Olá! 

 

Depois do domínio dos decks de Omnath Aventuras no Grand Finals 2020, na última semana tivemos os (acertados) banimentos no Standard de Omnath, Locus da Criacao, Trevo da Sorte e Fuga para as Terras Selvagens, o que representa pela primeira vez em muito tempo um formato sem o domínio das "estratégias-Midramps-cheias-de-criaturas-valorosas-que-ganham-vida-e-compram-cartas-quando-entram-com-interações-eficientes".

Ao menos em um primeiro momento, decks super completos e consistentes como Temur Reclamation, Bant Midramp, Sultai Midramp e 4C Omnath Ramp/Aventuras parecem um passado distante, e o que se desenha nos primeiros dias de Standard é um formato onde Aggros, Midranges e Controles têm chances de competir. Partidas envolvendo combate, trocas 1x1 e escalonar vantagem através do turnos voltaram a acontecer com mais e mais frequência. 

A tradicional "dança do metagame" quando um baralho fica à frente, mas acaba sendo respondido pelos outros, até que surge um novo competidor, que força os outros a reagirem, e assim por diante voltou a acontecer:

 

 

 

 

Dimir Crab/Rogues  e Rakdos Midrange são um natural ponto de partida do formato pré-ban: Ambos os baralhos existiam como Tier 2 em um mundo de injustiças envolvendo Omnath, Locus da Criacao sem necessariamente serem um "anti-deck". 

Apesar de jogar sem o Caranguejo-das-ruinas, a base de Rogues + Lurrus veio direto do Top 8 do Grand Finals nas mãos do americano campeão do mundo e hall da fama Seth Manfield, e tem uma boa dose de plano proativo capaz de punir quem não está devidamente preparado para combatê-lo com interações para manter os oponentes honestos. Em particular, a capacidade de Impositora da Guilda dos Ladroes de "virar a chavinha" rapidamente é um dos pontos fortes do baralho.

Porém, o matchup pesadelo de um Dimir com Triturar também segue vivo (ou morto?): Croxa, Tita da Fome da Morte é com certeza uma das cartas mais poderosas que resta no formato, e a base de Tymaret Convoca os Mortos e Talassida do Lodacal para alimentar o cemitério extraindo valor dele cai bem em um formato com nível de poder baixo. Além disso, aproveitar-se de várias cartas com Escapatória no confronto direto com o Dimir, aliado à quantidade de ótimas remoções premium e terrenos-mágicas versáteis catapultam o Rakdos Midrange a postulante de "deck a ser batido", ao menos em um primeiro momento.

 

 

 

 

 

 

A solução básica para um formato novo ou desconhecido geralmente é agressivar. Partindo de um formato onde esperamos ter Rakdos Midrange e Dimir Rogues largando na frente, agressivar junto de Lodo Necrofago é uma ótima pedida, e algo que o Mono Green Aggro, Gruul Landfall e Golgari Adventures acima certamente são capazes de fazer.

O principal apelo ao Mono Green é a base de mana sólida com bichos pesos-pesado de baixa curva punindo. O Grande Circulo e Vivien, Protetora dos Monstros são as principais formas de gerar vantagem de cartas aqui, algo primordial em um mundo repleto de remoções pretas leves.

Outra forma de gerar muitos recursos através de um baixo custo para punir interações 1x1 é com Estalajadeiro de Beiramuro, o sobrevivente dos banimentos nas aventuras. O Gruul opta por pareá-lo com uma temática de aterragem e Brasolamina, com o excelente Gigante Esmaga-ossos // Pisar dobrando como criatura/remoção, enquanto que o Golgari vai para um plano mais recursivo com O Grande Circulo e criaturas com 2x1s embutidos como Cavaleiro Putrilama // Percepcao Profana e Ordem da Meia-noite // Alterar Destino e conta com Ginete Homicida // Fim Celere para sua remoção-criatura.

 

 

 

 

O que caracteriza um formato mais receptivo é a tentativa com relativo sucesso de baralhos mais fora da curva que conseguem ao menos competir com os que estão liderando - antes, contra os decks de Uro ou Omnath, não parecia nem que se estava jogando o mesmo jogo quando se trazia um baralho do "segundo pelotão".

Mesmo sem Familiar do Caldeirao, banido e Diabo do Pandemonio, rotacionado, os seguidores do Jund Food seguem acreditando no Korvold, Rei Maldito pelas Fadinas, que ainda é capaz de levar jogos por si só mesmo enfraquecido nas sinergias. Da mesma forma, os que gostam daquele Magic "jogo jogado" enxergam no Golgari Midrange uma escolha que remete ao clássico The Rock, com criaturas de valor, descartes, remoções, florestas e pântanos.

Talvez sofrendo um pouquinho pela alta quantidade de remoções rodando, Winota tenta cavar seu espaço, prejudicado sem Soar o Alarme e uma base de mana que possibilita uma terceira cor, seja Jeskai ou Mardu para novas criaturas e ferramentas (além de ativações diferentes do Kenrith).

 

 

E, por fim, um dos decks que venho gostado bastante nos meus testes iniciais: o Mono Green Food baseado em Rei Trol Glutao, um pouco mais lento que a versão Aggro, mas com mais resiliência para contornar remoções tendo um jogo tardio bem robusto, além do acesso a Lodo Necrofago e Aracnir Teia-de-correntes para combater as estratégias principais Rakdos e Dimir.

Além dos baralhos citados no artigo, vemos muitas opções promissoras florescendo, além de várias discussões dos jogadores entre quais são as melhores versões dos melhores decks, ou quais cartas incluírem para estarem um passo a frente. E eu diria que é revigorante uma vez não termos a resposta na ponta da língua para a pergunta "qual é o melhor deck?".

E quanto a vocês, leitores, o que acharam do formato após os banimentos? Concordam com os decks que tomam a dianteira nesse momento? Em quais baralhos apostariam que chegam fortes? Algum deck especial não citado que estão trabalhando? Deixem suas opiniões nos comentários!

Abraços e até a próxima!