E aí pessoal, tudo certo?
Hoje eu gostaria de dividir com vocês um pouco da minha preparação e da minha jornada no Showdown, que aconteceu no dia 04/11.
Quem me acompanha sabe que eu venho jogando de Rakdos Midrange há bastante tempo, conseguindo alguns resultados relevantes com o deck, principalmente no Magic Online. Acredito que consegui me adaptar muitíssimo bem ao estilo de jogo do baralho e hoje tenho um entendimento muito bom de como jogar as principais matchs do formato.
Ainda assim, eu não acredito que o baralho vive seu melhor momento no formato (apesar de já ter vivido piores) e por esse motivo eu acabei me questionando em alguns momentos se esta era realmente uma boa escolha. Nesse processo acabei passando por outros decks, como o Mono Black Waste Not, Gruul Veículos e Boros Convoke. Apesar de acreditar que essas duas últimas poderiam ser boas opções, ainda me faltava confiança com esses baralhos e, mais do que isso, eu sentia que eu não conseguia extrair o máximo desses decks, como eu conseguia com o Rakdos, especialmente nas matches mais complicadas.
Metagame combinado de todos os Showdown por Frank Karsten
Eu já havia passado por esse momento de hesitação em jogar de Rakdos Midrage no último Showdown. Acabei dando um voto de confiança e fiz Top 16, apenas 1 empate de distância do Top 8. Então me lembrei dos motivos que me fizeram insistir no baralho naquele momento, onde eu também não enxergava o baralho bem posicionado. Acreditei que boa parte dos motivos continuavam válidos e vou falar sobre 3 destes motivos a seguir:
1- Open decklists (Lista de deck Aberta): Na minha visão o Rakdos Midrange é um baralho que se beneficia muito dessa informação extra. Na prática o deck tem ferramentas específicas que podem ajudar contra todos os decks, mas em alguns momentos você acaba comprando a parte errada numa match ou aceitando manter uma mão especulativa contra o deck errado. Um exemplo bom é uma mão que possua 2 Empurrao Fatal, Go for the Throat, Gigante Esmaga-ossos // Pisar e 3 terrenos. Se você está jogando, por exemplo, contra um Mono White Humans ou um Boros Heroic, essa é uma mão MUITO forte. No entanto, se você está jogando contra Azorius Control ou Izzet Phoenix, é uma mão que dificilmente vai te dar alguma chance de vitória. Portanto, a informação da match que você está jogando baliza decisões de manter ou de mulligar uma mão. Além disso, ainda temos a situação onde existam as mãos que naturalmente iríamos mulligar contra qualquer deck (por exemplo 6 lands, ou 6 mágicas), mas bate aquela dúvida cruel de qual carta colocar para o fundo. Com as listas abertas essa decisão se torna muito mais fácil, pois você sabe exatamente quais cartas precisa valorizar mais naquela partida e quais cartas você pode abrir mão.
2- Popularidade do Rakdos Midrange: Acredito que todos sabiam que esse seria o baralho mais popular do evento e apesar de tudo poder acontecer em uma mirror-match, eu me sinto extremamente confortável em jogar essa partida, já que provavelmente é a match que eu mais enfrentei, tendo em vista que durante quase todo o período que joguei com esse deck, ele foi o mais popular do formato. Acredito que seja uma mirror com muitas decisões complexas, muitas possibilidades de jogadas, postura de jogo e sequenciamento de remoções. É claro que todo mundo sabe quais são as melhores cartas da mirror, mas nem todo mundo entende as melhores janelas para agredir o oponente, para valorizar uma remoção e acho que principalmente entender em que ponto do jogo este deixa de ser sobre vantagem de cartas e passa a ser sobre Race (corrida para vencer).
