Nos últimos meses, tivemos inúmeros banimentos em vários formatos, mas uma carta segue firme e dominando: Uro, Titã da Ira da Natureza. Em seu artigo de hoje, Sandoiche comenta sobre o elefante na sala do competitivo de Magic!
Olá! O lançamento de Theros Além da Morte em janeiro nos trouxe Uro, Tita da Ira da Natureza, e embora todos já pudessem ter uma boa noção do poder da carta quando a viram no spoiler, talvez poucos imaginassem que, quase oito meses depois, estaríamos chegando ao ponto que estamos agora: dominância total e absoluta de todos os formatos competitivos do jogo, tornando-se o elefante na sala da Wizards.
"Mas Sandogrind, depois dos bans no Pioneer, o formato virou um Standardzão com base de mana melhor! E a culpa com certeza é da Reconquista da Natureza, que foi banida..."
Bom, quando até o Legacy, que abrange cartas desde os primórdios do Magic, vira um formato onde as bombas que ganham o jogo são cartas lançadas nos últimos anos (muitas delas em edições Standard) apenas trocando interações inferiores como Feretro de Vidro ou Negar por Espadas em Arados e Forca de Vontade, alguma coisa está bem errada com a saúde competitiva do jogo.
E o que todos os decks acima têm em comum? Todos eles apostam em Uro, Tita da Ira da Natureza munido de todas as interações eficientes para quebrar o jogo do adversário, e então afogá-lo no valor do bichão Simic.
A carta é extremamente poderosa por ser capaz de mexer com todos os recursos principais do Magic: vantagem de cartas (compre um card), vida (ganhe 3 de vida), mana/tempo (coloque um terreno no campo de batalha) e recursividade (escapatória).
É uma carta efetivamente "gratuita", já que sempre se repõe, não ocupando um espaço relevante na montagem de deck, mas que obrigatoriamente o oponente tem de responder, ou perde o jogo. Só que respondê-lo sempre vai ser uma proposta perdedora, já que seu valor já foi gerado - a remoção 1x1 no Uro significa que o oponente já comprou duas cartas a mais, e isso só contando as cartas, desconsiderando vida/mana/tempo.
Até mesmo cartas que interagem com o cemitério não são uma solução definitiva, já que a escapatória de cinco cartas adicionais é relativamente trivial, e o Uro, Tita da Ira da Natureza ainda faz seu efeito "básico" se repondo por três manas, nulificando a resposta do oponente até que seja capaz de retornar quando a barra estiver limpa.
O que diferencia o Uro, Tita da Ira da Natureza em termos de nível de poder é que o seu design não exige nenhum tipo de contrapartida ou esforço de montagem de deck para encaixá-lo - só precisa de um baralho com terrenos e mágicas! Claro que algumas escolhas podem potencializá-lo (jogar com terrenos que se sacrificam como Passagem Fabulosa, muita interação 1x1, cartas que trituram como Tamiyo, Colecionadora de Historias ou Cavaleiro dos Espinhos), mas quando baralhos que não possuem nenhum interesse no jogo "justo" de troca de recursos começam a utilizá-lo (desde Infect no Modern, até aberrações como o Burn Uro do Historic), alguma coisa está muito errada.
É possível até dizer que outros cards não teriam sido banidos (ou teriam demorado mais) caso o Uro não tivesse sido lançado. Reconquista da Natureza é um exemplo de carta que sempre viu jogo desde que lançou, tanto nos Temur com Expansao // Explosao quanto habilitando Nexo do Destino. Embora esses decks estivessem mais no espectro "injusto" do jogo, ambos sempre possuíram muita dificuldade em lidar com decks aggros simples, como Mono Red ou White Weenie, tornando-se mais escolhas de ambiente quando midranges/controles ficavam mais populares.
O Uro, Tita da Ira da Natureza foi a gota que transbordou o copo ao permitir que esses baralhos tivessem um plano viável contra agressão, podendo só carregar nas remoções e globais pós-side que o Gigante lendário carregaria a partida, estancando a ferida nos pontos de vida e garantindo acesso aos recursos nos estágios médios/avançados do jogo.
Além de punir os aggros, dando aos ramps uma ótima ferramenta para ganhar dos aggros sem abrir mão do plano principal, a sua mera presença em vários formatos também afastou arquétipos mais clássicos dos formatos: Midranges e Controles estão cada vez mais defasados, já que não conseguem competir no valor, consistência e inevitabilidade providas pelo Uro, Tita da Ira da Natureza. De certa forma, todos os baralhos reativos acabaram homogeneizando-se em um plano "Midramp", desde as versões Bant e Sultai do Standard, passando pelo Temur Reclamation do Standard, Histórico e agora Pioneer, chegando até mesmo aos Bants Controles com Campo dos Mortos do Modern.
