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No Grind: TOP8 CLM e Chaveamento.
Report e discussão do sistema.
08/12/2017 10:00 - 7.214 visualizações - 12 comentários
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Olá! Com a chegada do mês de Dezembro, entramos na reta final dos torneios classificatórios do CLM nas lojas locais, com uma parte delas até já tendo realizado os Top 8s, enquanto outras ainda estão por fazer. Essa temporada do CLM 10 eu tenho jogado somente em Santos, em duas lojas: House of Cards e Caverna do Dragão, nos formatos T2, Modern e Draft de Ixalan. No artigo de hoje, pretendo falar um pouco sobre a minha preparação focada exclusivamente nos eventos CLM e Top 8 CLM, e também propor uma discussão a respeito do atual modelo de chaveamento, que é sempre alvo de muito pano pra manga pela forma em que é realizado atualmente.
 
CLM Draft - Etapa x2 e Top 8 House of Cards
 
Na House of Cards tivemos o CLM Draft, realizado todo no formato de Ixalan, e que tem o ponto forte de contar com a "vaga coringa" para qualquer final desejada.

Antes da etapa x2, eu passei todas as etapas do CLM sem conseguir fechar uma mesa sequer, oscilando entre 1-2 e 2-1 mesmo com decks insanos (como um UG Merfolk que fiz 1-2), e com isso estava decidido que teria que fechar a última mesa para garantir uma boa classificação na final. Com o 3-0, pelas minhas contas, eu passaria em 2° com certeza, e em 1° somente com uma combinação de resultados bem favorável.
 
 
28/11/2017
R$ 219,44
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R$ 1.238,08
 
28/11/2017
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Criaturas (30)
4   Convocadora de Kinjalli  0,09
4   Ladrão de Ninhos   0,05
4   Mestre de Caça de Otepec   0,46
4   Terror dos Céus   0,20
4   Asa-solar de Kinjalli   3,45
4   Ferocidonte Enfurecido   29,90
3   Malhocéfalo Territorial   0,04
3   Monstrossauro Atacante   0,05
Mágicas (8)
4   Golpe Relampejante   0,05
4   Estouro de Dinossauros   0,07
Terrenos (22)
4   Dunas do Shefet 0,34
5   Montanha 0,00
5   Planície 0,00
4   Ruínas de Ramunap 0,50
4   Vantagem Inspiradora 13,90
60 cards total

Sideboard (15)
1   Território dos Necrófagos 4,20
2   Derrota de Chandra  0,07
2   Esguicho de Magma  0,04
3   Abrasão   0,10
2   Campeã do Flagelo Solar   0,05
1   Aprisionamento de Ixalan   0,09
2   Huatli, Poetisa Guerreira    8,88
2   Avatar do Sol Abrasador     0,23
 
No final das contas, draftei o melhor deck das 5 etapas que joguei, um RW agressivo com sub temática de Dinossauros, que forcei um pouco depois de uma Huatli, Poetisa Guerreira p1p1, mas que no final das contas se mostrou bem aberto, com bastante picks de qualidade. O deck tinha boa curva, remoções, tricks, bichos com evasão, não tinha muito mais o que pedir, e consegui fechar a mesa com um 3-0 suado ganhando dois "confrontos diretos", e junto de dois jogadores na minha frente fazendo 1-2, eu acabei passando em primeiro no ranking.
 
O Top 8 do Draft, entretanto, foi um draft muito mais confuso. Comecei com Mavren Fein, Apostolo do Crepusculo e algumas cartas B/W, que indicavam que Vampiros parecia uma boa estratégia no Draft. Só que o final do primeiro pack, e durante o segundo pack inteiro, as cartas para o arquétipo secaram completamente, e tinha muito azul sobrando, o que me rendeu picks de qualidade com azul. No terceiro booster, porém, várias cartas de Vampiros voltaram a passar, e pelas minhas contas eu conseguiria playables suficientes para aproveitar das raras, com Legion's Landing, Call to the Feast e outras coisas fortes que vieram (vários Bishop's Soldier  e Vampiros importantes passavam junto com essas cartas fortes da tribo, o que indicava o arquétipo aberto à minha direita). Só que não consegui manter a mesma intensidade de picks mais ao final do booster, e fiquei cerca de 4 playables para fechar 23 no BW Vampiros - e faltava curva 2, e payoffs como Anointed Deacon.