3- Popularidade do Azorius Control: Historicamente o brasileiro gosta muito de jogar com esse tipo de deck e no pioneiro não é diferente. Este foi o 3° Showdown Pioneiro realizado e nos 3 o Azorius Control teve uma fatia do metagame bem maior do que nos outros lugares do mundo. E não é que essa seja uma match fácil, mas eu acredito que um jogador experiente de Rakdos sabe quais os caminhos pra se ganhar essa match. No geral eu acredito que a experiência do jogador de Rakdos nessa match é mais determinante pro resultado do que a experiência do jogador de Azorius. O jogador de Rakdos é quem tem que tomar as melhores decisões, é quem tem que se arriscar um pouco mais, é quem tem que utilizar os terrenos de maneira mais inteligente. Não que as decisões do jogador de Azorius não sejam difíceis ou relevantes, mas eu acredito que a margem de erro aceitável pro jogador de Rakdos é muito menor. Dito isso, se o jogador de Rakdos tiver bastante experiência nessa partida, eu acredito de verdade que o mesmo tem vantagem, principalmente se souber negar as oportunidades boas do jogador de Azorius. Um exemplo simples e direto de como isso pode acontecer, é quando o Rakdos decide jogar uma mágica relevante e que precisa ser anulada num turno que o Azorius gostaria muito de fazer um Memory Deluge ou uma The Wandering Emperor. Esse é o tipo de situação que faz com que o Azorius jogue de maneira menos confortável e que nem sempre consiga utilizar os seus terrenos de maneira eficiente. Outro exemplo oportuno é o jogador de Rakdos saber em volta de quais anulas jogar em cada situação, uma vez que na prática isso é outra maneira de negar jogadas que o Azorius gostaria de fazer.
Agora que já expliquei os principais motivos que me fizeram jogar de Rakdos Midrange, vou falar um pouco da lista e de algumas escolhas em particular:
Não acredito que tenha nada revolucionário nesta lista, a maior parte da base é bem padrão, mas algumas escolhas me agradaram bastante e quero falar um pouco mais sobre elas. Eu estava testando a lista com 2 Archfiend of the Dross, mas eu sentia que na maioria das vezes eu preferia que ele fosse uma Sheoldred, o Apocalipse e por isso eu acabei jogando com apenas 1 do demônio. A Liliana do Veu no deck principal é uma carta muito forte na mirror e contra Azorius Control, como dito anteriormente dois baralhos que eu esperava que tivessem muitos no torneio. A utilização do Abrade no deck principal é pela versatilidade da carta em funcionar tanto como remoção contra criaturas de começo de jogo, ao mesmo tempo que poderia responder cartas problemáticas como Witch's Oven e Reckoner Bankbuster.
Em relação ao side, eu queria ter planos de jogo sólidos contra Izzet Phoenix e Boros Convoke, razão pela qual a escolha de tantas respostas para cemitério + globais. A ideia por trás de ter tantas opções é justamente pra ter mais versatilidade e tentar encaixar as cartas em outras matches que não apenas essas duas, já que o Pioneiro é um formato com uma quantidade MUITO grande de decks competitivos. De uma maneira ou de outra é importante buscar versatilidade no side, já que mesmo sendo um torneio grande, com muitas rodadas, dificilmente você vai enfrentar mais do que 2x o mesmo deck. É claro que eventualmente alguém pode enfrentar 3 ou 4 do mesmo baralho, mas esses casos são a exceção e não vão acontecer com a maioria das pessoas.
De maneira geral, acho que as maiores diferenças do meu side em relação às tradicionais escolhas são The End, Torch the Tower e a segunda cópia de Pithing Needle e vou falar um pouco sobre cada uma: The End se demonstrou bem sólida contra Mono Green Devotion e Azorius Control. A possibilidade de resolver Karn, the Great Creator ou Teferi, Hero of Dominaria para sempre é extremamente relevante. Em um metagame que você não espera enfrentar vários desses baralhos, a carta é dispensável. No caso de Torch the Tower o plano era ter mais remoções para os decks de Elfos (Mono G Devotion e Gruul Veículos) no primeiro turno, principalmente para os jogos que eu não fosse o primeiro a jogar. Além disso, a carta ainda funciona de maneira muito sólida contra Boros Convoke, WW Humans e outros decks baseados em criaturas. Por fim, a escolha de jogar com 2 cópias de Pithing Needle foi pra respeitar a possibilidade dos decks de Lotus Field serem mais populares do que no Online, além de ter mais respostas para os Planinaltas do Mono G Devotion.
Depois de explicado algumas escolhas do deck e do side, vou comentar um pouco os jogos (pelo menos o que eu lembrar hehe), mostrar como eu utilizei o side em cada uma das partidas e explicar qual plano de jogo eu utilizei no pós-side.
