10 Dicas Essenciais para o Pré-Release
Os passos para você ir bem nesse fim de semana.
18/01/2019 14:05 - 9.499 visualizações - 12 comentários

 

Olá! Essa semana teremos o Pré-Release de Ravnica Allegiance, e no artigo de hoje pretendo compartilhar dez dicas que considero essenciais para os que vão participar do evento, seja na vida real ou no Arena, conceitos que são úteis para quem está começando e sempre bom de serem relembrados pelos veteranos!

1 - Lembre-se de montar um deck com um plano
 
Não apenas escolha as 23 melhores playables nas cores do seu baralho. É importante montá-lo sob ótica similar ao que aplicamos no construído: como o meu deck vai ganhar a partida? Quais cards da minha pool se encaixam melhor para a execução desse plano?

Por exemplo, no formato passado, vi muita gente de Boros utilizando-se de Piston-Fist Cyclops, sendo que esse card exige um baralho Izzet/Dimir cheio de Jump-Start e cantrips para funcionar bem.
 
Os decks de Selesnya eram ótimos exemplos disso: ao invés de focar em usar os melhores drops 3 "no vácuo" (como Blade Instructor), ele se beneficiava mais em usar Generous Stray e Sworn Companions que contribuíam para o Convoke, mecânica que envolve uma massa crítica de recursos para funcionar bem.
 

 
Ravnica Allegiance dá um bom direcionamento nesse aspecto, considerando que cada guilda tem uma mecânica, e alguns cards jogam bem para ela enquanto outros nem tanto. Spear Spewer é um ótimo drop 1 no Rakdos, triggando todas as cartas com Spectacle desde o começo, enquanto é praticamente injogável no Gruul.
 
2 - Use a vida como recurso

Aceitar sofrer algumas pancadas para não cair vítima de um truque de combate que pode ser devastador, ou mesmo evitar de trocar uma criatura que pode ser importante mais para frente do jogo. Um exemplo claro é quando você conjura um Mago de Guilda, contra um drop 2 aleatório do oponente. Salvo situações extremas (o outro deck é muito agressivo/o seu deck é muito lento), dá pra aceitar levar dano por alguns turnos para conseguir ativações dos guildmages, mesmo que seja nos turnos médios do jogo.

Outro exemplo ocorre quando o oponente ataca com várias criaturas de tamanhos variados (um 1/1, um 2/2 e um 3/3) e você só tem um 3/3 para bloquear. Valeria trocar o seu 3/3 no dele? Talvez, mas se você tiver vida para utilizar como recurso, pode "trocar" um pouco de dano a mais por um bicho 2/2 dele.
 
3 - Remoção é crucial
 
O que todo mundo procura assim que abrimos uma pool de selado nova são bombas absurdas, como dragões, anjos e demônios. Mas o que realmente precisamos ter em nossos decks, ao menos algumas cópias, são as remoções. São elas que nos impedem de perder automaticamente quando o oponente faz um dragão, anjo ou demônio bolado.
 
Idealmente, seguramos nossa remoção mais premium (aquela que acerta tudo) o máximo de tempo possível, para garantir que vai ser possível tirar o máximo de valor dela contra as bombas do oponente.
 
Existem, também, algumas remoções mais condicionais, como Scorchmark ou Sky Tether - nem todos os baralhos estão interessados nelas sempre, e daí vale a pena colocá-las em xeque com a regra 1 antes de incluí-las de modo automático no deck.
 
4 - Evasão destrava partidas

É bem comum ambos os jogadores irem curvando criaturas, e lá pros turnos 4-5 a mesa começa a ficar travada, de modo que ambos os jogadores que atacam são punidos por bloqueios duplos ou mesmo truques de combate/remoções em momento pontual. Quando o jogo avança ainda mais, os ataques ficam comprometidos até pelo medo de não dar o letal, e tomar o letal na volta.
 
Assim, as cartas que quebram essa mesa travada são os bichos com evasão. "Não pode ser bloqueado" é a melhor, mas raramente vista. Voar e Intimidar já são mais comuns, e os melhores tipos de evasão existentes. Ameaçar e Atropelar também contam, embora sejam mais fáceis de contornar por parte do oponente.
 
5 - Muita ganância pune, mas um pouquinho não faz mal
 
Splashar a terceira cor (usar um azul no seu Gruul para uma Zegana, Utopian Speaker ou um vermelho no Simic para o Domri) é uma prática comum e até recomendada no selado, ainda mais em formatos como Ravnica que são repletos de mana fixers, Lockets e portões. Entretanto, o ideal é manter-se nos splashes que as guildas permitem: fica difícil splashar uma removal boa como Clear the Stage em um baralho Simic, já que verde e azul não "encaixam" com Rakdos ou Orzhov nessa edição.
 

Da mesma forma, splashar vários cards com custos duplos (por exemplo, Frilled Mystic no seu Gruul) já complica mais, exigindo uma grande quantidade de fixers e que mesmo assim não garantem aquela consistência e velocidade (já que vão ter muitos portões que entram virados).
 
6 - Magic é combate
 
Em deck selado, o caminho mais convencional para ganhar as partidas é com a boa e velha etapa de combate. Mesmo os baralhos Control (casos de Dimir/Izzet na última coleção) ainda precisam de formas de ganhar o jogo.