UBw Piratas
 
03/12/2017
R$ 11,85
R$ 38,85
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03/12/2017
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Criaturas (15)
2   Náufragos Desesperados   0,04
1   Emissário da Aurora   0,05
4   Marinheiro de Posses   0,04
1   Tratante Inclemente   0,05
1   Aerossauro Imperial   0,05
1   Contramestre da Olho Morto   0,08
1   Intrusa da Frota Macabra   0,04
1   Saqueador Errante    0,05
1   Andarilha do Vento   0,05
2   Saqueadores da Olho Morto    0,09
Mágicas (3)
1   Logro  0,05
1   Destruir os Fracos   0,04
1   Assassínio por Contrato    0,05
Artefatos (3)
1   Mapa do Tesouro  0,78
2   Cutelo do Pirata  0,04
Encantamentos (2)
2   Interdição Pia   0,04
Terrenos (17)
7   Ilha 0,00
1   Litorais Desconhecidos 0,03
6   Pântano 0,00
3   Planície 0,00
40 cards total

Sideboard (9)
1   Desembarque da Legião  8,10
1   Cancelar    0,04
1   Chamado da Capitã Sinistra   0,06
1   Incumbência da Rainha   0,03
1   Julgamento da Legião   0,04
1   Mavren Fein, Apóstolo do Crepúsculo   1,50
1   Rugido de Convocação   0,05
1   Chamado ao Banquete    0,08
1   Encalhar   0,05
 
No final das contas, montei esse deck meio "alienígena", e a dúvida seria até onde valeria a pena colocar algumas das cartas de Vampiro no MD, mesmo sem ter tanta sinergia da tribo; preferi focar mais nos piratas fortes, e splashar alguma das melhores brancas, como as remoções e o Imperial Aerosaur (que sinergiza bem com Deadeye Plunderers batendo por cima). Quando vi os decks que estavam montados na mesa, o Kaio Chang à minha esquerda que eu passei durante o draft estava de UG Merfolks, mas os dois logo à esquerda dele estavam em BW Vampiros (o que explica a total ausência de cartas BW nesse pack). No segundo pack também, o Brunno Santos também pickou cartas para BW Vampiros, mas no final acabou ficando em um "UB Piratas/evasão" (e que acabou levando o Troféu subindo pela outra chave).

Na minha partida, enfrentei o Carlos, que draftou uma espécie de BG Merfolks, com uma curva baixa, remoções, e alguns River Heralds' Boon. Pela natureza do meu deck, ambos os jogos "travaram", mas ele achou um Waker of the Wilds enquanto minha única remoção era Pious Interdiction. No primeiro game, quando achei o Contract Killing​, era tarde demais, e no segundo simplesmente não encontrei nada e os terrenos gigantescos me eliminaram do torneio. Ficam os merecidos parabéns para ambos Brunninho e Carlinhos pela vaga no CLM, ambos foram muito consistentes durante todas as etapas do Draft, e conseguiram reverter a "desvantagem" de classificar em 3°/4° na mesa final.

CLM Modern - Top 8 na Caverna do Dragão
 
Aqui não pude jogar uma das etapas, e com participações bem medianas consegui com muito sufoco classificar em sétimo colocado. Caso ninguém faltasse, meu pareamento seria contra Abzan Midrange, depois Burn ou Storm, e depois muito provavelmente Grixis Death Shadow. Por eu ser o cara que sempre joga de Ad Nauseam, imaginei que na chave seguinte teria o Storm (match 50-50, até mais para o Storm) do que o Burn (algo como 80-20 para o Ad Nauseam).