● Round 1 - Rafael Silva (Rakdos Midrange)
Antes mesmo de ver o deck do meu oponente, somos chamados para a área de Feature Match, para que nosso jogo fosse transmitido na Stream do evento. Analiso a lista do meu oponente e vejo que é uma lista melhor do que a minha para a mirror, já que tem acesso a mais cópias de Reckoner Bankbuster, Liliana do Veu e Kroxa, Titan of Death's Hunger. Desde o momento que decidi as 75 cartas que jogaria o torneio, eu tinha ciência de que minha lista não era a melhor pra mirror, possuindo menos cartas chaves do que as escolhas mais tradicionais e quase não tendo alteração pós-side. Estava realmente confiante na experiência de ter jogado essa match centenas de vezes. A vantagem da minha lista é ter mais cópias de Sheoldred, o Apocalipse e isso realmente acaba fazendo diferença. Não lembro exatamente como foram os jogos, mas me lembro de ter tido Sheoldred mais tempo em campo de batalha do que meu oponente, me dando a chance de ser agressivo nos momentos adequados.
• Side in: +1 Kolaghan's Command
• Side out: -1 Duress
Como dito anteriormente, minha lista não era tão preparada para a mirror. Meu deck principal era apenas ok e meu side extremamente raso, mas ainda assim acabou sendo suficiente.
O jogo termina 2x1 para mim e começo o torneio 1-0.
● Round 2 - Leonardo Batista "Azeitona" (Gruul Veículos)
O Azeitona é um parceiro de treino e amigo pessoal. Ficamos tristes em ter que nos enfrentar tão cedo no torneio, mas tem que entender que volta e meia isso vai acontecer. Eu já conhecia a lista dele, já que eu havia emprestado as cartas para que ele treinasse no Magic Online. É uma match desfavorável para o Rakdos, mas com as decisões corretas eu sei que é possível ganhar. O ideal é tentar evitar tomar a The Akroan War roubando Kroxa, Titan of Death's Hunger, Sheoldred, o Apocalipse ou Archfiend of the Dross. Então o plano, se possível, é só colocar essas ameaças na mesa depois de ter certeza que o oponente não tem a saga na mão. Em algumas situações isso não é possível e só temos que torcer pro oponente não ter, mas quando for possível se certificar, o jogo fica bem mais seguro.
No primeiro game eu consigo responder às ameaças iniciais que ele coloca em jogo e depois de algum tempo faço o Thoughtseize, abrindo caminho para que a Sheoldred, o Apocalipse possa finalizar o jogo. O Azeitona mulliga no segundo jogo e eu consigo encaixar 2 descartes bem cedo, prejudicando demais o sequenciamento dele e deixando minha vida bem mais fácil. Algumas respostas pontuais nos momentos adequados me garantem uma vitória mais tranquila do que eu esperava.
• Side in: +2 Extinction Event, +1 Torch the Tower
• Side out: -2 Graveyard Trespasser, -1 Liliana do Veu
Particularmente eu não gosto de jogar com 3 Evento de Extincao pós-side nessa match, pois diferente de um Mono G Devotion, que sempre só vai ter criaturas de custo ímpar em campo, o Gruul consegue distribuir as criaturas na mesa de maneira mais equilibrada e jogadores mais experientes conseguem minimizar os danos que essa global poderia causar, fazendo com que muitas vezes a carta possa ficar presa na mão. O Torch the Tower na draw funciona como se fosse um 5° Fatal Push para responder os elfos no primeiro turno.
O jogo termina 2x0 pra mim e fico 2-0 no torneio.
● Round 3 - VITORK (Azorius Control)
Como mencionado anteriormente, esse é um dos momentos importantes de usar as informações de listas abertas ao nosso favor. Tento memorizar quais e quantos de cada anula meu oponente usa, assim como quais remoções e quantas globais existem em sua lista. Dessa maneira é possível conseguir desviar de algumas anulações em turnos críticos e escolher o momento correto de tomar a global para recompor a mesa de maneira sólida. A chave do primeiro jogo é evitar manter mãos com muitas remoções e sempre buscar manter mãos que tenham Bloodtithe Harvester ou Reckoner Bankbuster. O jogo se torna muito mais confortável pro Azorius quando o Rakdos não consegue apresentar uma jogada de turno 2.