Talvez o Uro ainda não tenha sido banido, principalmente no Standard, por estarmos em um mês de rotação dos formatos, com lançamento de coleções, produtos, e pouco jogo competitivo; além, é claro, dos motivos comerciais, considerando o fato de ser uma mítica forte numa coleção que não tem tantas raras interessantes fora do Standard. Pelo padrão de banimentos recentes, a Wizards é relativamente relutante em banir cartas mais novas que ainda estão circulando (demora para banir Oko, Ladrao de Coroas no Modern, banimento da Ponte das Profundezas antes do Hogaak, Necropole Erguida, Mox de Opala ao invés do Urza), postergando ter de fazer o movimento que corta o mal pela raiz.
Honestamente, a verdadeira questão por todos os méritos abordados nesse artigo não é nem o "se" deve ser banido, mas sim o "quando" será banido e em "quais" formatos ele irá embora primeiro, e quais outros formatos continuarão sendo afetados pelo gigante Simic de Theros.
E quanto a vocês, leitores, o que acham em relação ao Uro, Tita da Ira da Natureza? Algum outro motivo além dos citados que torna a carta extremamente egrégia em todos os formatos do jogo? E em relação ao "quando" e "quais", onde esperam ver os primeiros movimentos em relação a um banimento? Ou até mesmo se acham que ele não deve ser banido de nenhum lugar? Compartilhem suas opiniões nos comentários!
Matheus Akio Yanagiura, mais conhecido como Sandoiche, é jogador, escritor e streamer de Magic: the Gathering, produzindo conteúdo desde 2012. Membro da equipe de e-Sports LigaMagic Bolts, está sempre na vida do grind dos torneios, com destaques para o Top 8 do Magic LATAM Challenge e o Vice-Campeonato da Twitch Rivals, além do bi-campeonato Circuito LigaMagic Modern e o Top 16 no Grand Prix São Paulo 2018 no Tabletop.
Joguei a muito tempo atrás e voltei ao magic agora durante a epidemia (uns 25 anos depois). Vendo os comentários de hj, me recordo de situações muito parecidas (zuran orb, icy manipulator, lake) e outras cartas que dominavam o formato, que foram restritas na época, reduzindo o power e tornando o formato mais competitivo. Na minha opinião, restringir seria uma opção melhor ao banimento, pois comprar um booster, tirar um Uro (baita carta) e não poder usar, eh muito brochante.
Joguei a muito tempo atrás e voltei ao magic agora durante a epidemia (uns 25 anos depois).Vendo os comentários de hj, me recordo de situações muito parecidas (zuran orb, icy manipulator, lake) e outras cartas que dominavam o formato, que foram restritas na época, reduzindo o power e tornando o formato mais competitivo.Na minha opinião, restringir seria uma opção melhor ao banimento, pois comprar um booster, tirar um Uro (baita carta) e não poder usar, eh muito brochante.
Acredito que a Wizards deveria utilizar o recurso do "Restrito", muito usado nos primórdios do Magic. Certamente a restrição de 1 carta em 60, reduz muito um possível impacto no jogo.Particularmente, não vejo de forma "saudável" o processo de banimento, ainda mais da forma que vem sendo conduzida.Não traz confiança para aquisição/investimentos, pois a chance de banimentos pela influência (estatística) do arena eh enorme.
Defendo a lista de restritas, se vintage usa pq não outros formatos? Seria uma forma da carta não perder seu valor total dentro do jogo
Pq faz pouqíssimo sentido restringir ao invés de banir, se vc só vai ter 1 daquela carta no baralho o deck montado ao entorno dela não funciona de qualquer forma e a carta restrita se torna um amuleto da sorte quase, que quando sai na sua mão seu jogo flui 300x melhor. Bane logo. No Vintage restringir faz sentido pq o formato é feito para permitir quase qualquer coisa, então eles não banem nada e restringem apenas (e normalmente nem importa muito pq tem como tutorar até a alma em Vintage).
Entendo seu ponto vista, mas restringir permite que decks (q não são tier 1 ou 2) q rodam poucas cópias da carta ainda existam dentro do formato. Eu penso numa base de players q vai além do competitivo.
[quote=DakonBlackblade=quote][quote=DeathByMonkeys=quote][quote=magic11=quote]Acredito que a Wizards deveria utilizar o recurso do “Restrito”, muito usado nos primórdios do Magic. Certamente a restrição de 1 carta em 60, reduz muito um possível impacto no jogo.Particularmente, não vejo de forma “saudável” o processo de banimento, ainda mais da forma que vem sendo conduzida.Não traz confiança para aquisição/investimentos, pois a chance de banimentos pela influência (estatística) do arena eh enorme.[/quote]Defendo a lista de restritas, se vintage usa pq não outros formatos? Seria uma forma da carta não perder seu valor total dentro do jogo[/quote]Pq faz pouqíssimo sentido restringir ao invés de banir, se vc só vai ter 1 daquela carta no baralho o deck montado ao entorno dela não funciona de qualquer forma e a carta restrita se torna um amuleto da sorte quase, que quando sai na sua mão seu jogo flui 300x melhor. Bane logo. No Vintage restringir faz sentido pq o formato é feito para permitir quase qualquer coisa, então eles não banem nada e restringem apenas (e normalmente nem importa muito pq tem como tutorar até a alma em Vintage).[/quote]Entendo seu ponto vista, mas restringir permite que decks (q não são tier 1 ou 2) q rodam poucas cópias da carta ainda existam dentro do formato. Eu penso numa base de players q vai além do competitivo.