Se eu optasse pelo deck, ainda teria outra match 50-50 contra o Abzan Midrange. Em todas as partidas eu estaria na draw, e realisticamente falando, minhas chances de ganhar de um Grixis DS são baixíssimas (como qualquer um que acompanhou meus artigos durante a Temporada Modern percebeu). Considerando que o piloto era meu camarada e parceiro de treino, Bruno Calazans, recém saído do segundo Top 8 de RPTQ seguidos, sabia também que não seria alguém de DS que eu poderia "dar uma sorte" e torcer pro cara não saber o que fazer na matchup, e pelo modelo de chaveamento não teria que gastar slots do SB com decks que não enfrentaria.
 
Foi aí que comecei a procurar por opções de decks, e o deck que mais me preocupava no chaveamento era justamente o Grixis Death Shadow. Uma das melhores formas de combater o mar de disrupts do DS é com a fusão de redundância e top decks fortes. O que me levou direto ao Valakut, deck o qual eu já tenho uma familiaridade e que me levou à final do último PPTQ Modern que joguei.
 
Só que, por ser um torneio em loja local, preparar-se com os colegas de treino e pedir cartas emprestadas para quem sempre normalmente pedimos é uma furada, ainda mais sabendo que o meu "trunfo" nesse Top 8 seria o elemento surpresa em um senso comum de que eu só estaria jogando de Ad Nauseam. Então precisava me preparar com pessoas que não eram daqui, e foi onde mandei mensagem para o colega de LigaMagic e especialista em dano com montanhas sr. Bruno "Orelha" Ramalho. Explicando minha situação e meus pareamentos, ele me sugeriu jogar com um Valakut splash preto para Slaughter Games e Collective Brutality (também conhecido como Jund Shift).
 
Valakut do Delicado by Orelha
Evento:
 
28/11/2017
R$ 1.424,93
R$ 4.587,05
R$ 37.546,38
 
28/11/2017
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Criaturas (11)
4   Ancião da Tribo Sakura   2,49
2   Centaura-caçadora de Crufix    3,50
1   Elfos da Floresta   0,88
4   Titã Primordial    18,00
Mágicas (17)
2   Pacto do Invocador  16,47
3   Raio  4,95
2   Busca Longínqua   2,99
1   Calcinar   0,10
2   Explorar   0,44
4   Buscar pelo Amanhã   0,19
3   Metapaisagem    30,60
Artefatos (3)
1   Explosivos Fabricados  54,57
2   Relíquia de Progenitus  34,99
Encantamentos (2)
2   Agouro Prismático   3,00
Terrenos (27)
3   Catacumbas Verdejantes 88,75
2   Clareira das Cinzas 1,00
4   Contraforte Arborizado 88,99
1   Cripta de Sangue 51,95
2   Floresta 0,00
6   Montanha 0,00
1   Pântano 0,00
4   Solo Pisoteado 29,98
4   Valakut, o Pináculo Derretido 42,22
60 cards total

Sideboard (15)
1   Explosivos Fabricados  54,57
1   Jaula do Escavador de Túmulos  6,99
2   Brutalidade Coletiva   9,95
2   Rastreador Incansável   3,50
1   Sábio da Reivindicação   0,23
2   Baloth Obstinado    0,08
1   Colosso Camaleão    1,72
2   Jogos de Matança    0,34
1   Orbe Espanta-Bruxa  0,50
1   Thragueopresa   0,45
1   Bocarras Hostis   0,07
 
Depois de uma "operação 007" de pegar os decks e cartas que faltavam diretamente na residência e locais de trabalho dos brothers (agradecimentos ao Cristian, Pablo Lima e Kauê Capela, e em especial ao Jogador de Top 4 de PPTQ, Guilherme "Delicado" Novoa) consegui fechar o deck na véspera do
 
Top 8.
 
Oitavas-de-final - Abzan Midrange, Luiz Neto
 
Nas Oitavas, enfrentei exatamente o que esperava: Abzan Midrange, do Luiz Neto. Ele não montou em cima de pegar Ad Nauseam, já que no G1 ele descartou Fatal Push e Path to Exile para a Liliana of the Veil. Com meu deck "normal", a match normalmente seria 50-50, mas com o Valakut sendo praticamente um predador natural de Midranges, ganhei muitos percentuais já no primeiro confronto mesmo almejando o topo da chave com a escolha.