Não vou conseguir lembrar de todos os detalhes de cada jogo, mas me lembro dos terrenos serem fundamentais para manter a pressão de jogo a todo tempo, como naturalmente acontece nessa match. Me lembro também de escolher aceitar tomar a The Wandering Emperor em momentos que não seriam tão prejudiciais ao meu jogo, tanto que meu oponente faz 2 e ainda assim não consegue se colocar em posição favorável.
No segundo jogo, novamente, começo de maneira agressiva e vou tentando contornar as possíveis respostas do meu oponente. Em determinado momento acabo tomando um Regal Caracal, mas um The End resolve o problema da mesa e tira a possibilidade de tomar outro. Depois disso foi só uma questão de me expor o mínimo possível, na ideia de negar as oportunidades boas que o Azorius sempre busca.
• Side in: +2 Duress, +2 Go Blank, +2 Pithing Needle, +1 The End
• Side out: -4 Fatal Push, -1 Archfiend of the Dross, -1 Abrade, -1 Power Word Kill
Eu não gosto de tirar todas as remoções, mantenho 2 Go for the Throat, já que frequentemente os Azorius aparecem com alguma opção de criatura pós side. Geralmente fica entre Chrome Host Seedshark, Regal Caracal e já vi pessoas subindo até Lyra Dawnbringer e Baneslayer Angel. Essas remoções ainda podem tirar da frente um token de Shark Typhoon ou mesmo um Hall of Storm Giants. Graças as Fable of the Mirror-Breaker e aos tokens de sangue do Bloodtithe Harvester, é possível trocar a remoção por uma nova carta em situações onde ela seja dispensável.
Em relação a Pithing Needle, nunca jogue ela nos primeiros turnos! Em primeiro lugar para evitar perdê-la para um Temporary Lockdown de começo de jogo e em segundo lugar para obter informações relevantes da mão do adversário, para saber qual carta nomear. Os nomes mais comuns são os Planinaltas, mas eventualmente você pode impedir o cycling de Shark Typhoon ou a ativação de algum terreno utilitário. Geralmente o melhor turno para se jogar a carta é no 4°, depois de tomar o Temporary Lockdown (ou se certificar que o opp não tem) e antes de tomar o Teferi, Heroi de Dominaria.
O jogo termina 2x0 pra mim e fico 3-0 no torneio.
● Round 4 - Marcio Santos (Yorion Enigmatic Fires)
Enigmatic Fires é basicamente a pior match do Rakdos no formato. O deck todo é baseado em um tipo de permanente que o Rakdos não consegue responder: encantamentos. Até é possível descartar da mão do adversário, mas sem a devida pressão inevitavelmente o deck vai encontrar as peças que precisa. A versão com Keruga, the Macrosage de companheiro é ainda mais difícil do que a de Yorion, Sky Nomad, já que o baralho fica muito mais consistente com menos cartas e entrega uma frequência maior um sequenciamento de jogadas que basicamente não dá pra ganhar. Ainda assim, se a versão com Yorion comprar as cartas na ordem perfeita, não tem como ganhar.
Eu acabo tendo um pouco de sorte em ambos os jogos e meu oponente não resolve nenhum Enigmatic Incarnation. Ele até consegue resolver várias Leyline Binding e Chained to the Rocks durante os jogos, mas meus terrenos-criaturas acabam fazendo muita diferença e pressionando demais. Nos dois jogos meu oponente tem tempo de colocar o Yorion na mão e jogar, mas como os encantamentos citados já estavam exilando ameaças, o efeito de blinkar as permanentes acaba não sendo tão efetivo. Acredito que nas duas vezes que meu oponente jogou seu companheiro, se fosse Keruga, the Macrosage ao invés do Yorion, Sky Nomad eu perderia o jogo, já que ficaria muito difícil combater a vantagem de cartas criada. Felizmente foram situações onde o Yorion não fez muito e consegui finalizar o jogo antes que meu oponente conseguisse as peças importantes de seu baralho.
