Olá abiguinhossss! Como vocês estão?
Há algum tempo eu fiz um artigo sobre o London Mulligan e seus impactos, o artigo de hoje será meio que Hellraiser 4, a continuação mas falando de outra coisa totalmente diferente. Hoje vamos falar sobre os decks de Qualidade e os decks de Quantidade, o que são, como funcionam, o impacto do mulligan em suas decisões e dicas de como operá-los.
- Quality:
Os quality decks, ou decks de qualidade, são os baralhos desenvolvidos em torno de algumas cartas-chave de maior power level, geralmente finishers, enquanto o resto do baralho é um suporte para que este plano seja executado. Os quality geralmente não são baseados em sinergia entre as cartas mas sim em ter cartas de poder elevado individual, podendo ser aproveitadas sozinhas ou em conjunto com o resto do deck.
Ex: Jund, RUG Delver, Death and Taxes.
- Quantity:
Os quantity decks, ou decks de quantidade, são os decks de sinergia, onde a maioria das cartas não é muito relevante sozinha(ex: Heritage Druid) mas funciona muito bem com uma quantidade ok de outras cartas do baralho. Os baralhos de quantidade tendem a ter um topdeck inferior aos de qualidade, no entanto, os de quantidade conseguem gerar mais valor/algum tipo de recurso mais rapidamente e de maneira mais eficiente já que o efeito das cartas é somado entre elas e não apenas de valor individual.
Ex: Elfos, Burn, Storm.
- London Mull e suas diferenças:
Já falamos que o London Mull teria impactos positivos em todos os formatos, mas ele interage de maneira diferente em cada estilo de deck.
Os Quality(QLT para abreviar) têm um mulligan mais dinâmico, uma vez que o deck precisa de cartas específicas na partida, então mulligar atrás dessas peças numa mão de 7 é bem melhor que numa mão de 6 ou 5 e dar Scry. Mesmo sem saber o deck do adversário, os QLT, por terem cartas que se destacam individualmente, aproveitam bastante esse estilo de mulligan. Uma mão mulligada com um Thoughtseize ou Ponder já é bom o suficiente, diferente do mulligan antigo que te “comia” uma carta a mais, te obrigando a ter recursos + cartas de impacto numa mão com menos cartas.
Os Quantity(QTT) não se beneficiam tanto do Mull pois suas cartas têm efeitos reduzidos quando não estão em grupo, então ter 1 Raio a menos no Burn é bem complicado, assim como uma carta a menos na mão do UR Phoenix, onde todas as cartas trocam 1 pra 1 e ter mão reduzida quer dizer que você terá menos oportunidades de fazer essas trocas.
- Aplicação:
A primeira mão é muito arriscada contra um deck desconhecido. Como o Jund é um QLT Deck, você pode mulligar mais agressivamente atrás de peças importantes na partida(no caso de um oponente desconhecido, pressão ou disrupt são melhores que removals), a segunda mão, já mulligada, não tem disrupt mas tem múltiplas formas de pressão, se colocarmos o pântano no fundo o W6 acha as lands pra fazer Liliana turno 3 e o Ooze é uma certa garantia contra decks de cemitério.
É importante lembrar do mulligan não apenas como recurso obrigatório caso sua mão não faça nada, mas também como arma para te ajudar a ter acesso à cartas mais relevantes.
O Tronzão é outro deck de qualidade que abusa muito do poder do London Mull já que o foco do baralho é colocar 3 peças diferentes em campo, pra só depois começar a jogar de verdade. Devido ao plano principal de fechar o tron, grande parte das mãos que não fecham o tron até o turno 4 são descartáveis. Mandando a Oblivion Stone embora esta mão fica com 2 peças do tron, 1 Payoff e 2 draws, provavelmente o suficiente para fechar o plano de jogo do baralho. Esse tipo de deck pode ter cartas reativas, mas o plano de jogo é proativo, quanto antes você fechar o Tron, maior a possibilidade de ganhar a partida com as dezenas de payoffs. Enquanto o Jund é um QLT Fair, o Tron é o lado unfair dos QLT e abusa das pequenas sinergias(tron lands+ coisas pesadas) para levar o jogo.
Hogaak é um combo deck de pura qualidade. Existe sinergia entre as cartas, mas isso não o torna um deck de quantidade, já que você não precisa ter uma grande massa de recursos em campo para operar.
A primeira mão não faz absolutamente nada, ameaças que você quer ter no cemitério estão na mão, única criatura conjurável não faz Hogaak, automull.
A segunda mão, se for um mulligan a 4(Colocando Sátiro, Shock BG e Vengevine no fundo) ainda gera 7 recursos para fazer hogaak, então qualquer terreno gera pelo menos um Hogaak já no turno 2 mulligado a 4!