No primeiro game, ele descartou meu Titã e conseguiu fazer uma Liliana rápida, e eu rampei o máximo que pude, entrando no modo Hellbent com um Explosivos Fabricados para 0 na mesa (que seria descartado para a Liliana) e manas para top deckar qualquer coisa relevante. Ele começou a clockar com Scavenging Ooze, Dark Confidant e Shambling Vent, e meus draws alinharam muito mal contra a mesa dele: Roast quando ele ainda não tinha bichos, que foi descartado pela Lili; Courser of Kruphix , não achando terreno; terrenos da mão, e quando achei um segundo Titã no último turno possível, ele já tinha letal na volta não importa como eu fizesse meus triggers (tinha que ter achado o Scapeshift​, para matar).
 

O G2 fluiu de forma mais "normal", com ele descartando um Ramp e um Scapeshift da minha mão, de dois Scapeshift, mas sem clock do outro lado, eu só desci terrenos naturalmente até chegar na sétima mana e fechar dando 18 de dano.

O terceiro jogo ele deu mais azar, novamente mulligando, mas ficando muito tempo preso em poucos terrenos - mesmo com o Dark Confidant dele ativo, ele não conseguia achar manas além da quarta, e ficou com a mão cheia. Um Collective Brutality dele deu "whiff" quando ele viu só criaturas, terrenos e Explosivos Fabricados em minha mão. Eu resolvi uma Courser of Kruphix, fui fazendo alguns shenanigans com o topo, mas não conseguia achar a kill - somente um Scapeshift em uma hora que eu ainda não tinha letal, e preferi embaralhar sabendo que ele tinha descartes mortos na mão contra meu "modo hellbent". Em dado momento, ele foi a tão pouca vida com o Dark Confidant que o "natural Valakut" fechou a partida mesmo com ele tentando fazer Siege Rhino.
 
Quartas-de-final - UR Storm, Luiz Duarte
 
Em seguida viria o UR Storm do Luiz Duarte, sabida bad matchup do Valakut, em que eu esperava que comprando as Relic of Progenitus no G1 eu tivesse alguma chance, e caso não desse certo, o side pesado de Slaughter Games e Collective Brutality, tentaria resolver a parada. Ele apenas cantripou nos primeiros turnos, eu vim devagar sem fazer land drop da mão, mas fazendo um ramp por turno, como se fosse o terreno da vez e sempre passando com o Lightning Bolt aberto para o dork dele. Ele tenta combar no turno 4, eu mato o Goblin Electromancer em resposta aos Rituais, e ele começa a cavar até resolver um Past in Flames. Ele vai fazendo e fazendo, limpa todo o cemitério, e ao final faz um Empty the Warrens para 30 goblins e passa tapado.

Aqui, com 5 terrenos na mesa, uma Anciao da Tribo Sakura e um Scapeshift na mão, um out de terreno desvirado me ganharia o jogo automaticamente, considerando que mesmo as três verdes eu já tinha. Draw step, não acho o terreno, mas acho.... Explosivos Fabricados! Consigo lidar com os goblins, ele no turno dele faz novamente uns 10 goblins, mas na volta acho o terreno e dou letal de Scapeshift. No G2, ele mulliga a 5, e faz uma Blood Moon atrasada, só que com tãos poucos recursos eu não precisei de mais do que um Tireless Tracker e dos Anciao da Tribo Sakura  para ir atacando ele até a morte.
 

 
Segundo o pessoal que assistiu a partida, o Luiz teve a oportunidade de não apenas me matar no G1 com Metralha em alguma escolha de scrys/draws, mas também de fazer a Blood Moon ainda no G1 (!!) a qual eu não tinha nenhuma resposta, a não ser bater com Colossal Dreadmaw, para tentar ganhar o jogo. Ele entendeu o erro que acabou custando a match por causa da zica no G2, mesmo admitindo que sente o nervosismo de jogar com bastante gente olhando a partida - e aqui tenho certeza que das próximas vezes, com mais experiência e maturidade em Top 8s, o Luiz tem tudo para cravar uma vaga e troféu por conhecer bem os arquétipos em que joga.
 