• Side in: +2 Duress, +2 Go Blank, +1 Kolaghan's Command
• Side out: -4 Empurrao Fatal, -1 Abrade
Kolaghan's Command não é uma carta muito boa, mas é ligeiramente melhor do que Abrade, por isso a troca de uma pela outra. Basicamente os únicos artefatos que tinham na lista do meu oponente eram os Portable Hole, então eventualmente eu poderia conseguir pegar de volta um Reckoner Bankbuster ou Bloodtithe Harvester, cartas chaves para se ter chance nessa partida. No pós-side é necessário mulligar agressivamente atrás desses drops 2 e dos descartes, pois é basicamente a única maneira de ganhar.
O jogo termina 2x0 pra mim e eu fico 4-0 no torneio.
● Round 5 - Eduardo "L1X0" Vieira (Gruul Veículos)
Enfrento novamente um companheiro de treino, amigo pessoal e companheiro de viagem, já que viajamos juntos para o evento. Mas aqui acrescenta o lado ruim de enfrentar um dos melhores jogadores do país e uma match desfavorável.
Não tive nenhuma chance no primeiro game. O Gruul faz a curva que sempre quer fazer e por mais que eu tente encaixar uma ou outra resposta, uma Esika's Chariot tira qualquer chance de permanecer no jogo. No segundo jogo acredito que adotei linhas criativas de jogo, que me fizeram permanecer na frente o tempo todo e não dei a oportunidade do L1X0 encaixar um The Akroan War roubando alguma ameaça minha. Joguei de maneira firme, porém segura e isso foi fundamental para que eu conseguisse vencer o jogo. No terceiro game eu abri uma das melhores mãos do meu baralho contra essa match, tinha respostas para quase tudo e um Reckoner Bankbuster estava mantendo o meu gás a todo vapor. Em determinado momento do jogo, zicado em 3 terrenos, meu oponente compra uma Klothys, God of Destiny que me destrói completamente. Minha mão tinha resposta para quase qualquer ameaça que o Gruul poderia apresentar, menos pra essa. Graças as respostas que eu tinha, o jogo dura muito tempo, mas a Klothys acaba drenando 16 de vida durante 8 turnos e eu fico sem nenhuma chance de contra-jogo.
Apesar da draw pontual na Klothys ter decidido o jogo, é necessário dar o mérito da vitória pro L1X0, que jogou de forma impecável como sempre. Não permitiu que eu criasse um plano de jogo que fosse suficiente para derrotar o desequilíbrio de vida gerado todos os turnos e me colocou contra a parede no primeiro momento que tentei me tornar o agressor da partida.
• Side in: +2 Extinction Event, +1 Torch the Tower
• Side out: -2 Graveyard Trespasser, -1 Liliana do Veu
Como já falei sobre as decisões de side durante a segunda rodada, vou deixar só o que entrou e saiu.
O jogo termina 2x1 para meu oponente e eu fico 4-1 no torneio.
● Round 6 - Vinícius Karan (Rakdos Midrange)
Mais uma mirror onde a lista usada pelo meu oponente é superior a minha quando se trata de Rakdos x Rakdos. Se não me engano, inclusive, as duas listas dos meus oponentes de Rakdos eram muito parecidas entre si, contando com mais Liliana do Veu, Reckoner Bankbuster, Graveyard Trespasser e Kroxa, Titan of Death's Hunger do que a minha, mas menos cópias de Sheoldred, o Apocalipse.
Eu começo o primeiro jogo de Thoughtseize e recebo informação preciosa da mão do meu oponente, que só tinha uma remoção disponível para a Sheoldred. No 3° turno eu resolvo uma Fable of the Mirror-Breaker que meu oponente decide por gastar essa remoção no Token criado. No turno seguinte eu faço a Sheoldred e meu oponente não tem outra remoção. Ela domina a mesa durante bastante tempo, gera um desequilíbrio nas vidas até que meu oponente consegue trocar na própria Sheoldred. Nesse momento eu já estava bem à frente do jogo e acabo não precisando passar tanto dano, já que meu oponente não tinha mais tanta vida.
