Retrospectiva 2017
Um salto para a Evolução
Olá caros planinautas, hoje, infelizmente, não falaremos sobre Mercádia, nem sobre as proezas de Squee, mas teremos um bate papo sobre tudo o que aconteceu nesse período de trabalhos homéricos.
Dia 15 fez dois anos que o Patocards me recrutou para os Avengers. Eu já falei sobre isso em um artigo que narro minha trajetória, porém, recordar é viver.
Peter, eu te entendo completamente!
Incrível como, para um adepto temporal como eu, o tempo tem passado em uma velocidade extraordinária. Parece que foi ontem que escrevi meu primeiro artigo. Naquela época, eu decidira escrever Sobre Terras Natais – afinal era um plano virgem somente conhecido por planinautas Pré Emenda – e começara minhas pesquisas pelo Lore do Plano.
Recordo-me de quando o Ruda veio conversar comigo. A regra era simples. Faremos um teste com você Arconte, se seu artigo for bem-aceito continuaremos o trabalho, do contrário...
Em outras palavras: Se seu artigo for uma porcaria você será banido para o Oblivion, As Eternidades Cegas, o Limbo, as terras de Erebos, enfim, você entendeu o recado.
Como diz o ditado “para bom entendedor, meia palavra basta,” e lá se foi eu, em meu primeiro trabalho hercúleo de tentar trazer alguma coisa digna para vocês leitores. Se havia alguém perdido e desesperado no Multiverso, essa pessoa era eu. Eu mal sabia por onde começar ou como começar. Estava caçando textos, informações e qualquer coisa que me ajudasse a montar o artigo sobre Terras Natais. A responsabilidade era gigantesca. Planos inteiros dependiam de mim. Jovens planinautas que, talvez nunca ouvissem falar sobre Barão Sengir, a Sombra de Ihsan e tantos outros, dependiam que eu emergisse vitorioso desse embate.
Então, teve um momento que parei, respirei fundo e pensei “Mas onde diabos eu estava com a cabeça para falar sobre isso? Terras Natais, sério mesmo?"
Parecia que só me restava um destino após esse primeiro fiasco.
O barqueiro me esperava e eu nem tinha as moedas para lhe pagar.
Mas Erebos não me queria em seu reino, não agora, e o que aconteceu foi algo surpreendente, até mesmo para mim porque nem eu acreditava em mim mesmo – what the hell man? – e, para minha alegria, o artigo de Terras Natais rendeu mais de 5 mil visualizações e quase 60 comentários!
Minha vaga na Academia Tolariana estava garantida!
Eu sinceramente não imaginava que a repercussão fosse tão grande e positiva. Além desse respaldo dos leitores, o primeiro artigo me ajudou a descobrir que, aqui na Ligamagic, estavam todas as HQ antigas de Magic. Foi um grande alívio porque agora eu já tinha um Norte para seguir. Mas nem tudo são flores. Naquele artigo, e em outros, sempre havia um problema terrível que me perseguia desde a faculdade: a digitação.
Por mais que eu me empenhasse parecia que sempre deixava passar alguma coisa, um erro ortográfico, de concordância ou alguma frase que ficava meio sem sentido. Isso acontecia até em trabalho acadêmicos meus... era meu carma. Porém, graças a alguns leitores piedosos, esses erros diminuíram e muito. Quando alguém percebia algo errado no artigo, essa pessoa me enviava um PMSG me alertando sobre isso.
Cansei de pedir para o Ruda editar e corrigir os textos. Acho que ele me xingava bastante lá do outro lado rsrs
Analisando agora meus artigos, eu consigo perceber a latente evolução dos trabalhos. Não somente isso, mas eu mesmo adquiri um vasto conhecimento sobre o Lore – coisas que eu nem fazia ideia que tinham acontecido ou como aconteceram, agora estavam nítidas para mim – e na medida em que eu trazia mais artigos, mais eu aprendia sobre os personagens, o Lore e o próprio jogo em si. Começamos em Terras Natais e depois desbravamos diversos períodos de Dominaria. A Era Glacial, a Era das Trevas, Legends, a Guerra dos Irmãos, a Saga do Shadowmage.
Vimos o Degelo trazendo as campinas verdejantes de Dominaria outra vez. O nascimento de uma nova era e novos povos em Jamuraa. Testemunhamos o surgir de Nicol Bolas – que ele retorne prontamente e sejamos achados dignos – a queda dos Elder, a guerra dos planinautas e as intrigas políticas de Kaervek. Contemplamos a queda do Império Thran e a ascensão de Phyrexia. Adentramos em suas Nove Esferas ao lado de Urza e retornamos vivos para as terras de Serra. Fomos alunos em Tolaria, vimos a criação do Bons Ventos e a erradicação de Radiante e seus anjos.
Às vezes paro e fico contemplando essa vista.