Semifinais - UW Control, Bruno Calazans
 
Nas semifinais iria enfrentar o Bruno Calazans, que eu imaginava estar de Grixis Death Shadow pela confortável partida contra o Ad Nauseam, e mesmo o Storm que poderia vir na chave. Até que ele abre de Serum Visions, e depois... Glacial Fortress! Ele veio com um UW Control forte, com bastante hate para o metagame esperado, mas com 0 cópias de Spreading Seas no MD, pois não esperava que alguém viria de Valakut ou Tron na chave dele. Ponto para a marotagem e operação agente secreto na montagem do deck! O próprio Calazans admitiu até que sequer cogitou que eu poderia estar operando com outro deck hehehe.

Mesmo assim, é uma partida difícil para o Valakut, e o G1 se arrastou muuuuuuito. Eu abri com Relic of Progenitus , impedindo ele de ir full valor nos Snapcaster Mage Ele fez Jace, Architect of Thought na play, sabendo que eu não tinha como voltar de Titã no outro turno, e começou a usufruir do PW já que eu também não vim com Lightning Bolt na mão. A jogada que fez o jogo se arrastar, entretanto, foi quando ele deu o -2 e achou Cryptic Command, Mana Leak, e terreno. Ele estava sem fazer land drop uns turnos, e com a mão recheada de cartas, então fiz 2-1 com o terreno, para forçar ele a perder duas cartas de qualidade caso queira o land drop, ou ficar com a mão abarrotada. Ele optou pelos counters, e descartou por hand size.
 

 
Com isso, quando ele passava com 6 manas em pé, eu não tinha nem como forçar duas mágicas no mesmo turno, porque eu SABIA que ele tinha os counters. Tentei então um plano mais ousado - fui para o natural Valakut, e decidi que ia forçar a counter war no turno que tivesse mana para fazer duas threats pesadas de uma vez, para quem sabe esgueirar um Prismatic Omen. Ele começou a me clockar com dois Snapcaster Mage sem alvo, e uma jogada crítica foi quando fiz um Engineered Explosives por 3 manas, porém, gerando somente duas cores, e contornei o Spell Snare, dele para limpar a mesa e me dar um respiro. Ele tentou alguns turnos de Cryptic Command com bounce e draw nas Valakuts, para me atrasar ao máximo o Natural Valakut. Em um dado momento, quando ele já está com o cemitério forrado, decido estourar a Relic of Progenitus para tirar o out de Logic Knot dele, e tentar forçar dois titãs e um Prismatic Omen no mesmo turno. Ele consegue, porém, responder tudo com a ajuda de um Spell Snare.
 
No turno seguinte, tento novamente um Titã, que ele responde com um Mana Leak e um Logic Knot para 8. Não tenho mana para pagar pelo Titã, mas em compensação posso resolver um Search for Tomorrow e estourar um Contraforte Arborizado, para letal com os Valakuts na mesa.

O segundo game foi mais tranquilo, com ele vindo com 2 Field of Ruin, Plains e duas fontes de azul somente, o que impedia ele de dar Cryptic Command sem estourar um Field, além de que nesse game eu consegui encaixar uma Courser of Kruphix  no turno que ele se tapou para a Search for Azcanta. Sem ele conseguir resolver a Centaur,a já que eu estava chegando nas manas em que poderia fazer Titã, ele foi tentando jogar com a ajuda de Gideon, Ally of Zendikar e Jace, Architect of Thought. Quando a Courser revela um Titã no topo, sendo que tenho mais dois na mão, penso em embaralhar para comprar alguma opção, mas tendo em vista que ele estava precisando jogar para a mesa, ele estava com poucas cartas na mão e dificilmente teria mais de dois counters para lidar com a sequência de gigantes. No primeiro turno, faço o Titã que leva Mana Leak, e ele volta de Glen Elendra Archmage (presentinho que estava guardado para o Ad Nauseam). No turno seguinte, tento novamente o Titã, que resolve, e consigo com isso limpar todos os PWs da mesa dele. Ele apenas passa, e desvirando novamente com o Titã ataco para a concessão!
 
