Minha relação com o Circuito LigaMagic é antiga e me orgulho muito de minha história ter se misturado com a do evento. Eu estava na primeira final, com menos de 40 jogadores (estava em presença, porque nos LCQs eu preferi farmar boosters do que pegar vaga). E desde a quarta edição do CLM eu trabalhei na cobertura do evento, até a 12ª edição, quando joguei a final Modern, uma das maiores da história do circuito.
É muito diferente ver um evento de dentro, você passa boa parte do tempo focado que seu funcionamento aconteça e pouco realmente aproveita. Foi só no 12 que eu pude aproveitar um pouco e essa Final me marcou muito, em ene coisas, inclusive com o Sanduba vencendo o torneio.
Para esse CLM 13 eu voltaria a jogar etapas, coisa que não fazia desde o CLM 3 (no 12 eu classifiquei via LCQ), então confesso que muitas memórias voltavam, inclusive que a última vez que eu havia jogado uma etapa regular o deck era o Mono Blue Devotion, no Standard. Fazia muito tempo e o sistema tinha mudado completamente.
Para me classificar eu teria 4 chances, duas vezes no Standard, uma no Pioneer, e uma no Pauper, ou seja, tentaria jogar ambos os dias da Final do CLM.
O primeiro formato seria o Standard, que eu tenho muito carinho, e começaria logo após a rotação, então seria um formato completamente novo, por mais que o Dimir fosse minha aposta inicial, por ser um deck que não perdia muita coisa e que eu tive bons resultados no começo do ano.
As primeiras etapas foram, sem sombra de dúvidas, um completo desastre. O deck não estava bom como antes e os jogos não encaixavam, por mais que o CLM tenha cinco etapas, contando uma super etapa, começar mal era um problema sério. Para piorar, ainda teríamos o Store Championship com a Saga de Urza promo, ou seja, era uma hora bem ruim para estar perdido no formato. Eu achei alguma tábua de salvação no Rakdos Lagartos, não achava o deck realmente bom, mas era a primeira vez após a rotação que alguma estratégia fazia sentido.
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Essa foi a base que comecei a usar, fazendo inclusive Top 8 em um Standard Challenge no Magic Online. Mas ter aberto mal me colocou numa posição que brigar pela vaga e o Ranking ficou bem distante e por mais que uma Saga de Urza tenha chegado até mim e alguns resultados interessantes tenham acontecido, eu estava longe de achar esse baralho a melhor escolha, apenas uma que fazia algum sentido pra mim. Na última etapa, ainda dei uma chance ao Dimir e fiz uma pontuação pífia.
Um pouco antes do Top 8 eu encontrei uma opção que estava jogando um pouco melhor, o Orzhov Midrange:
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Aqui eu estava me encontrando. Novamente fiz alguns bons resultados online, e estava mais confiante em como o deck lidava com o Gruul e decks aggros, além de ter algum plano contra outros midranges e ramps, pela primeira vez eu estava confiante com algo no formato, desde a rotação e tinha lockado o deck para o top 8.
No top 8 eu parei no top 4, perdendo para um Gruul Prowess em vários jogos apertados. O que me chateou nem foi a derrota, mas saber que eu demorei para achar o deck certo e isso me prejudicou muito. Por mais que sejam 5 etapas, e muitas vezes isso quer dizer mais de um mês de jogos, é muito rápido e estar com o deck certo faz toda diferença.
Em paralelo ao Standard, eu estava jogando classificatório para o Pauper, onde o meu deck escolhido era o Affinity:
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Eu gosto bastante de jogar Pauper e sempre que possível tento jogar um pouco, a minha relação com o formato é de longa data, quando comecei no Magic Online e cartas como Metralha ainda eram válidas.
Por conta de alguns compromissos eu jogaria poucas etapas, então nem me iludi achando que a vaga poderia vir pelo Ranking, focando mais em terminar em uma posição boa e foi o que aconteceu, subi no meio da chave e lá fui eu com o Affinity jogar o top 8, o que me parecia uma boa aposta, dado que o deck é muito bom e mesmo hateado tem como fazer bons jogos, desde que você adapta a lista. No caso eu sabia que não pegaria decks com Po ao Po, então estava mais tranquilo.
Aqui eu perdi a final para Kuldotha Red, uma match que sempre fica no limite e onde detalhes importam. Eu acho que errei em um detalhe no Game 3 que poderia não ter mudado nada, mas que era a jogada correta. Infelizmente não tem o que fazer sobre esse jogo e o que me restava era tentar outras vagas.
No Pioneer eu jogaria com o deck que eu tinha mais experiência, o Rakdos Midrange, uma estratégia que jogo no formato desde que a Winota, Agregadora de Forcas foi banida. Na época das etapas, a sensação dos jovens era jogar de Rakdos com o Arquidemonio de Dross e esse deck me colocou em primeiro em 3 das 5 etapas, inclusive compensando uma etapa que zerei ao jogar de Abzan Rata. Não traiam seus decks, crianças, eles são ciumentos. No final deu tudo certo e peguei a vaga jogando pelo Ranking.
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Na etapa dobrada eu joguei pela primeira vez com Unholy Annex // Ritual Chamber, que foi espetacular, além de Fear of Missing Out, que permitiu letais divertidos.
Ok, primeira vaga garantida e agora viria o Standard, na última chance de se classificar. A vantagem é que eu estava mais confortável no formato, sendo a época do Mono White Tokens, que parecia promissor, ainda que na época já era contestado por outras opções. Novamente comecei devagar, mas influenciado pelo Pioneer, comecei a usar o Kit de demônios, inclusive jogando algumas etapas de Dimir Combo, além do Golgari Demons.
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Sideboard (15)
A vaga não veio pelo Ranking por um jogo de diferença, que foi um confronto direto, então o peixe é pescado e o jogo foi jogado. Outro top 8 e eu joguei de Golgari Midrange, adaptando completamente a lista para o meta esperado, culminando na vaga para a Final Standard.
Sideboard (15)
Sideboard (15)
Sideboard (15)
De novo, é engraçado pensar que jogarei uma final do CLM depois de tanto tempo e mais engraçado ainda pensar que foi via etapas. Eu fiquei feliz não só pela vaga em si, mas pelo esforço e planejamento, é recompensador conseguir algo que você realmente queria e se preparou, independente do nível. Mais feliz ainda pelo número de amigos que também conseguiram a vaga e verei nessa final, já que a felicidade só é real quando compartilhada.
Curiosamente, desde que a LigaMagic divulgou a tabela de eventos do LigaFest eu já pretendia ir em ambos os dias, porque faz falta um grande evento, e estar relativamente perto de São Paulo me permite aproveitar esse tipo de oportunidade sem me planejar muito. Mas calhou que jogarei duas finais, o que vai ser bem legal.
Nos vemos nos dias 14 e 15 de Dezembro!
Ruda
Embutir na Liga
DECK ID
-
Paisagem -
Retrato