Como foi o GP São Paulo para vocês? Espero que tenham atingido os objetivos pessoais e que tenha sido uma experiência boa. Nesse meu artigo escreverei sobre como foi o meu torneio, a lista que eu usei e o plano utilizado.
Para quem não sabe, acabei o torneio em 12th fazendo 12-3 com um 7-2 no primeiro dia e 5-1 no segundo dia. Esses foram meus matchs:
Os dois matchs que eu perdi no primeiro dia foram bem disputados, principalmente o último round contra o UW Control, jogado muito bem pelo Jonathan "Jonais" Melamed, onde a vitória acabou escapando no final para um Path to Exile. No segundo dia, infelizmente a derrota e consequente eliminação do top8 aconteceu de uma forma bem triste, onde eu mulliguei a 5 no primeiro jogo e no segundo fui com uma mão de 7 com Steam Vents, Serum Visions, Serum Visions, Street Wraith e acabei perdendo o drop do segundo terreno. Mas não tem problema, esse tipo de coisa acontece com todo mundo e resta guardar os aprendizados do torneio para o futuro.
Com certeza acredito que o baralho permanece muito bem posicionado e junto com o RG Valakut é um dos melhores decks do formato. Porém, não acho que seja um deck para um aventureiro, uma pessoa que não tenha total ciência do que está fazendo. Ele é muito difícil, cheio de decisões e optar por linhas de jogo questionáveis certamente custará a vitória. Dessa forma, caso você leitor escolha esse baralho para jogar os torneios de sua loja ou até mesmo algum PPTQ, treine exaustivamente antes de finalmente tomar essa decisão. Caso não seja possível, infelizmente eu indico que você escolha outra opção.
Para quem não visualizou ainda, segue a lista que eu utilizei no GP São Paulo:
Ela não foge muito das listas convencionais, mas tenho algumas observações quanto a algumas escolhas:
3 Street Wraith – em alguns matchs como Burn, Affinity e no Mirror, baralhos que eu esperava enfrentar em uma quantidade razoável nesse torneio e ainda espero nos futuros, era uma carta que não me agradava tanto e como eu precisava de um último slot para usar o terceiro Stubborn Denial, acabou sendo a opção para corte. Achei a decisão acertada e não acredito que voltarei a usar quatro, por mais que não acredito que usar um set seja uma opção ruim.
Temur Battle Rage – sinceramente é a carta que me faz jogar com esse baralho. Ela ganha algumas partidas em que somente ela poderia ganhar e torna o deck bem mais injusto. Quem me conhece sabe o que eu penso sobre o Modern: “Para ganhar tem que ser injusto!”. Sem contar que muitos matchs apertados, como são o caso do Valakut, Affinity e Burn ela tem um potencial incrível de vencer a corrida de dano, antecipando um turno, o que já me garantiu muitas vitórias. Se tem uma dica que eu posso dar é não sair de casa sem pelo menos uma dessa carta no baralho para ter um alcance diferenciado.
2 Fatal Push e 2 Lightning Bolt – o comum é usar quatro cópias de Fatal Push e nenhum Lightning Bolt. Porém, a maior quantidade de criaturas bem chatas como Mirran Crusader e Knight of Glory, um número maior de Valakut no ambiente (onde Fatal Push é um mulligan) e vários planinautas rodando pelo formato me fizeram optar por um split. Uma outra situação importante é quando seu oponente está na red zone e você consegue liquidar a partida com Lightning Bolt, Snapcaster Mage, Lightning Bolt. Inicialmente acabei optando por usar 3 e 1, mas como o Lightning Bolt vinha sendo bem importante e funcional, optei por aumentar o número e pretendo manter nos próximos torneios Modern que jogar.