Final - Affinity, Kauê Capela
 
Meu pareamento da final seria o Affinity do Kaue Capela, comigo na draw, com 0 cartas de sideboard para a match. A vaga já estava lockada, mas, como quem já está na chuva é pra se molhar, vamos jogar pelo troféu.

Ele abre lento no G1, e com um Lightning Bolt no Steel Overseer, ele fica só me atacando com 3 Inkmoth Nexus. Eu faço Prismatic Omen e rampo para o Primeval Titan deixando um Contraforte Arborizado desvirado, a fim de evitar qualquer shenanigan com Arcbound Ravager ou Cranial Plating. Ele não me mata, e na volta o Titã ataca para a vitória.
 

O G2 eu keepo uma mão esquisita, com Baloth Obstinado, Thragtusk, Lightning Bolt e terrenos - penso que, sem sideboard, alguma interação e os bichos de ganhar vida seria uma forma honesta de jogar. Só que ele vem de Thoughtseize tirando meu Lightning Bolt, depois desce dois Arcbound Ravager e me mata com um Inkmoth Nexus  gigante que eu só olho e choro.
 
Na terceira e derradeira partida, eu abro uma boa mão de Valakut, mas que não teria muito como interagir com ele. Em compensação, ele também não vem muito rápido, mas começa a me colocar pressão com Arcbound Ravager, Signal Pest e Ornitoptero, além de Blinkmoth Nexus. No turno que tenho o Summoner's Pact para Titã, eu pondero buscar Reclamation Sage, mas com o Ravager meus alvos não são bons e isso realmente não progride meu plano para a vitória. Eu também não tinha florestas básicas na mesa, já que minha mão não estava settada para tentar matar de Scapeshift sem rampar pra oitava mana (ele estava a 20). Minha melhor jogada é puxar o Titã, buscar a sexta montanha e um Valakut, e matar os dois bichos evasivos para segurar o Ravager com o gigante, sob o risco de perder automaticamente caso ele comprasse Blood Moon. Decido por essa jogada, já que se eu fosse ser conservador ao ponto de pegar as Florestas básicas para pagar o Pacto vs. uma Blood Moon, haviam chances consideráveis dele achar qualquer coisa e me punir pelos céus. Ele não acha a Lua, e força os marcadores no Blinkmoth Nexus para me deixar a 6, e morrer na volta somente para ele. Só que agora com os oito terrenos na mesa, posso pagar pelo Pacto e jogar um Scapeshift para 36, que fecha a partida e me garante mais um troféuzinho do CLM, o primeiro agora dessa décima edição!
 
Sobre os Torneios Top 8 CLM
 
É inegável que a vantagem é demasiada para o primeiro e segundo colocados. Concordo que eles devem ter algum tipo de vantagem, mas no atual modelo, as chances deles classificarem é imensa pois, além da vantagem de jogar 2 matches a menos que os classificados em 5°/8° (o que significa um jogador muito mais descansado e preparado mentalmente), eles ainda estão na Play, e podem ver o deck de seus adversários pelas partidas das Oitavas e das Quartas-de-finais! Enquanto que os jogadores que vieram "de baixo" só descobrem do que os melhores colocados estão ao sentar para jogar com eles. Esse fator é ainda mais exacerbado no Draft, que é um formato mais "nivelado" do que o T2, Modern, CMD ou Legacy.

Esse Top 8 Modern foi a primeira vez que eu não classifiquei no "topo" do seed (1°/2°), e eu já achava a vantagem injusta. Tendo classificado em 7° dessa vez só me fez de fato sentir na pele o que eu já teorizava, considerando que eu tive que fazer 4-0, estando todas as partidas na draw, para sair com o troféu!
 