Não é um sentimento de soberba, mas sim de orgulho, satisfação e prazer por saber que meu trabalho é reconhecido e prazeroso para quem o lê.
Esses dois anos foram bastante produtivos. Algo que começou de forma bastante informal, se tornou em um verdadeiro trabalho para mim. Hoje eu já agrego cinco páginas de artigos sobre Lore e contos sobre Magic. Cheguei a escrever dois contos de minha autoria aqui nesse espaço. O primeiro foi bastante elogiado e até recebi uma mensagem de um usuário que me fez boas críticas e elogios. Ele me disse que era estudante de jornalismo e me mostrou algumas falhas – uma pena não se lembrar do Nick para mencioná-lo aqui – e aceitei de bom grado sua opinião.
Mas eu só tive coragem de expor algo de minha autoria porque, graças a vocês leitores, eu percebi o valor de tudo isso. Lógico que houve falhas nesse processo. Artigos que eu poderia ter estendido mais. Textos que podiam ter sido mais bem redigidos e etc., mas isso tudo faz parte do processo de evolução como profissional e escritor.
Ou evoluímos ou voltamos a ser um Rakdos ou Gruul, então não temos muito opção por aqui.
Algo que eu queria comentar sobre vocês e nem sei se já perceberam isso. Eu, particularmente, não gosto de piadas dentro dos meus artigos. Eu até as utilizo, às vezes, mas tento ser moderado para não ficar algo muito escrachado.
Por quê?
Acho que talvez seja mais uma questão de estilo. Gosto que meus textos tragam alguma seriedade para tentarem ficar no nível de artigos da própria Wizard. E isso tem nada a ver com minha personalidade porque, pessoalmente, eu sou a zuera em pessoa. Neste artigo, excepcionalmente, eu me deixei levar por ser mais um bate papo em um tom descontraído (bom que assim eu posso zuar o chefe).
Agora vamos falar de projetos futuros. Como os trabalhos com HQ acabaram, não é mais possível se utilizar de tais recursos. O Lore do Magic, até certo ponto, é fácil de trabalhar, porém, em muitas partes o quebra-cabeça se complica e fica bastante difícil ajuntar todas as peças para que se faça sentido. Uma das evoluções que eu aderi foi trabalhar diretamente com os livros de Magic.
Acredito que perceberam nisso desde que começamos nossa aventura em Mercádia. Realizar pesquisas sobre esses blocos e os que estão por vir, se tornaria mais e mais complexo e difícil. O conhecimento é muito fragmentado e disperso. Existem planos que para mim são totalmente um buraco negro e.g. Mirrodin e Lorwyn e, já prevendo isso, aderi aos livros para poder trazer mais conteúdo fidedigno a vocês. Então, a partir de agora, os artigos são resumos de capítulos do livro oficial. Em Mercádia, por exemplo, cada artigo abrange uma média de 2 capítulos. Às vezes mais, às vezes menos porque isso depende muito do capítulo, porém, isso ajuda – e muito – o problema com conflito de informações.
Essa forma de trabalho, apesar de não ser tão ilustrativa, é bem mais rica em detalhes. Isso me permite realizar uma releitura e fornecer informações de eventos e personagens com maior clareza. Talvez os artigos não tenham tantas ilustrações e uso de cartas e ficarão com bastante texto, mas peço a vocês paciência e compreensão porque é a melhor forma de conseguirmos conhecer mais sobre nosso querido jogo.
Estamos seguindo a ordem cronológica das coleções. Então após Mercádia virão Nêmeses e Profecia, para depois adentrarmos a Invasão Phyrexiana e, após sua conclusão, chegaremos ao tão esperado e admirado período de Odisséia e as aventuras de Kamahl e Akroma.
Realmente foram 2 anos muito bons. Aprendi muito e a cada dia estou me aprimorando mais e mais na arte da escrita e nos segredos do Multiverso, mas nada disso teria sido possível sem a ajudar de vocês. As críticas, os comentários e elogios me ajudam bastante e mesmo em artigos em que não há comentários, eu vejo o que dizem no grupo do Facebook ou em grupos de What’s, e isso me estimula a trazer algo realmente bom, algo a ser relembrado por eras.
E como isso é uma retrospectiva, deixo agora essa janela aberta para vocês. Quais críticas, elogios, dúvidas ou sugestões vocês tem a mim? O que acham que pode ser melhorado? Existe alguma coisa que ficou para trás que não expliquei, alguma lacuna nas fendas temporais?
Gostaria de saber a opinião de vocês para contribuir com nosso trabalho porque isso não é apenas um trabalho sobre Lore, mas sim, The Great Work and the Great Work has begun... ainda há muito o que se falar, narrar, trazer e personagens por quem prantear e se alegrar.
A morte não é desculpa para parar de trabalhar, então mãos a obra!
Todo seu esforço é nítido na qualidade dos textos, parabéns! Você está deixando um fantástico legado aos novos Walkers.