Liliana of the Veil – uma carta que não era comum no MD das listas de Grixis e que vem ganhando mais espaço é a Liliana of the Veil. Ela ajuda a ter um bom plano alternativo e mais midrange, atacando de forma constante a mão de seus adversários e lidando com algumas criaturas maiores que ocasionalmente não morrem para Fatal Push ou Lightning Bolt. Claro que a ultimate também tem um papel importante, mas sinceramente é muito difícil usar, você basicamente vai forçar a mão do seu oponente e retirar as criaturas.
3 Scalding Tarn – quando eu comecei a jogar com o baralho jogava com 19 terrenos. Acontece que em muitos jogos eu acabava floodando e achei interessante retirar um terreno. Muitos que reduzem esse número acabam retirando uma Blood Crypt, mas nos jogos em que eu floodava era comum eu ser prejudicado pelo número excessivo de fetch lands, o que resultou na retirada de uma da menos importante. Gostei muito dessas quantidades e certamente continuarei utilizando essa base de mana.
Surgical Extraction – eu sempre fui um defensor de Nihil Spellbomb, mas depois da quantidade de Valakut que eu vi na sexta me fez repensar um pouco esse slot. Você piora consideravelmente a resposta para decks de Living End e Dredge, mas ganha slots adicionais contra um dos decks mais jogados do ambiente. Achei que era uma opção válida, mas pode ser o certo usar 1 Surgical Extraction e 1 Nihil Spellbomb, principalmente porque Surgical não é uma carta que me agrada muito no mirror e você precisa de um slot adicional nesse match referente ao plano de side.
Disdainful Stroke – essa é uma carta que tem me surpreendido muito nos últimos tempos. Acabei optando por colocar uma no sideboard para melhorar o match contra Eldrazi Tron e Valakut e após os testes acabou ganhando uma cópia adicional. O fato de ser capaz de anular cartas relevantes como Scapeshift, Hour of Promise e Karn Liberated, aliada ao fato de também anular criaturas como Thought-Knot Seer, Reality Smasher, Primeval Titan e Chameleon Colossus é incrível. Acredito que jogar com o deck e não ter nenhuma cópia no sideboard seja um grande erro.
Kozilek's Return – essa é uma carta que muita gente já me questionou, mas quem testa não tira nunca mais. Vejo algumas pessoas usando cartas como Anger of the Gods ou Flaying Tendrils, mas eu tenho absoluta certeza que são cartas bem inferiores. O fato de ser mágica instantânea é relevante demais para interagir com cartas como Collected Company, Chord of Calling, Blinkmoth Nexus, Blinkmoth Nexus, etc. Sem contar que tem o poder de matar dois dos maiores pesadelos do baralho, Mirran Crusader e Etched Champion. Por fim, custa apenas uma mana vermelha, sendo muito fácil conseguir conjurar no turno três, caso necessário.
Além dessas informações que acredito serem interessantes para quem planeja jogar com o baralho, não vou deixar vocês na mão quanto ao plano de side, sei que é uma das coisas que os leitores mais gostam de ver. O plano é bem extenso com mais de vinte baralhos diferentes e foi a que eu utilizei para jogar o GP.
*Aqui vale uma explicação quanto a retirada das Inquisicao de Kozilek. Esse é um plano que venho utilizando contra baralhos que usam diversas cópias de Leyline of Sanctity. Como é uma carta que o baralho não consegue retirar de jogo, o objetivo é reduzir o prejuízo que a carta pode gerar durante a partida. Confesso que é um plano que tem me agradado muito depois que resolvi utilizar.
*Pode não parecer tão intuitivo, mas reduzir a quantidade de criaturas com delve contra baralhos que utilizam Leyline of the Void também é um plano bem eficiente.
Então é isso pessoal, quero agradecer a todos que torceram por mim no GP, recebi diversas mensagens e conversei com muita gente lá, isso certamente motiva a sempre dar o meu melhor. Espero que o conteúdo desse artigo ajude os amantes do Grixis Death’s Shadow a ganhar os torneios das lojas em que vocês frequentam, um PPTQ e até mesmo o RPTQ que se aproxima.
Dúvidas, sugestões e criticas construtivas são sempre bem vindas!