Eu poderia dar muitas voltas pra resumir o segundo jogo, mas a verdade é que eu ganhei porque comprei mais Sheoldred, o Apocalipse do que meu oponente. Se não estou enganado, comprei todas que tinha no baralho. Meu oponente também comprou todas que tinha, mas por sorte eu usava uma cópia a mais que foi determinante para vitória.
• Side in: +1 Kolaghan's Command
• Side out: -1 Duress
O jogo termina 2x0 pra mim e eu fico 5-1 no torneio.
Nesse momento eu já sei que existe a possibilidade de eu jogar a próxima rodada valendo Top 8. Caso eu ganhasse a sétima rodada e tivesse desempate bom o suficiente, eu poderia empatar a oitava rodada para ter o resultado de 6-1-1 (6 vitórias, 1 derrota, 1 empate).
● Round 7 - Elias Pantoja (Mono Green Devotion)
Fico um pouco triste de pegar mais uma match ruim, mas eu sei que pra fazer Top 8 num torneio desse porte é necessário passar por bad matches e ganhar algumas dessas, então vamos pro jogo.
Até esse momento do torneio o Archfiend of the Dross não havia brilhado muito, na verdade em todas as situações que eu o comprei, eu preferia que tivesse sido a Sheoldred. Até este momento. Eu começo o jogo bem, com descarte no primeiro turno e remoção no elfo no segundo turno. No terceiro turno, então, eu faço uma Fable of the Mirror-Breaker seguido pelo Archfiend of the Dross no 4° turno. Meu oponente coloca um Polukranos Reborn na mesa, com 20 de vida. Eu desviro, transformo minha saga e faço uma remoção no Polukranos do meu oponente. Meu oponente toma 2 de dano da habilidade desencadeada do Demônio e mais 6 do ataque, indo a 12 de vida. No turno seguinte eu uso a saga para copiar o Demônio e ataco para 12 de dano, causando letal no adversário. Provavelmente se fosse a Sheoldred ao invés do Demônio, eu não ganharia essa partida. A Sheoldred levaria muito mais tempo para matar, poderia ser bloqueada e a Fable of the Mirror-Breaker não pode copiar criaturas lendárias.
No segundo jogo eu abro uma mão bem boa para essa partida, com descartes e remoção para elfo. Em um determinado momento do jogo, acredito que no turno 3 ou 4, eu jogo um Thoughtseize e a mão do meu oponente é Polukranos Reborn e 2 Karn, the Great Creator. Eu descarto a criatura e no mesmo turno jogo Agulha Medular nomeando o planinalta, dando um alívio bem grande. Imediatamente meu oponente encontra um Boseiju, Who Endures para destruir minha Agulha e já faz o Karn para buscar um Skysovereign, Consul Flagship. Nesse momento eu tenho a impressão que o jogo vai desandar, já que eu não tinha uma resposta para o barco. Além de matar minhas criaturas, o barco também tinha a capacidade de me matar muito rápido. Como eu não tinha nenhuma maneira de resolver essa ameaça, decido tentar um contra-jogo e forço o retorno de uma Kroxa, Titan of Death's Hunger para tentar ganhar a corrida e tirar os pontos de vida do oponente antes que ele possa me derrotar. A estratégia acaba dando certo, principalmente devido a um turno específico que eu consigo retirar a única criatura que poderia tripular o Barco e meu oponente fica a um ataque de vencer.
• Side in: +3 Evento de Extincao, +2 Duress, +2 Pithing Needle, +1 The End, +1 Torch the Tower
• Side out: -4 Bonecrusher Giant // Stomp, -2 Graveyard Trespasser, -2 Reckoner Bankbuster, -1 Go for the Throat
O problema dessa match é a quantidade de cartas problemáticas: Cavalier of Thorns, Old-Growth Troll, Karn, the Great Creator e Storm the Festival são cartas com impacto muito grande no jogo. Algumas dessas extremamente complicadas de serem respondias e outras que, ainda que sejam respondidas, geram algum tipo de recurso ou vantagem. Por isso, a chave dessa match é escolher com muita inteligência as cartas que você precisa descartar e aliar os descartes com algum tipo de pressão. Se você descarta a mão inteira do Mono Green, mas não consegue pressionar e demora pra ganhar, inevitavelmente vai tomar alguma dessas cartas do topo e vai acabar ficando para trás, parecendo que os descartes foram inúteis. A maneira mais comum do plano funcionar é quando os descartes acertam Karn e Storm the Festival e o Evento de Extincao exila todas as criaturas do oponente, fazendo com que a Sheoldred possa ganhar muito rápido com o caminho livre. Nem sempre o sequenciamento perfeito aparece e por isso a match é difícil, mas quando as coisas dão certo o Rakdos pode sair vitorioso.
