Fala pessoal, tudo bom com vocês?
Como nem só de teoria vive o homem, estou trazendo a primeira parte de uma série de pequenas entrevistas com campeões de GP, brasileiros e estrangeiros, que mostraram na prática e vão vir aqui falar um pouquinho sobre o que é preciso para se tornar um grande jogador.
O nosso primeiro entrevistado é Victor Fernando Silva, o "Bastard"; o antigo menino-prodígio que em 2017 firmou seu nome entre os grandes competidores do Magic brasileiro.
Espero que vocês curtam o bate-papo, foi uma conversa breve, mas extremamente interessante.
Sem mais delongas, apertem os cintos, e simbora pra entrevista!
"o jogo é difícil, torneios são difíceis, mas com muito estudo, dedicação,treino e foco é possível sim se destacar nas grandes competições"
EL: Antes de mais nada, muito obrigado por ter aceito o convite para ser nosso primeiro entrevistado, Victor.
Pra começarmos, pode contar pra a gente em qual ano começou a jogar, e em qual edição?
VF: Opa, eu que agradeço o convite! Comecei a jogar em 2007, a última edição do momento era time spiral.
EL: Lembro de você desde muito novo jogando os campeonatos de igual pra igual com a galera mais velha. De la pra cá, quais foram os resultados que você mais se orgulha de ter alcançado, além do GP?
VF: Dos resultados que alcancei mais memoráveis foram outro top 8 no GP Santiago de 2016, top 16 no GP Porto Alegre de 2015 e ganhei um PTQ no magic online em 2013.
EL: Existe algum jogador que te sirva de inspiração, ou que você admire muito?
VF: Gosto muito de ver o LSV e o Reid Duke jogando, eles certamente são fontes de inspiração, eles jogam magic de uma forma admirável.
EL: Como você costuma se preparar para um evento grande, e qual foi a preparação feita para o GP que ganhou? O treinamento nesse ano foi mais intenso?
VF: Eu costumo jogar mais no magic online antes de eventos grandes, mas nem sempre me dedico da maneira que realmente deveria, para o GP de Porto Alegre me lembro que já tinha testado o deck no Magic Online e dias antes do evento em testes físicos com os amigos que também iam jogam o evento, e acabei fazendo algumas mudanças pequenas no deck, mas que foram muito importantes.
Temur Tower, lista pilotada por Victor em 2017:
Assista a final do GP Porto Alegre
EL: Como foi a experiência de participar do Pro Tour? Lembro de ter visto você jogar na câmera, qual foi seu resultado por lá?
VF: Participar de um Pro Tour é uma experiência incrível, além da estrutura do evento ser fantástica ele conta com a participação dos melhores jogadores de todo o mundo, o que faz dele um evento muito difícil e desafiador, e também tem a parte de se viajar e conhecer um novo lugar no mundo, a experiência como um todo é muito legal e empolgante, vale muito a pena treinar e se dedicar bastante no jogo para um dia participar de toda a experiência que é um Pro Tour, no Pro Tour em que apareci na coverage acabei terminando o evento 8-8, não me recordo exatamente a colocação no momento, mas esse foi o record final.
EL: Existe algum formato entre todos que seja o seu favorito ou que você jogue com mais frequência?
VF: No momento eu gosto muito de jogar modern, muito pelo fator nostálgico, de poder usar cartas mais antigas e que tem uma certa história no magic.
EL: E existe uma carta favorita, ou que tenha te marcado por algum motivo?
VF: Acho que não tenho apenas uma carta favorita, mas existem várias cartas que gosto muito e de alguma forma marcaram alguma época ou algum deck em que estive jogando, como por exemplo: birthing pod, mana leak, sphinx’s revelation, thoughtseize, huntmaster of the fells, restoration angel, snapcaster mage, longtusk cube, jace, the mind sculptor, stoneforge mystic, gosto muito de todas essas cartas.
EL: O que você achou do novo formato, o Pioneer? Já experimentou ou tem planos para ele? Acha que a comunidade vai aderir?
VF: Eu gostei bastante da idéia do formato, ainda não montei nenhum deck nem joguei, mas acredito que possa ser divertido sim, provável que o formato precise de uma banlist eventualmente caso algum deck/carta seja muito desequilibrado no metagame, mas acredito que conforme ele for se moldando a comunidade tende a aderir sim, o acesso a cartas é de certa forma mais fácil já que elas são mais recentes no mercado e sendo um formato eternal pode ser uma boa pra quem se preocupa com a rotação das cartas, como é o caso do standard por exemplo.
EL: Tem algum conselho que você daria pra quem está começando nas competições?
VF: Um conselho que gostaria de dar pra quem está começando agora e quer jogar competitivamente é basicamente nunca desistir, o jogo é difícil, torneios são difíceis, mas com muito estudo, dedicação, treino e foco é possível sim se destacar nas grandes competições, às vezes vai parecer que é impossível “chegar lá”, mas o segredo é focar em seu objetivo no jogo, seja lá qual for, desde conseguir chegar por exemplo no ranking mítico do arena pra quem joga apenas online, ou participar de um Players Tour, o caminho (principalmente para nós aqui do Brasil) é bem complicado mesmo, talvez demore meses, anos, mas sempre temos de lembrar de não perder o foco.
EL: E quais os planos para o futuro? Você tem algum objetivo bem definido no Magic competitivo a partir de agora?
VF: Por enquanto não tenho muitos planos pro Magic competitivo, estou sem tempo para me dedicar o tanto que deveria, sempre participo de eventos maiores, como por exemplo o GP que está chegando, mas sei que sem o treino e dedicação necessários é bem difícil de se alcançar um ótimo resultado como um Top 8 por exemplo, mas pretendo voltar a jogar bastante sim assim que tiver mais tempo disponível e estiver com a vida “em ordem”.
EL: Maravilha. Estamos chegando ao final da entrevista, queria te agradecer novamente por marcar presença na primeira parte da nossa série, e para encerrarmos, uma pergunta de interesse pessoal: Lembro que você na adolescência, na época do Extended, tinha uma lista própria que girava em torno de Reveillark. Quando voltei a jogar, eu passei muito tempo tentando recriar aquela sua antiga Build, sem muito sucesso. Tem como dividir ela com a gente? Apenas como curiosidade histórica, claro, não que eu goste de listas antigas e alternativas e vá tentar adaptar ela para o Modern , hahaha :P .
VF: Ahhhh o Bant Reveillark, o deck era muito divertido de se jogar, trabalhava com a mecânica de blink (momentary blink), eternal witness, mulldrifter, entre outras criaturas com ETB effects e que voltavam com o Reveillark, faz muito tempo que não penso em recriar a idéia da estratégia para o formato modern, acredito que hoje em dia um deck com estratégia semelhante seria o bant soulherder que existe no modern, onde vc usa cartas como ephemerate em suas criaturas pequenas, gerando card advantage com os ETB’s e também cria loopings com a eternal witness, acho que atualmente é o deck com a estratégia mais semelhante que o antigo bant reveillark que eu tinha e também é um deck muito divertido de se jogar.
É isso, galera, essa foi nossa entrevista com Victor "Bastard" Fernando Silva, espero que vocês tenham curtido lê-la tanto quanto eu gostei de realizá-la.
Essa também foi a primeira vez que me arrisco como entrevistador, então, sugestões de melhorias são super bem vindas, a intenção é oferecer um conteúdo melhor e mais caprichado a cada quinzena, e com o feedback incrível que recebo de vocês, a tarefa fica muito mais fácil. ;)
Vejo vocês por aí, um forte abraço,
Lages
Quote: Kyrnt