Outro fator em que o chaveamento acaba por ser injusto é no fator escolha de deck, e montar em cima do que o amigo tem. No Top 8 do Modern, onde o hate disponível é extremamente pesado e hostil, só não o usamos em doses cavalares porque num PPTQ/GP o field costuma ser bem abrangente. Agora em um chaveamento onde você sabe do que seu amigo vai jogar, e mais ainda, sabe que ele não tem como jogar com outro deck? Nesse Top 8 que joguei vi Blood Moon de maindeck no Storm, Boggles com 6 hates de cemitério no side, pra pegar Living End, e coisas assim. E o pior: não tem nem como culpar o jogador por isso, eu mesmo montei o Valakut com splash preto pensando num possível Storm, e ignorei completamente o sideboard contra Affinity por exemplo. É o próprio sistema do pareamento que possibilita essa situação, que alguns podem clamar como "o torneio premia o next level na escolha de deck", mas na prática acaba sendo um "quem tiver vários decks para escolher e trouxer mais hate pesado pro amiguinho leva".

Sem mudar o sistema de chaveamento diferenciado (ou seja, 1° e 2°, 3° e 4° mantém suas regalias, 5° a 8° penam), penso em duas formas de ao menos minimizar esse problema de montar o deck focado totalmente na chave.
 
A primeira seria obrigar os jogadores a usarem o mesmo deck que jogaram na quinta etapa (x2) no Top 8. Basta fazer com que a quinta etapa seja com decklists, não tendo nem a necessidade de cadastrar o deck no sistema com antecedência (caso apareça algum jogador que só queira jogar um torneio na loja, despreocupado com o ranking). E dessa forma, apesar de todos os jogadores saberem mais ou menos os decks que vão enfrentar, não tem como ninguém tentar alguma artimanha estilo Rest in PeaceStony Silence maindeck, já que você não sabe antes do x2 em qual posição qual jogador vai se classificar. O fato de as listas serem "abertas" na internet, por exemplo, em nada difere da forma com que é feita em GPs e PTs, onde os competidores têm acesso à lista do adversário antes de jogarem.
 
A segunda sugestão seria um pareamento aleatório, porém, respeitando a "hierarquia" da classificação. Simples: do quinto ao oitavo nas oitavas-de-finais, eles podem pegar qualquer um entre si - isso aumenta o "universo" de oponentes possíveis para 3, e não somente 1. Depois, os dois ganhadores enfrentam por sorteio o 3° e o 4°. E novamente, os dois ganhadores enfrentam o 1° e o 2°, e com isso temos a definição das vagas e dos finalistas que jogam pelo troféu. Isso faria com que todos os jogadores pudessem enfrentar todos, e obrigaria a montar o deck pensando no universo de 8 players, e não somente os 3 de um lado da chave.
 
Abolir a chave diferenciada (como já foi feito pela Wizards nos Top 8 de PTs) é outra sugestão, com a vantagem de jogar na Play para os melhores colocados. Porém, o que alguns defensores do atual sistema defendem é que passar melhor colocado no Ranking precisa ter alguma vantagem real, e não somente jogar na Play, além de que isso não eliminaria os problemas de montar o deck em cima de ganhar dos arquétipos presentes na sua chave.
Infelizmente, não consegui pensar em nenhum modelo "intermediário" entre vantagem absurda para o 1° e 2°, e nivelar quase que totalmente todos os 8 participantes, já que outros modelos de chaveamento diferenciados envolveriam BYEs fora da primeira rodada por ter número ímpar de confrontos, quadrangulares, e outras situações que seriam complicadas e igualmente desbalanceadas.
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Quanto a vocês, leitores, como enxergam o atual modelo da chave modificada nos Top 8 do CLM? Têm alguma sugestão de como poderia ser feito para manter a vantagem para os melhores colocados, mas sem a atual discrepância de qualificar 1°/2° e 5°/8°? Deixem suas opiniões, críticas e sugestões nos comentários!
 