Eu odeio Uro com todas as minhas forças desde que o spoiler aconteceu. Já odiava simic porque jogava a Nissa e o simic flash era um deck babaca e a estática da Nissa quebrava muito a simetria do jogo. O spoiler do Uro (e a atitude da Wizards no que tange game design e rebalanceamento do jogo desde War of the Spark) me fez odiar toda a ideia do Standard e qualquer possibilidade de enfrentar o Uro ou decks de base UG em qualquer formato. Me fez odiar a Wizards e o comportamento mercenário e inescrupuloso dela. Eu gostaria que algum outro card game me oferecesse o que Magic oferece, pra eu poder mudar de jogo e nunca mais voltar a jogar Magic enquanto o Uro e a filosofia de design que permitiu que ele fosse criado existissem.
kkkkkkkk q rage! caralho, parece eu quando odeio algo
Você não tem noção de como eu odeio essa carta. Eu parei de jogar standard por causa dela
[quote=BakargyArt=quote][quote=warudo=quote]Eu odeio Uro com todas as minhas forças desde que o spoiler aconteceu. Já odiava simic porque jogava a Nissa e o simic flash era um deck babaca e a estática da Nissa quebrava muito a simetria do jogo. O spoiler do Uro (e a atitude da Wizards no que tange game design e rebalanceamento do jogo desde War of the Spark) me fez odiar toda a ideia do Standard e qualquer possibilidade de enfrentar o Uro ou decks de base UG em qualquer formato. Me fez odiar a Wizards e o comportamento mercenário e inescrupuloso dela. Eu gostaria que algum outro card game me oferecesse o que Magic oferece, pra eu poder mudar de jogo e nunca mais voltar a jogar Magic enquanto o Uro e a filosofia de design que permitiu que ele fosse criado existissem.[/quote]kkkkkkkk q rage! caralho, parece eu quando odeio algo[/quote]Você não tem noção de como eu odeio essa carta. Eu parei de jogar standard por causa dela
Eu odeio Uro com todas as minhas forças desde que o spoiler aconteceu. Já odiava simic porque jogava a Nissa e o simic flash era um deck babaca e a estática da Nissa quebrava muito a simetria do jogo. O spoiler do Uro (e a atitude da Wizards no que tange game design e rebalanceamento do jogo desde War of the Spark) me fez odiar toda a ideia do Standard e qualquer possibilidade de enfrentar o Uro ou decks de base UG em qualquer formato. Me fez odiar a Wizards e o comportamento mercenário e inescrupuloso dela. Eu gostaria que algum outro card game me oferecesse o que Magic oferece, pra eu poder mudar de jogo e nunca mais voltar a jogar Magic enquanto o Uro e a filosofia de design que permitiu que ele fosse criado existissem.
continua jogando magic né?
Por enquanto, mas nada garante se depender da wotc
[quote=nile_death=quote][quote=warudo=quote]Eu odeio Uro com todas as minhas forças desde que o spoiler aconteceu. Já odiava simic porque jogava a Nissa e o simic flash era um deck babaca e a estática da Nissa quebrava muito a simetria do jogo. O spoiler do Uro (e a atitude da Wizards no que tange game design e rebalanceamento do jogo desde War of the Spark) me fez odiar toda a ideia do Standard e qualquer possibilidade de enfrentar o Uro ou decks de base UG em qualquer formato. Me fez odiar a Wizards e o comportamento mercenário e inescrupuloso dela. Eu gostaria que algum outro card game me oferecesse o que Magic oferece, pra eu poder mudar de jogo e nunca mais voltar a jogar Magic enquanto o Uro e a filosofia de design que permitiu que ele fosse criado existissem.[/quote]continua jogando magic né?[/quote]Por enquanto, mas nada garante se depender da wotc
Em seu artigo de hoje, Sandoiche comenta sobre os principais baralhos e o metagame do Historic, formato que ficou em bastante evidência no mês passado e o atual formato do Q..
Em seu artigo de hoje, Sandoiche comenta sobre os principais baralhos e o metagame do Historic, formato que ficou em bastante evidência no mês passado e o atual formato do Q..
O Standard de Zendikar pode estar se aproximando de sua reta final, mas as tecnologias seguem a todo vapor nos principais baralhos do metagame, com a dança dos Tiers ainda no..
O Standard de Zendikar pode estar se aproximando de sua reta final, mas as tecnologias seguem a todo vapor nos principais baralhos do metagame, com a dança dos Tiers ainda no..