O jogo termina 2x0 pra mim e eu fico 6-1 no torneio.
Respiro aliviado, vitória extremamente importante. Os standings (posições e desempates) dos jogadores é disponibilizada para a última rodada e eu percebo que provavelmente estou garantido no Top 8 com um empate. Um jogador com o resultado de 6-1-1 ficaria de fora, mas seria muito improvável que fosse eu, já que meu desempate era bem melhor do que um dos jogadores que atingiria esse resultado.
● Round 8 - João Rinaldo (Rakdos Sacrifice)
Decidimos empatar e garantir os dois no Top 8. Mesmo não tendo acontecido a partida, vou deixar aqui como era o meu plano de side para essa match:
• Side in: +2 Hidetsugu Consumes All, +2 Pithing Needle, +1 Kolaghan's Command, +1 Unlicensed Hearse, +1 Torch the Tower
• Side out: -3 Bonecrusher Giant // Stomp, -1 Kroxa, Titan of Death's Hunger, -1 Liliana of the Veil, -1 Duress, -1 Power Word Kill
O jogo termina 0x0 e eu fiquei 6-1-1 no torneio.
Acabo passando em 8° para o Top 8, mas com uma margem bem segura de diferença de desempate para o 9° colocado. O Top 8 garante uma premiação em dinheiro bem generosa, com cartas promos exclusivas. Mas as vagas para o Pro Tour são para os 4 primeiros colocados. Este Showdown estava dando vaga para o Pro Tour Chicago. Porém, neste momento, meu passaporte está vencido e eu não tenho o visto Americano. Eu teria que correr muito para, talvez, dar tempo de ter tudo em tempo (menos de 3 meses). Prefiro não correr o risco de tirar uma vaga do Brasil e vou para o Top 8 sabendo que eu iria conceder a partida e dar a vitória ao meu adversário.
● Quartas de Final - William Araujo (Boros Convoke)
Acabei sendo pareado contra um cara extremamente gente boa, que ama o jogo, que tem a veia competitiva pulsante e que está há muito tempo no cenário do Magic Nacional. Concedo sem remorso e desejo boa sorte para meu oponente, que acaba conseguindo vencer sua partida da Semifinal e da Final, sagrando-se campeão do torneio. Novamente, mesmo não tendo acontecido a partida, vou deixar meu plano de side a seguir:
• Side in: +3 Evento de Extincao, +2 Hidetsugu Consumes All, +1 Torch the Tower
• Side out: -2 Reckoner Bankbuster, -1 Duress, -1 Kroxa, Titan of Death's Hunger, -1 Liliana of the Veil, -1 Fable of the Mirror-Breaker
E assim encerra minha participação no Showdown. Fiquei extremamente feliz com o resultado e com a premiação! Como sempre foi incrível rever os amigos que fiz durante todos esses anos de Magic e que, apesar do contato Online, acabo encontrando apenas em grandes torneios como esse. O resultado me garantiu a vaga para o próximo Showdown, que será Modern e eu espero poder conquistar outro excelente resultado.
Obrigado a todos pela torcida!
Otimo artigo, ta de Parabens, que continue o trabalho de trazer conteudo de qualidade pra gente!!!
Fica meu agradecimento e elogio a um dos melhores jogadores de Magic do Brasi!
Monstro!!! 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
Muitos vão falar que foi sorte, só que não, isso é fruto de muito trabalho, empenho e dedicação.
Eu acompanho o trabalho dele dia a dia fazem 2 anos aproximadamente e afirmo sem medo de errar, tanto o Kaies e o L1x0 estão em outro patamar, o Magic dos caras é diferenciado e sou muito grato de estar na companhia dessas feras.
E agradeço também ao carinho em mencionar a minha pessoa e o nosso jogo. GG's!
Parabéns, o paciente é mesmo imbatível!!!!