O senso comum é jogar com no mínimo 15 criaturas, e salvo um baralho que tenha muitas bombas e ameaças resilientes, usar menos do que 12 é praticamente suicídio. Outros baralhos, em contrapartida, jogam num estilo super agressivo e curvado com 18-20 criaturas e complementando com alguns poucos truques de combate e remoções.
 
Vale lembrar que, num deck selado, ambos os casos são mais raros pela pouca quantidade de boosters que vemos e o quase nenhum controle em selecionar cards específicos (ou nenhum, se não estivermos jogando um pré-release que dá para escolher o kit).
 
7 - Atenção para a curva
 
Alguns formatos são mais lentos e com menos foco na curva (Dominaria), enquanto outros são bem mais agressivos e isso é um fator determinante (Ixalan). No vácuo e sem termos jogado ainda com uma nova coleção, o ideal é não fazer a curva nem tanto pra lá, nem tanto pra cá. Respeitando a média de 15 criaturas, idealmente costumo ter entre 0-1 criaturas na curva zero ou um, cerca de 4-5 na curva dois, mais 3-4 na curva três, 2-3 na curva quatro, 1-2 na curva cinco e 1-2 nas curvas seis e superior.

Dessa forma, o deck costuma ser balanceado o bastante para não ser atropelado no early game da mesma forma que pune oponentes muito lentos, mas também retém jogadas de impacto para os turnos médios e avançados do jogo.
 
8 - Quando a esmola é muita, o santo desconfia
 
Lembre-se da existência de truques de combate para não tomar balão nas trocas. Aqui entra um pouco da dica 2 (vida como recurso). Se seu oponente está te atacando com um bicho 2/2 pra cima do seu 3/3 no turno três, quando você acabou de descer o bicho, você não precisa ir direto para o bloqueio estando com os terrenos todos virados.
 
Esse dano pode ser absorvido, em prol de conseguir uma janela melhor nos turnos seguintes para tentar jogar em volta desse truque de combate, seja você mesmo com os seus truques, ou você pode fazer uma aura/equipamento que deixe seu bicho melhor, ou até mesmo passar a frente na race, evitando expor essa criatura ao combate.
 
9 - O Sideboard salva
 
No selado, o sideboard pode oferecer muitas opções. A mais simples é trazer hates específicos para adequar-se ao baralho do oponente (por exemplo, subindo drops 2 no seu controle para trocar com os drops 2 agressivos do outro lado).
 
Trocar uma das cores de suporte é outra delas (por exemplo, montar Gruul no G1 que vira Simic no pós-side se pegar um oponente onde anulações e bounces do azul sejam importantes).
 
Por fim, trocar completamtente o plano do deck pode ser viável. Talvez seu deck Controle Azorius com várias barreiras não segure bem o Rakdos agressivo do seu oponente, e mudar para um Gruul encorpado cheio de bichões nas curvas baixas e médias seja o que você precise para os games 2 e 3.
 
De qualquer forma, o sideboard é um triunfo a ser utilizado no deck selado. Não se esqueça dele!
 
10 - Vencer é legal, mas não é o importante no pré-release
 
Mesmo que você seja um jogador mais competitivo, como é o meu caso, vencer não é o mais importante aqui. Os pré-releases são eventos de confraternização, cujo objetivo é celebrar a entrada de uma edição nova, em vários casos é o primeiro torneio sancionado de alguns jogadores (foi o meu 12 anos atrás em Time Spiral).
 
Ajude os outros jogadores a montarem os seus baralhos depois das partidas, compartilhe dicas de jogo, mantenha a camaradagem e espírito esportivo nas rodadas.
 
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E quanto a vocês, leitores, quais dicas consideram cruciais para quem vai participar de um pré-release? Compartilhem as de vocês nos comentários!
Abraços e até a próxima!
 
 
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Matheus Akio Yanagiura ( sandoiche_13)
Matheus Akio Yanagiura, mais conhecido como Sandoiche, é jogador profissional, escritor e streamer de Magic: the Gathering, produzindo conteúdo com foco para o competitivo do jogo desde 2012. Membro da equipe de e-Sports LigaMagic Bolts desde sua formação inicial, dentre seus resultados destacam-se a classificação para o Neon Dynasty Championship, o título do ManaTraders Series Legacy, o vice-campeonato da Twitch Rivals e o Top 8 do Magic LATAM Challenge, além do bi-campeonato do Circuito LigaMagic Modern e Top 16 Grand Prix São Paulo 2018 no Magic Tabletop.
Redes Sociais: Twitch, Facebook, Instagram, Twitter
Comentários
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(Quote)
- 25/01/2019 09:50:03
Muito bom artigo!
(Quote)
- 21/01/2019 14:03:10

Dentes escovados tbm contam!!

(Quote)
- 20/01/2019 12:14:30
Ótimo artigo.
Parabéns
(Quote)
- 19/01/2019 12:44:58
Parabens, Sandoiche! Muito bom artigo como sempre! Obrigado!
Eu sou o Card Games Brasil que te perturba tanto pelo Youtuber! :P
(Quote)
- 18/01/2019 20:20:03

Nos dois últimos, foda!

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