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Matheus Akio Yanagiura ( sandoiche_13)
Matheus Akio Yanagiura, mais conhecido como Sandoiche, é jogador profissional, escritor e streamer de Magic: the Gathering, produzindo conteúdo com foco para o competitivo do jogo desde 2012. Membro da equipe de e-Sports LigaMagic Bolts desde sua formação inicial, dentre seus resultados destacam-se a classificação para o Neon Dynasty Championship, o título do ManaTraders Series Legacy, o vice-campeonato da Twitch Rivals e o Top 8 do Magic LATAM Challenge, além do bi-campeonato do Circuito LigaMagic Modern e Top 16 Grand Prix São Paulo 2018 no Magic Tabletop.
Redes Sociais: Twitch, Facebook, Instagram, Twitter
Comentários
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(Quote)
- 10/12/2017 14:47:22

Com certeza Sandoiche_13! Essa questão dos primeiros colocados ter a vantagem, gerou mais competitividade nas etapas, pelo aqui na minha cidade, e ficou muito mais divertido e motivante, acho muito justo, e não é fácil chegar, tem que ralar rsrs! Antigamente era muito ruim, você ia todas as etapas, ficava em primeiro, pegava aquele ultimo nem muito interessado, que tinha 2,3 etapas, mas que por exemplo tinha mais recursos que você, e você perdia, era triste! Realmente é só fato do chaveamento mesmo, se fosse sorteio seria perfeito nesse ponto de vista, porém não sei se é possivel no ponto de vista operacional, como você mesmo cita!

(Quote)
- 10/12/2017 13:06:44
Valeu pelo feedback pessoal! Às respostas:


Esse deck é no formato Draft de Ixalan. Aqui na House of Cards, em Santos, tivemos os CLMs disputados nesse formato também.


Realmente, a maioria das pessoas com que eu conversei concordam com a chave modificada, justamente para incentivar o pessoal a continuar a disputa pelas melhores posições, e não apenas pra classificar no Top 8. Mas, a melhor forma de mitigar a vantagem absurda de escolher vários decks e utilizar sides extremamente agressiva é com essa sugestão de sorteio, embora ela traga suas próprias dificuldades operacionais, ao menos torna esse fator mais equilibrado entre todos.

Obrigado pelos esclarecimentos! Realmente isso foi algo que foi feito errado não apenas aqui, mas em várias lojas as quais joguei anteriormente. Pior pra mim, que tive que ganhar minha vaga e troféu jogando todas na draw e sendo surpreendido pelos decks dos meus oponentes, enquanto que eles já tinham visto o meu do chaveamento de 5° a 8° rs. Mas das próximas vezes já faremos os Top 8 da maneira correta. E espero realmente que seja possível manter o chaveamento diferenciado, porém com o sorteio entre os confrontos para evitar esse aspecto de montar em cima de um lado da chave, e ignorar completamente o outro, ainda mais no Modern onde os sideboards são bem pesados.


Obrigado cara! Sem a tua ajuda não iria ter conseguido montar uma lista forte e com um bom plano para enfrentar os pareamentos do Top 8, mantendo inclusive boas chances contra a surpresa que foi encontrar UW Control ao invés de Grixis Death Shadow nas semifinais. Em cima dela, montei a lista RG Valakut mais "normal", e fiquei em segundo colocado no Top 8 da House of Cards no começo dessa semana, logo depois de escrever o report.

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- 10/12/2017 01:48:40
Parabéns pelo artigo!

Em relação ao chaveamento, não curto o chaveamento antigo (1° vs 8° e etc) para o circuito pois não favorece os jogadores que jogaram os 5 torneios e não mostra um beneficio de lutar pelos primeiros colocados, e sim apenas o top 8, enquanto esse chaveamento faz os jogadores competirem por um resultado melhor, porem é preciso procurar novas soluções para q os primeiros colocados, tenham um beneficio que faça sentido de estar em 1° em vez do 8° e q não seja MUITO vantajoso como esta agora
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- 09/12/2017 18:59:59
Muito bem escrito, mano! Mostra bem qual é a realidade de quem está grindando pra se classificar pra grande final. E parabéns pelas duas vitórias!
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- 09/12/2017 11:21:05

Sim, este é outro ponto do regulamento que quase ninguem segue. E estou pensando em como fazer isso ser respeitado.

Os jogadores deveriam requisitar isto do lojista.

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