QLT combo decks geral querem ver aquelas duas ou 3 interações na mão inicial, sejam lá quais elas forem, eles não se importam em grindar, o quanto antes você conseguir fazer algo degenerado melhor, nem que seja ao custo de mulligar a 5 ou a 4 e ainda ter grandes chances de realizar o plano.
Não é atoa que o nome do deck é Death and Taxes, todas as suas mãos devem ter algum desses dois elementos(pressão ou disrupt).
A primeira mão, no escuro, não apresenta pressão e tem apenas um disrupt bem frágil e que pode ser completamente morto na partida.
Já a segunda mão, depois de colocar a Espada UR no fundo do baralho, você tem diferentes formas de disrupt(Madre para proteger suas criaturas, Revoker se for eficiente na match, Wasteland para atrasar o oponente) e pressão(Revoker e Stoneforge buscando equipamento).
Mesmo sendo um deck de “bixinhos pequenos” o DnT pode ganhar diversos jogos encaixando poucas peças(Thalia contra combos/control, Vial contra decks de counter/mana denial) então saber o que procurar nas mãos já faz parte do seu plano de jogo, mesmo sem saber do que o oponente está jogando.
A coisa muda um pouco com os QTT decks.
O Storm precisa de uma grande quantidade de mágicas para ganhar jogo(geralmente 9 ou 10) então cada recurso que você tem a menos pode te prejudicar demais.
A mão de 7 em cima não faz nada além de dar descartes e por não ter nenhum tutor ou cantrip acaba sendo um mull.
A mão de baixo tem o problema de ter kill conditions demais e aceleração de menos, colocando o Tendrils no fundo o começo de mana, Ponder, pode ajudar a encontrar uma LED ou múltiplos rituais e fazer a mão funcionar.
Não é que mulligar com QTT decks seja ruim, mas deve ser mais ponderado já que um recurso a menos pode ser 1 ou 2 turnos a mais para finalizar a partida e aí ser tarde demais.
O Burn é outro deck de grande massa de mágicas para matar, justamente por este motivo que a primeira mão é um mulligan.
A segunda pode parecer similar, mas cada turno que as criaturas sobreviverem elas se equivalem a 1/2 Burn, otimizando seus recursos já defasados.
Não é porque você é um QTT deck que não pode utilizar teorias/práticas de QLT.
Estamos especulando mãos no escuro, sem saber quem é o adversário, mas conhecendo o seu deck você já pode entender como otimizar suas cartas e fazer seu mulligan menos prejudicial.
Similar ao exemplo do Burn, vemos uma mão ruim de 7 ali em cima seguida de uma mão mulligada a 6(onde a Cycle Land seria colocada no fundo).
O segundo exemplo opera com menos recurso e não tem interação rápida, mas consegue fazer 6 manas turno 4(curva do Primeval Titan) e ativar o Valakut naturalmente no turno 4 caso compre qualquer ramp do deck.
Não é porque o deck é um deck que necessita de muitos recursos que você tem que keepar todas as mãos de 7. Quanto mais redundante o deck for, melhor ele vai operar com menos cartas
Um deck ser de Qualidade ou Quantidade não o limita apenas às definições dadas lá no começo do artigo. São apenas um direcionamento da estratégia do deck. Um QTT mulligar a 4 não quer dizer derrota imediata e um QLT keepar sem pressão ou disrupt não quer dizer que jogou o jogo fora, só tenha em mente que plano de jogo e postura devem ser priorizados tanto no momento de ficar com a mão quanto no momento de decidir quais cartas vão para o fundo após um mulligan.
Os maiores beneficiados do London Mull são os QLT pois é mais fácil você encontrar as peças necessárias resetando sua mão de 7 múltiplas vezes do que tentar a sorte com 6, 5 e 4 cartas apenas com um Scry como recompensa.
QTT decks podem operar bem sem uma grande massa de recursos se souberem otimizar o efeito dos poucos recursos que tiver(Dark Ritual, Dark Ritual,Ad Nausam no Storm; Atacar com diversos elfos várias vezes invés de precisar de Ezuri ou Archdruid no elfos).
Espero que tenham gostado do artigo, semana que vem temos muito mais magiquinho para sua diversão! Até lá!
Valeu mesmo!
Brigado mano!
Vou tentar fazer artigos com mais recursos gráficos!
Eu que agradeço o elogio! A cada 2 semanas garanto um artigo teórico aqui na liga.
Lisonjeado com o elogio!
Valeu!!
Dá um trabalhinho a mais, mas fica mais fácil de entender, né?
Não entendi seu ponto. Você disse que a mão de 7 era completamente injogável e por isso não valeria a pena sitá-la?
Fico muito feliz que gostou!
Muito obrigado!
Quem me dera. Sempre trabalho pra melhorar.
Brigadão!
Valeu! Eu demorei um tempo pra entender o mulligan como arma de jogo, mas desde então nunca mais o abandonei.