Jogador competitivo desde 2014, participou de alguns Pro Tours, sendo atualmente o Campeão Brasileiro, já tendo atingido o Pro Player Bronze. Colunista da LigaMagic desde 2015.
[quote=MuriloSchiavo=quote]man, quais os seus sides in/out contra o Ponza? (muito provavelmente o que vc enfrentou era um colega com meu deck hehe)[/quote]Cara eu não lembro exatamente, mas acho que foi assim:+2 Disdainful Stroke, 1 Stubborn Denial, 1 Dreadbore, 1 Kolaghan's Command-2 Fatal Push, 2 Lightning Bolt, 1 Street Wraith
Realmente é ruim deixar todas as Stubborn Denial contra mirror?
O match é fechado, você dificilmente passa com manas abertas e quando faz isso é com as manas exatas para o Snapcaster Mage (muitas vezes faz no próprio turno para tirar um bloqueador ou usar um descarte).
Logo, ele acaba ficando para trás. Sem contar que não lida com boa parte do deck (criaturas). Eu deixo uma para saber que ela está lá, mas certamente não quero comprar duas em um jogo.
[quote=AlanJones=quote]Realmente é ruim deixar todas as Stubborn Denial contra mirror? [/quote]O match é fechado, você dificilmente passa com manas abertas e quando faz isso é com as manas exatas para o Snapcaster Mage (muitas vezes faz no próprio turno para tirar um bloqueador ou usar um descarte).Logo, ele acaba ficando para trás. Sem contar que não lida com boa parte do deck (criaturas). Eu deixo uma para saber que ela está lá, mas certamente não quero comprar duas em um jogo.
Eu sou jogador de Grixis Control e estou migrando recentemente para o Grixis Death's Shadow, gostei muito da sua lista, mas não tive ousadia de ir para 18 lands! A única modificação que fiz foi no Sideboard, mas mais por causa do field da LGS do que pela qualidade mesmo, acho o seu Side melhor, inclusive.Aqui como tem controles e decks que usam Leyline of the Void, eu tô usando Dark Confidant de side (não ria, funciona, kkkkkk)Gostei MUITO do SB Guide, já imprimi e na folha vai seu nome, parabéns pelo resultado e obrigado pelas dicas! Ontem no treino fiz 6-2 contra Abzan Counters (parece uma boa match quando cê tem um Battle Rage, ou o blefe dele, kkk):D
Eu particularmente desço para 18 lands se for para subir 1 Truque de mãos. E achei muito interessante diminuir 1 Street Wraith... aproveitando, jogo com 18 lands (sendo que subi 1 truque de mãos) a mais de mes e me sinto muito confortável, muito difícil falhar as lands no drop necessários, e como disse acima vou testar com apenas 3 Street Wraith
[quote=leviziinho=quote]Eu sou jogador de Grixis Control e estou migrando recentemente para o Grixis Death's Shadow, gostei muito da sua lista, mas não tive ousadia de ir para 18 lands! A única modificação que fiz foi no Sideboard, mas mais por causa do field da LGS do que pela qualidade mesmo, acho o seu Side melhor, inclusive.Aqui como tem controles e decks que usam Leyline of the Void, eu tô usando Dark Confidant de side (não ria, funciona, kkkkkk)Gostei MUITO do SB Guide, já imprimi e na folha vai seu nome, parabéns pelo resultado e obrigado pelas dicas! Ontem no treino fiz 6-2 contra Abzan Counters (parece uma boa match quando cê tem um Battle Rage, ou o blefe dele, kkk):D[/quote]Eu particularmente desço para 18 lands se for para subir 1 Truque de mãos. E achei muito interessante diminuir 1 Street Wraith...aproveitando, jogo com 18 lands (sendo que subi 1 truque de mãos) a mais de mes e me sinto muito confortável, muito difícil falhar as lands no drop necessários, e como disse acima vou testar com apenas 3 Street Wraith