinha dado o ar de sua graça.
Entretanto, depois de alguns dias, simplesmente pareceu impossível continuar jogando com a estratégia de triturar o oponente para gerar valor - as listas de Gruul se adaptaram especificamente para combater o Dimir Rogues, com várias cópias de Boi de Agonas, Aracnir Teia-de-correntes e Fenix de Cinzas, muitas vezes já no baralho principal. Lodo Necrofago e Vivien, Protetora dos Monstros também estavam em alta, e aliado a outras criaturas problemáticas mais pressão inicial do Gruul, ficava bem difícil manter a mesa sob controle ou ganhar na corrida do dano.
Outros baralhos também foram entrando na onda - múltiplas cópias de Agarrar-se ao Po, Vislumbre de Liberdade e Disputa Mistica apareciam nos decks principais, dificultando todos os ângulos que o baralho tinha. Mesmo assim, pela questão familiaridade, eu insisti no baralho tempo demais. O resultado acabou sendo de bastante sofrimento nas ranqueadas até o eventual 0-3 no Qualifier Weekend do MTG Arena usando a lista mais pesada com Tufao de Tubaroes e Zareth San, o Trapaceiro.
Enquanto isso, outros baralhos como o Gruul Adventures e o Mono Green Food estavam postando ótimos resultados, com muitos jogadores conseguindo as sete vitórias necessárias no segundo dia (e a consequente vaga no Zendikar Championship) com eles.
Então, para os dias seguintes, comecei a trabalhar no Mono Green Food novamente, e o baralho correspondeu bem nesses primeiros dias, me conseguindo um 12-0 para três vitórias seguidas em torneios independentes como o HG Team e o Inside Series. Para o LATAM Challenge, era certamente "a boa", sendo um baralho que tem ótima partida contra o Gruul Adventures, mas que consegue jogar bem contra Dimir Rogues graças à atenção especial na reserva e contra Esper Doom graças ao plano de atrito mais focado em quantidade de recursos.
Mas, nos dias seguintes, a evolução do ambiente acertou o Mono Green Food em cheio. Baralhos como Temur Adventures com Obosh, a versão de Temur Ramp mais control com Adentrar o Turbilhao e o Dimir Control com muitas remoções de exílio (Evento de Extincao, Veredito das Sombras) e anulações para as jogadas grandes tornaram-se partidas punitivas na dança dos pareamentos.
O que para os pilotos de Mono Green Food que o buscaram para ter aquela vantagem em relação ao restante da competição inevitavelmente significa que é a hora de largar o barco, buscando a próxima "nova boa". E o ciclo vai se repetindo, com os baralhos que ganham dos baralhos que ganhavam aparecendo e ressurgindo de acordo com o momento e a leitura dos demais jogadores.
Claro que tudo isso cai por terra quando falamos de decks que escapam desse "ciclo natural do metagame", de encontrar predadores para os decks e respostas para as ameaças dominantes. Baralhos como os banidos 4c Omnath Adventures, Temur Reclamation e Jeskai Lukka Fires chegaram ao "Tier 0" do formato, mostrando que mesmo quando estavam totalmente na mira do radar, ainda continuavam postando resultados e dominando o metagame.
E quanto a vocês, leitores, como enxergam a importância de saber a hora de largar o barco nos formatos de Magic? Já passaram por situações similares na hora de escolherem seus decks? E quais baralhos acreditam que vão ser a "próxima boa" no atual Standard? Deixem suas opiniões nos comentários!
Abraços e até a próxima!


Soh se inscrever. Vai custar 20k de gold para participar
Começa a pensar no médio prazo. Joga os torneios de 1k onde os decks são bem diversos e ganha cartas no final. E começa a guardar coringas para a próxima edição. O único deck que eu realmente não as principais cartas é o Doom foretold e mesmo assim eu já teria as wilds para fazer, mas prefiro guardar para a próxima edição.
E eu só jogo até fazer 4 vitórias por dia.
Atualmente tenho esse problema. Não comecei a fazer drafts e estou "preso" no Rakdos Midrange.